PATY III

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Com toda certeza a cabeça era a parte do corpo que mais doía. Abriu o único olho que lhe restara devagar, sendo incomodada pela luz do ambiente. O local era excessivamente branco o que piorava ainda mais o incômodo. Começou a se mexer, mas seus movimentos estavam limitados por algemas que lhe prendiam pelos punhos. Não conseguia sentir mais nada da cintura para baixo e da cintura para cima sentia apenas uma dor infernal. Notou que estava submersa em um líquido esverdeado, dentro de uma capsula de vidro. Tentou forçar para se soltar, mas percebeu-se fraca.

A capsula em que se encontrava era uma capsula médica de restauração. Ela continha um líquido que agia como analgésico, cicatrizante e restaurador de tecidos. Era capaz de curar os mais graves ferimentos e manter a pessoas que estivesse dentro dela com vida.

A visão ainda era turva quando Patty começou a identificar os primeiros seres vivos à sua frente. Um parecia ser um homem de barba branca que a olhava fixamente com uma expressão incrédula. A outra se tratava de uma mulher baixa que andava de um lado para o outro da sala.

A cabeça continuava a latejar à medida que a guerreira arregalava o olho tentando entender aonde estava. Sua memória ia voltando aos poucos enquanto ela recobrava a consciência.

Lembrou-se de estar na Inquisidora pouco antes dela explodir. Com certeza isto não era nada bom e Patty sabia, tinha sobrevivido por pouco. Se não fosse uma Makali de Elite e se não tivesse criado a barreira energética de proteção alguns milissegundos antes de ser atingida pela explosão, com certeza estaria morta.

Quando olhou para baixo viu que tinha perdido suas pernas e entrou em desespero. Ao longe podia ouvir um bipe frenético.

– Ela está entrando em pânico. – Disse uma voz masculina.

Patty tentou falar, mas algo lhe cobria a boca. Uma espécie de máscara respiratória.

– Abaixe o nível do líquido restaurador e retire a máscara. – Ordenou a mulher. – Quero aproveitar para ver se ela começa a falar. – O líquido baixou até a altura de seu pescoço. A máscara saiu automaticamente de seu rosto entrando pela lateral da capsula. Patty podia sentir o ar entrando pelas suas narinas.

– Aonde estou? – Gritou a mulher que agora recobrara de vez a consciência.

– É prisioneira da Polícia Universal. – Respondeu a mulher, que Patty, ao olhar com mais atenção, identificou como sendo Kepa, a líder da Polícia Universal.

– Você? Sua maldita! – Respondeu a Comandante com ódio.

– Acredito que seu General não gostou do meu plano, – disse Kepa – afinal, ao invés de se juntar a mim contra Kahau, ele decidiu nos atacar.

– General Paki jamais se juntaria a Polícia Universal contra seu povo. Só um tolo traidor cogitaria tal coisa. – Praguejou Patty.

– Só um tolo atacaria Torki. – Debochou Kepa – E ainda assim ele o fez. O fez, e foi derrotado em campo de batalha.

Patty tentou forçar as correntes para atacar a mulher que debochava de seu general, mas ainda sentia sua energia sendo drenada. Olhou para seus pulsos e viu que estava presa por algemas de anulação de energia.

– Dei a ele a chance de tomar o trono de Kahau. – Continuou a Major. – Se tornar rei e governar Maki. Em troca ele só precisaria deixar de invadir planetas inocentes e governar com justiça os planetas já conquistados. Mas ao invés disso, ele escolheu nos atacar e agora é apenas um generalzinho derrotado e sem glória, fugindo pelo espaço.

– Sua desgraçada – Rugiu Patty com raiva. – Paki é um militar da elite de Maki, um dos maiores conquistadores que este mundo já viu. Como ousa ofender a sua honra?

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora