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- Quando eu tinha 17 anos eu gostava de sair, ir a festa, balada, sair com os amigos. Bem, achava que era amigos! - Falo lembrando.

Pedro me olha atento a cada palavra que falo.

- Eu gostava de um garoto da escola, mas ele não sabia. Com o tempo passei a andar com os mesmo amigos dele. Acabamos que ficamos mais próximos eu e ele, começamos a sair, a ficar e com um tempo ele me pediu em namoro, era tudo o que eu mas queria, então aceitei. Depois de 2 meses namorando, ele sempre tentava algo a mais, não queria ficar só nos beijos e amassos. Mas eu ainda não estava pronta. - Falo sem olhar pra ele.

Pedro não diz nada, apenas segura na minha mão fazendo carinho nela.

- Ele falava que tava na hora da gente da um passo a mais, mas eu achava que ainda tava cedo. Então um dia ele disse que se a gente não desse esse passo a frente ele terminaria comigo. Eu tava completamente apaixonada e cega por ele, achava que o amava, então decidi que ia da esse passo com ele. Em uma noite quando os pais dele não tava em casa, ele me chamou pra ficar lá com ele, eu aceitei é claro, fazia de tudo pra estar com ele. - Meus olhos começa a lagrimejar, uma lágrima desce do meu olho.

Pedro limpa meu rosto.

- Se não quiser continuar tudo bem. - Diz ele.

- Tudo bem, eu quero. - Digo.

- Então nós tava se beijando, e ele começou a passar a mão no meu corpo, subimos pra quarto dele e ele começou a me beijar e tirar minha blusa, eu parei ele e disse que talvez nós deveria tentar outro dia, ele disse que me amava e que se não fizesse naquela noite, ele terminaria comigo, como eu não queria terminar com ele aceitei. Eu sei, não deveria ter deixado me levar, fui burra. Mas achava que ele era o amor da minha vida, e que ele me amava também.

- Você não foi burra, você só acreditou nele e no falso amor dele. - Diz Pedro.

- Então naquela noite transei com ele, me entreguei pra ele, pensando que ele me amava. Mas era tudo mentira.
Tudo foi uma aposta dele, o namoro, o falso amor, tudo. - Falo chorando.

- Como assim? - Pedro pergunta.

- Ele apostou com os amigos que ficaria comigo. No dia que passamos a noite na casa dele, que me entreguei pra ele. Ele filmou tudo! Depois ele enviou pros amigos o que aconteceu. Eu fui uma aposta pra ele. A escola toda ficou sabendo e só falava nisso, alguns me olhavam com pena, outros riam de mim. Eu era a piada na escola.

- Miserável, como ele pôde fazer isso.

- Eu fui falar com ele, perguntar por que ele fez aquilo, ele e os amigos dele riram de mim na frente de todos. Ele falou que nunca gostou de mim, era apenas uma aposta. Então mudei de escola, passei meses sem sair de casa. Então quando fiz meus 18 anos decidi mudar de cidade. Foi quando vim pra cá!

- Eu sinto muito por você ter passado por isso. - Diz Pedro

- Desde esse dia resolvi não me envolver com mais ninguém, não gostar de mais ninguém, fechei meu coração. Não acreditava no amor. Foi então que te conheci e fiz de tudo pra não sentir nada por você, tinha medo de passar por tudo de novo, de me machucar.

- Eu jamais faria algo assim com você. - Diz ele passando a mão no meu rosto.

- Eu sei, mas acreditava que se eu me relacionasse com alguém, ia se repetir tudo de novo.

- Eu entendo você e seu medo. Mas pode confiar em mim, nunca te machucaria desse jeito. - Diz ele, e beija minha mão.

Depois de conversamos mais, a Mily chega, me despeço do Pedro e ele vai embora.
Contar ao Pedro sobre o meu passado fez me sentir mais leve

Vou pro meu quarto tomo banho e me deito. Em pouco tempo acabo dormindo.

A Garota SolitáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora