CAPITULO 6

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Até que enfim Camila recebeu alta e estava 100% recuperada. A recuperação total, que seria prevista para 60 dias, foi encurtada devido à boa evolução nas fisioterapias e no tratamento, permitindo que ela fosse liberada antes do tempo. No caminho para casa, Bia ligou para Bruna, que não conseguiu esconder sua felicidade e, rapidamente, convidou Camila e Bia para almoçar em sua casa. Aceitaram! Embora fosse dia de semana, Luan estava no Rio de Janeiro e só voltaria à noite. Então Camila ficou tranquila para ir até sua casa, sabendo que não o encontraria.

— Se fosse para a gente viajar na sexta, vocês conseguiriam?
— Na sexta? Não está muito em cima? — Bia indagou.
— Claro que não! Hoje é terça ainda.
— Por mim... Pode ser. — Bruna topou.
— Eu preciso falar com meu pai primeiro. Esqueceu que eu me comprometi a ajudar ele até eu ir embora? — Bia dizia sobre a gente mudar os planos da viagem.
— É só uma semana! Eu falo com o Tio Beto!
— Se ele concordar, tudo bem. — Disse encerrando o assunto.

— Meninas, o almoço está pronto! — Tia Mari nos avisou e fomos juntas para a sala de jantar.

— Me contém, por que estão eufóricas?
— Mãe, você não percebeu nada de diferente na Camila?
— Não! Estava tão concentrada na cozinha que nem reparei. Por que, o que aconteceu?
— Eu fui ao médico, e tirei a bota. Não vou mais precisar usar! Já estou completamente recuperada. — Camila disse empolgada.
— Olha que bênção, Camila! Que felicidade!
— E por esse motivo, estamos indo para Miami na sexta! — Bruna contou, eufórica.
— Mas já? Vocês não iriam daqui a um mês, ou mais?
— Sim, tia. A gente ia quando a Camila tirasse a bota, mas ela já tirou, então já vamos!
— Eu acho que está muito em cima para vocês irem para lá, não precisa ir com tanta pressa.
— Relaxa, mãe! Já está tudo resolvido. As passagens já estão até reservadas.
— Verdade, tia! Já está tudo certo! E eu já até mandei mensagem para o meu pai. Ele vai nos buscar no aeroporto!
— Vocês são terríveis!!! — Ela disse e sorriu simpática. Eu adorava a Tia Mari. Ela era tão simples, tão carinhosa... queria que a minha mãe fosse metade do que ela é.

— Mãe, cheguei!
— Aqui na cozinha, filho. — Gelei quando ouvi a voz de Luan.
— Boa tarde, meninas. — Boa tarde. Respondemos juntas, o que fez Camila se acalmar.
— O Clube da Luluzinha hoje?
— Reunião de princesas, irmão.
— Huuum, entendi!
— Senta-se para almoçar com a gente, filho.
— Para já!

Luan lavou as mãos no lavabo ao lado e se sentou conosco, em uma cadeira à minha frente. Começaram a conversar, perguntar como havia sido a semana, os shows, a gravação que ele fez hoje, e Camila se manteve calada.

— Ah, filho, sabe qual a novidade? A Camila tirou a tala. Já está recuperada.
— Olha, que notícia boa! Fico feliz por você. — Ele disse, encarando Camila.
— Eu agradeço! Também fiquei aliviada. — Camila sorriu pequeno.

— Tia, o almoço está uma delícia, mas eu preciso ir para casa agora.
— Mas já? Está cedo. Nem comeu a sobremesa ainda.
— Nada de sobremesa. Preciso emagrecer. Chega de moleza! 45 dias só comendo e dormindo! Já estou com umas gordurinhas localizadas que precisam sumir!
— Onde, menina? Deixa de história. Você está ótima. — Ela dizia enquanto me analisava.
— A fisioterapia ajudou um pouco. Senão eu já estaria roliça e sem nenhuma roupa. — Camila deu de ombros.
— Deixa disso! O importante é ter saúde e ser feliz!
— Sou feliz magrinha! — Camila disse brincando.
— Bia, passa lá antes de ir embora.
— Ok, eu passo!

— Tchau tia, tchau meninas, tchau Luan. — Camila se despediu acenando para todos. Pegou sua bolsa e foi rumo à porta. Quando estava chegando, lembrou do celular que havia ficado em cima da mesa.
— Desculpa! — Ela esbarrou logo em quem?
— Você esqueceu seu celular. — Luan disse, estava perto demais para o gosto de Camila.
— Obrigada, eu estava voltando para buscar. — Camila se afastou um pouco.
— Eu queria conversar com você...
— Agora eu não posso!
— Para de fugir de mim.
— Não dá, eu tenho que ir! — Camila saiu correndo da casa de Luan, atravessou e entrou rapidamente em sua casa. Fechou a porta e respirou ofegante.

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