BELL IV

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A movimentação na plataforma de lançamento era agitada. Tinham centenas, ou talvez milhares, de militares das mais diversas raças e patentes, marchando e se colocando em fila para entrarem nas dez naves transportadoras que iriam decolar para Maki. A banda militar da Polícia Universal marchava e tocava os inúmeros instrumentos, inundando o ambiente com uma música épica de batalha. Todo o clima deixava Bell extremamente excitada para entrar no campo de batalha e matar alguns Makalis.

A garota já estava devidamente uniformizada com a armadura de Batalha da Polícia. Era uma roupa leve e apesar de sua aparência robusta, era feita de um metal maleável e bastante resistente minerado no planeta Taus. O colã que usava embaixo era confeccionado a partir de um tecido resistente a temperaturas extremas e se colava ao corpo fazendo uma espécie de segunda pele. A veste lhe cobria do tornozelo até o pescoço. Nos pés utilizava uma bota feita de borracha, tão resistente quanto o tecido da roupa. A cor era de um tom azul safira, o que indicava que ela fazia parte dos Breakers, grupo de soldados que iriam na segunda linha e eram treinados, tanto para ataques corpo a corpo, quanto para ataques a distância.

Soka estava no mesmo grupo de Bell e posicionada ao seu lado enquanto aguardava ser chamado para entrar. A roupa do garoto era exatamente igual a dela, e Bell não pôde deixar de notar o quanto a cor da armadura contrastada à pele negra do amigo o deixava charmoso e imponente.

Betina estava em posição junto aos pilotos. O grupo era bem menor do que o grupo de Bell e Soka. Os seus membros trajavam um colã semelhante, porém na cor cinza e não utilizavam armadura. Ao invés disso possuíam um capacete com design moderno e minimalista. O visor de vidro transparente cobria toda a parte da frente deixando os rostos dos pilotos visíveis a quem olhava de fora. A parte de trás do capacete era feita do mesmo metal da armadura dos soldados e sua cor era preta como ônix.

Bell sentia medo pela amiga. Ela tinha acabado de ser sequestrada por Paki e agora já ia se meter em outra missão perigosa. Por mais que ela tenha voltado sã e salva, Bell ainda achava que tudo isso era de mais para a amiga que a pouco tempo era uma menina doce, cheia de sonhos e que odiava violência, vivendo feliz em Maruá.

Kepa foi à frente de todos e trajava uma armadura semelhante à dos demais, porém de cor branca. Ela olhou para a multidão com uma expressão séria no rosto antes de iniciar o seu discurso.

– Soldados! – Gritou a mulher ao microfone que voava em frente sua boca e todos endireitaram o corpo de forma ereta e colocaram a mão direita na testa em continência. – Esta é com toda a certeza, a maior batalha que a Polícia Universal já enfrentou em toda a sua história. – Kepa fez uma pausa observando a reação de todos à sua frente. – Cada um de vocês presentes aqui hoje estão escrevendo a história desta organização. Contarão histórias sobre a bravura de vocês em livros por todo o universo, serão considerados heróis e reverenciados por toda a eternidade. – Fez outra pausa e já era possível sentir a animação de todos ainda que visivelmente eles permanecessem em posição de continência. – Não mentirei para vocês, será uma batalha difícil, muitos de vocês morrerão. Deixarão esposas, maridos, filhos, pai e mãe para trás. – Outra pausa e agora o clima era de tensão. – Porém, morrerão com honra. Vão morrer defendendo o seu universo contra essa corja terrorista que espalha dor e sofrimento. Se existe uma forma de acabar com a tirania dos Makalis, a forma é esta e o momento é agora. – Mais uma pausa desta vez mais longa. Kepa sabia como discursar e como inspirar seus soldados. Bell sentia seu coração pular dentro do peito e a adrenalina tomar conta do seu corpo. – Dentro de trinta horas estaremos em Maki., e eu quero saber, quem está comigo? – Todos os soldados começaram a bater o pé no chão como se estivessem marchando, mas sem saírem do lugar, Bell e Soka fizeram o mesmo. – Quem está disposto a dar a sua vida pela Polícia Universal, pelo Universo e por seus companheiros? – Agora batiam o pé ainda mais forte. – Quem vai entrar agora nesta nave e matar todos os Makalis de Maki assim que chegar lá? – Todos se colocaram em marcha gritando com toda as forças de seus pulmões. Os garotos contaminados com a euforia dos soldados entraram aos berros na gigantesca nave que os aguardava.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora