SOKA V

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Soka estava com a mãe e a irmã na oficina aeroespacial da Polícia Universal de Maturini. Era um lugar incrivelmente tecnológico com diversos robôs humanoides andando de um lado para o outro fazendo reparos em naves danificadas em batalha.

Suki e Lídia tinham decidido ir para este lugar aprender mais sobre a mecânica das naves daquele planeta. A intenção era manter a cabeça ocupada para não pensarem incessantemente nos últimos acontecimentos. Soka, por sua vez, passou a se sentir responsável pela sua família depois da morte de seu pai. O garoto ficava ao lado da mãe e da irmã o tempo todo para garantir a segurança.

Por mais que Suki tentasse se demonstrar uma garota durona, era nítido o quanto ela estava abalada. A perda do pai mais a falta de notícias concretas de Kara, faziam a garota chorar escondido em diversos momentos. Soka até tentara conversar com a irmã e consolá-la, mas Suki não gostava de falar sobre o assunto.

A relação da garota com Kara tinha ficado cada vez mais intensa nas últimas semanas. Soka sentia coisas estranhas quando pensava na irmã e na amiga juntas. Sentia um frio na barriga e um nó na garganta, seria esse o sentimento chamado ciúmes? Ele não sabia, não entendia os sentimentos humanos e tão pouco gostava deles.

– Bom dia Soka – Disse Bell assim que entrou no recinto junto com Betina, tirando Soka dos seus pensamentos.

– Bom dia! – Respondeu o garoto com um sorriso simpático direcionado às duas garotas.

– Nos alistamos para a Polícia Universal. Iremos ajudar na guerra contra esses malditos Makalis. – Disse Bell que agora usava uma armadura de soldado, uma roupa azul safira colada ao corpo com uma cobertura metálica. Soka achou que a amiga ficara ainda mais bonita vestida como um militar. Betina também estava vestida a caráter com seu colã de piloto.

– Notei as roupas militares – Observou o garoto – Como podem lutar ao lado deles depois de terem se aliado a Paki e Patty? – Resmungou. Soka tinha sido o primeiro a protestar quando soube da decisão de Kepa. Para ele, os dois terroristas deveriam ter sido executados logo depois do interrogatório. Quando viu que Patty tinha recebido novos membros artificiais saiu da sala com ódio no coração.

– Eu os odeio do fundo do meu coração. Principalmente Patty que matou o meu metre. – Começou a dizer a maga – Porém, Kahau é ainda muito pior, se não o detivermos mais pessoas morrerão.

– Eu sei disso. Mas não consigo aceitar o fato de lutar ao lado daqueles dois. – Exclamou Soka.

– Deveria se alistar também Soka. – Disse Betina.

– Eu? – Indagou o garoto.

– Ter um guerreiro poderoso como você na equipe seria de grande ajuda. – Concluiu Bell e Soka sentiu as bochechas ficarem quentes de vergonha.

– Eu não posso. Preciso cuidar da minha mãe e irmã. – Respondeu ele.

– Você deveria ir Soka. – Disse Lídia interrompendo a conversa. Ela largou as ferramentas encima da mesa e se aproximou dos garotos. – Desculpe-me se reprimi você todos esses anos e te impedi de treinar ou lutar.

– Mãe eu.... – O garoto não sabia o que dizer

– Soka, me escuta. – Interrompeu Lídia – Quando tinha a sua idade eu sonhava em aprender engenharia mecânica. Muitos diziam que isso não era coisa de mulher e eu me ofendia muito com isso. Eu não achava justo outras pessoas dizendo o que eu deveria ou não fazer. Mexer com máquinas era o que eu amava e lutei para realizar o meu sonho. – O garoto olhava para mãe atentamente, até mesmo Suki largou suas tarefas e se juntou ao grupo. – Não deveria ter impedido você de fazer o que você ama. Sentirei um aperto no peito quando você estiver em campo de batalha pois sou sua mãe e temo perder você, mas ficarei extremamente orgulhosa em saber que meu filho se tornou um guerreiro forte e realizou o seu sonho. – Finalizou Lídia com os olhos cheios de lágrimas. Mãe e filho se abraçaram.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora