KARA VIII

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Kepa tinha acabado de lhe contar tudo que tinha acontecido enquanto ela estava na capsula. Desde a morte de Dr João até a aliança com os dois Makalis capturados.

– Quero vê-los – Disse Kara ao fim da explicação de Kepa.

– De maneira nenhuma, não vou colocar você para falar com um prisioneiro tão perigoso...

– Parece que você colocou todo o destino do universo nas minhas costas e nas costas desse tal de Paki, – Começou a dizer Kara já cortando a Major. – Não está em condições de decidir o que vou fazer. Se a responsabilidade é minha, sou eu quem decido. – Finalizou com confiança e firmeza nunca antes demonstrada por ela.

– Veja como fala comigo garota, obedecerá às minhas ordens ou... – dizia Kepa com autoridade até ser interrompida.

– Ou o que? – Cortou Kara – Sou mais poderosa do que você ou qualquer um do seu exército – Kara dizia e todos conseguiam sentir uma grande energia circulando pela sala – Além do mais, se vou lutar ao lado desse terrorista, preciso conhecê-lo.

– Kara acalme-se por favor. – Pediu o mestre, confuso.

Kara apenas o olhou e não disse nada. Estava se sentindo mais forte e mais confiante do que nunca. Sentia que não poderia ser vencida por ninguém no universo. Kara decidiu aceitar toda a verdade. De acordo com seu entendimento, ela foi criada com um único propósito, fora adotada e treinada por esse mesmo motivo, exterminar a raça Makali. E era isso que ela pretendia fazer.

– Acredito que Kara tenha razão. – Disse Baruque ao entrar na discussão – Ela deveria falar com Paki e conhecer a pessoa que lutará ao lado dela na grande batalha que está por vir.

Kepa colocou a mão no queixo e andou pensativa de um lado para o outro da sala.

– Está certo! – Disse finalmente – Baruque, leve-a até a cela de Paki.

– Eu irei com eles. – Disse o mestre.

– Não. – Cortou Kara – Já terminou a sua missão de treinamento General, está dispensado. – Finalizou a garota de forma incisiva.

– Kara, eu não entendo o motivo de estar me tratando assim. – Disse Turtle e a garota o olhou com olhar frio.

– Finalmente entendi quem eu sou General. Sou uma arma biológica criada para matar terroristas e você é o militar designado para me treinar nos últimos dezesseis anos. – Dizia a garota de forma firme e fria. – Imagino o peso que suportou ao ter de treinar um filhote da raça que extinguiu o seu povo. Mas fique tranquilo o seu fardo acabou, não precisa mais se preocupar comigo.

– Kara eu não lhe culpo pelos erros dos seus antepassados e você significa mais do que uma missão para mim. – Disse o mestre com tristeza.

– Pois não deveria. – Foi apenas o que ela respondeu – Mostre-me o caminho Baruque, acho que preciso me vestir antes. – Finalizou a garota que ainda estava nua, apenas enrolada no pano branco.

Kara e Baruque saíram da sala e adentraram-se em um corredor longo, de paredes cinzas e piso de metal. O caminho se fez no mais absoluto silêncio até que o cientista parou em frente a uma porta e colocou a palma da mão em um leitor biométrico que tinha do lado. Após a confirmação de sua identidade a porta se abriu deslizando para a direita e os dois entraram.

A sala era cheia de armaduras da Polícia Militar. Armaduras negras feitas de um metal flexível que absorvia o impacto dos golpes recebidos. Não eram, aos olhos de Kara, vestimentas tão bonitas assim. A garota esperava um pouco mais de uma vestimenta militar oficial.

– Terei de usar esses uniformes de combate? – Indagou a garota apontando para as armaduras.

– Esses não. Para você eu tenho algo especial. – Respondeu Baruque se dirigindo ao fundo da sala. Kara o acompanhou e conseguiu ver dentro de uma capsula uma roupa branca com preta. Seu material era diferente das armaduras anteriores, parecia ser feita de um tecido grosso. Seu design não era robusto como o uniforme da Polícia, ao invés disso parecia ter um caimento totalmente assimétrico e polido.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora