KARA VII

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No momento em que o homem de barba grisalha apareceu na porta o coração de Kara começou a pular freneticamente dentro de seu seio. Ela ainda nem tinha certeza se ele era mesmo Baruque, o seu pai, mas algo dentro dela dizia que era. Estava ansiosa para que ele falasse algo, apenas uma palavra seria o suficiente para a garota reconhecer ou não a voz que tinha falado pelo rádio há quase uma hora atrás.

– General Turtle! É um prazer finalmente conhecê-lo. – Disse o homem, e Kara pôde ter certeza de sua identidade. Ele era Baruque, seu pai.

– Precisamos falar com Kepa imediatamente. – Cortou Turtle sem cerimônia.

– Entendo, entrem. – Disse Baruque.

Quando todos estavam dentro da sala, Kara sentiu suas mãos suarem de nervosismo. Era uma sala de paredes brancas e diversas telas eletrônicas espalhadas por todos os lados. Kara notou também, algumas portas que davam para outros lugares que podiam ser acessados a partir dali. A garota sentiu seu corpo arrepiar devido a ansiedade e Suki amorosamente colocou a mão em seu ombro tentando consolá-la.

– Está tudo bem? – Perguntou a humana.

Kara a olhou e apenas fez que sim com a cabeça.

– Turtle! Fico feliz em lhe ver depois de tanto tempo. – Disse a mulher que Kara deduziu ser Kepa, devido as características semelhantes a descrição que seu mestre fizera anteriormente. – Vejo que cumpriu bem a sua missão. A garota está saudável e sinto um grande potencial vindo dela. – Concluiu dirigindo-se à Kara.

Ela ficou ainda mais nervosa, e agora, mais do que nunca, se sentia mesmo uma espécie de experiência ou cobaia.

– Suponho que Turtle tenha lhe deixado a par de toda a verdade à esta altura.

– Sim senhora. – Respondeu secamente.

– Ótimo! – Exclamou Kepa. – Baruque precisa lhe examinar, precisamos ter certeza que você está pronta para o que vai se seguir.

– Major – iniciou Turtle – acabamos de chegar eu sugiro que....

– Tenho certeza que os Makalis já sabem do que aconteceu aqui e já devem ter enviado outro exército para terminar o que Paki começou. Kara é nossa melhor chance no momento. Precisamos deixa-la preparada e partir de Torki em menos de doze horas. – Cortou Kepa em tom de urgência.

– Partir? Mas acabamos de chegar! – Exclamou Lídia enquanto se posicionava entre Turtle e a Major.

– Posso saber quem é você? – Disse a Kepa olhando a humana de cima abaixo com olhar de desdém.

– Meu nome é Lídia. Sou humana, mecânica espacial, esposa, mãe de dois filhos e dona da Explorer. Não pretendo ficar indo de planeta em planeta colocando minha família em risco. – A humana respondeu incisivamente.

– Torki foi gravemente danificado. Irá explodir em menos de doze horas e precisamos deixar tudo pronto o quanto antes. Se realmente quer manter sua família a salvo, sugiro que colabore. – Exortou Kepa.

Neste caso eu e minha família voltaremos para a Explorer e partiremos para Agritor imediatamente. Kara já foi entregue e agora isso é um problema para vocês resolverem. – Disse Lídia com firmeza

– Mãe! – Disse Suki em tom de reprovação – Não podemos abandonar Kara agora. Devemos ficar para ajudar.

– A garota humana tem razão. – Voltou Kepa a dizer – Levando em conta a guerra que está para acontecer é mais seguro se ficarem conosco.

Lídia ficou pensativa avaliando as possibilidades e riscos. Kara perdida em pensamentos olhava de forma fixa para seu pai que mexia em algumas telas do computador como se nada estivesse acontecendo. Como se sua filha abandonada por ele a dezesseis anos atrás não estivesse agora na mesma sala que ele.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora