A Garota Solitária

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Quando chegamos na sua casa entramos, ela é linda.

- Nossa, sua casa é linda. - Falo pra ele.

- Obrigada, fique a vontade. - Diz ele.

- Cadê seu pai? - Pergunto.

- Saiu, foi jantar fora com a esposa. - Responde ele.

Sentamos e ele me serve uma taça de vinho. Durante o jantar ficamos conversando sobre varias coisas, das suas tatuagens, de como ele começou a trabalhar na biblioteca, de como ele é com a madrasta dele.

Sempre falamos mais sobre ele, quando ele me pergunta algo sobre mim, mudo de assunto.
Depois que conversamos Pedro me leva pra casa. Quando chegamos em frente ao prédio, ele desliga o carro.

- Por que você nunca me fala sobre você? Sempre que te pergunto algo em relação a você, você logo muda de assunto. Por que? - Pergunta ele.

- Não tem nada de interessante sobre mim, acredite. - Falo.

- Mas gostaria de saber mas sobre você. - Diz ele me olhando.

- Eu não gosto de falar sobre mim, ou sobre o meu passado!.

- O que aconteceu pra te deixar assim? Porque sei que você não foi assim sempre. - Diz ele.

- Nem sempre eu fui assim. Mas as pessoas mudam, e eu mudei. - Falo olhando pra ele.

- Então me fala o que te fez mudar.

- Não é fácil pra mim, eu só queria esquecer o meu passado. - Falo olhando pela janela do carro.

- Ju, olha pra mim. - Fala Pedro, pegando no meu queixo e virando meu rosto pra ele.

- Eu sou seu amigo, e seja o que for que aconteceu contigo, eu estou aqui pra te ouvir.

- Eu não gosto de relembrar o passado Pedro. - Falo, já com os olhos cheios de lágrimas.

- Ei, não fica assim. - Diz Pedro me abraçando.

O abraço dele é tão bom, me faz me sentir segura. Ele me abraça mais forte, eu ficaria pra sempre no abraço dele.

Ele afasta um pouco seu rosto e me olha, ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha, ficamos nos olhando, ele encosta a testa dele na minha, eu sinto sua respiração no meu rosto, ele está tão próximo.

Passo minha mão no rosto dele, não sei por que estou fazendo isso, só faço. Então não consigo me segurar e beijo ele. Coloco minhas duas mãos no rosto dele e beijo sem medo, sinto os braços dele me envolver e me puxar pra mais perto dele.
Entrelaço meus dedos no cabelo dele, sentindo a macies do meu cabelo. Ele segura meu cabelo da nuca com delicadeza e me beija com mais vontade.

Depois que nos separamos, Pedro me olha sorrindo.

- Desculpa, eu não deveria.. - Tento falar, mas Pedro me corta beijando meus lábios.

- Deveria sim. - Diz ele ainda sorrindo.

Ficamos em silêncio nos olhando.

- É melhor eu entrar. - Falo.

- Tudo bem, quer que eu te acompanhe? - Pergunta ele.

- Ah, não precisa. E Obrigada pelo jantar, estava otimo. - Falo abrindo a porta do carro.

- Eu que agradeço pela companhia. - Diz ele.

- Então, boa noite. - Digo.

- Boa noite Ju. - Diz ele.

Saio do carro e entro no prédio, ainda não acredito que eu beijei o Pedro.