BELL II

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Bell acordou com uma dor enorme na cabeça. Estava acorrentada junto aos outros Majubs por uma corrente anuladora de energia que a impedia de usar seus poderes. Não sabia por quanto tempo tinha ficado desacordada, mas sabia que eles tinham perdido a guerra. No momento em que ela acordou, o rei Bart estava suplicando piedade para o General Paki. O General, por sua vez, arrancou-lhe o coração na frente de todos os súditos para mostrar que eles agora o pertenciam.

– Todos vocês agora pertencem ao império Makali. Reivindico toda vida inteligente, bem como todos os recursos deste planeta em nome de Kahau, rei dos Makalis. Vida longa ao rei. – Disse o General Paki.

Depois do discurso os soldados Makalis começaram a levar os acorrentados para dentro da gigantesca espaçonave. Bell junto com outros foram colocados em um grande deposito de carga adaptado para acorrentar prisioneiros de guerra. Suas correntes se prenderam a anéis no chão limitando o movimento de todos eles.

– Bell é você? – Disse uma voz a alguns metros. Bell forçou os olhos e viu Betina.

– Betina? Aonde estão os outros? – Perguntou Bell.

– Sinto muito Bell. – Respondeu Betina em meio aos prantos. – Eles mataram todos. Me desculpa Bell – Betina chorava tanto que soluçava. – Tentamos nos esconder, mas eles nos alcançaram. – Ela continuava a falar e chorar.

– Todos? – Disse Bell quando as lágrimas começaram a cair – E Bolt? Me diz que Bolt está bem Betina, me diz por favor. – A maga continuava suplicando aos prantos. – Bolt! – Gritava na esperança do namorado estar ali em algum lugar junto com os outros e vivo.

– Cale a boca sua criatura imunda – Disse um dos guardas assim que agrediu a garota com um tapa na cara. Bell segurou o choro e tentou conter a sua tristeza. Não queria piorar a situação para ela e Betina. Pelo menos a amiga ainda estava viva e agora Bell iria fazer de tudo para não a perder também.

– Por que Bell? – Choramingou Betina assim que o guarda se afastou – Fazemos parte do acordo universal, temos proteção da Polícia. Por que eles não estão aqui para nos proteger? Por que os Makalis estão nos atacando? – A garota se perguntava aos prantos

– Makalis não obedecem a acordos. – Disse Bell que agora continha o choro – Além disso Maruá fica muito distante dos outros planetas, o ataque foi tão rápido que a Polícia só vai chegar depois que eles já estiverem nos levado para longe. – Explicou Bell – Mataram também o mago Lu. – Exclamou com raiva. – Vou tirar a gente daqui – Disse puxando as correntes.

– Essas correntes devem ser anuladoras de energia, elas nos impedem de usar a energia para a magia. Não vamos sair daqui Bell, nunca. – Betina dizia enquanto as lágrimas escorriam em seu rosto.

As correntes eram feitas de um material metálico utilizado para conter a energia dos seres vivos. O metal foi criado pela Polícia Universal para capturar criminosos pelo espaço. Fora uma exclusividade da organização militar por muitos anos até que algum ferreiro foi muito bem pago para compartilhar os segredos de sua forja, espalhando essa técnica para várias outras raças, inclusive as terroristas.

Permaneceram por algumas horas acorrentadas dentro do armazém de escravos da Inquisidora. Não tinha apenas Majubs ali, outras raças de outros planetas que foram atacados antes de Maruá estavam presas ali também. Devido a superlotação do local Bell imaginou que o próximo destino seria Maki, o planeta dos Makalis, para descarregar. Depois de uma longa espera a Inquisidora começou a se mover e em alguns minutos já estava navegando na velocidade da luz pelo espaço deixando Maruá para traz.

– Calem todos. – Disse um dos guardas que adentrou o armazém de escravos pouco depois da decolagem – vocês imundos de raça inferior são agora propriedade do império Makali. São nossos escravos e quero todos em silêncio.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora