TURTLE IV

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Turtle junto com o restante do grupo andava pelos escombros do prédio central da Polícia Universal. O cheiro de mortos ficava cada vez pior a medida que iam avançando mais entre as ruínas do edifício. Chegaram em um local que não tinha sido destruído completamente. Turtle entrou com cuidado e observando a sua volta com medo de que o restante do prédio desabasse em sua cabeça. Quando ainda estava inteira, aquela construção parecia ser pequena por fora embora fosse bem grande por dentro. Suas centenas de corredores labirínticos davam acesso à diversas salas e passagens secretas, muitas delas desconhecidas pela maioria das pessoas. O grupo avançava por um desses corredores indo cada vez mais fundo no que restara daquele edifício.

– Precisam dar uma modernizada neste lugar. – Exclamou Lídia.

– A construção é antiga. O prédio foi fundado a mais de oitocentos anos quando a Polícia Universal transferiu a sua sede para Torki. Anteriormente a organização que não era tão universal assim ficava sediada em Maturini, um planeta habitado por uma raça guerreira milenar chamada de Boobok. – Explicou o mestre.

– Boobok? – Indagou Kara que agora estava um pouco menos aérea.

– Exatamente Kara. – Exclamou o mestre – Os Boobok sempre tiveram um treinamento avançado. São extremamente disciplinados devido ao fato de serem enviados para o exército ainda quando crianças. Treinam os mais diversos tipos de manipulação de energia vital voltada para o combate, e são guerreiros formidáveis.

– Foi por isso que eles conseguiram desenvolver uma organização tão grande ao ponto de cuidar do universo inteiro? – Perguntou Suki.

– Mais ou menos. No passado não existia uma organização responsável pela segurança de todos os planetas, na verdade ainda não existe, uma vez que a Polícia Universal só protege os planetas pertencentes ao acordo. – Começou a explicar o mestre – Os Boobok tomaram para si esta responsabilidade, protegendo os planetas que compunham a sua galáxia. Devido aos grandes feitos da maioria de seus habitantes, Maturini acabou se tornando um berço de heróis que estão presentes em todos os livros de histórias estudados pelo universo.

O mestre virou em um corredor que dava para uma sala mais larga com diversos quadros nas paredes rachadas. A janelas estavam todas quebradas e o vento frio da noite que começava a cair soprava por todo salão. No centro, tinha a estátua de um homem forte e imponente.

– A ideia de uma organização militar que fosse responsável por proteger o universo partiu do, na época líder do exército Boobok, Idílicos Magnus. – Voltou a dizer Turtle enquanto apontava para a estátua no centro da sala. – Idílicos é até hoje o militar mais reverenciado pela organização e é possível ver diversas estátuas como esta dentre outras obras de arte o homenageando tanto em Torki quanto em Maturini.

– Parece um homem bem poderoso – Exclamou Lídia enquanto admirava a escultura de pedra.

– Ele era. – Exclamou o mestre – Idílicos foi motivado pela vontade de tornar o universo inteiro, e não só a sua galáxia, um lugar melhor. Juntou-se com vários líderes militares e políticos de outros planetas para criassem uma organização militar responsável pela segurança de todos os mundos.

– A Polícia Universal – exclamou Kara.

– Exatamente. Porém apesar de nobre, esta ideia não foi e ainda não é bem aceita por todos. Diversos povos que culturalmente sobrevivem conquistando, saqueando e escravizando outros mundos não apoiam o fato de ter uma organização externa a suas próprias culturas ditando regras do que era certo ou errado.

– Como por exemplo os Makalis? – Murmurou Suki.

– Ou os da raça de minha mãe, os Koás. – Disse Kara.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora