Perdidos

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Natsu

É claro que eu sabia onde estávamos. Eu já até tinha dito pra Lucy... Um milhão de vezes! Mas por alguma razão, ela ficava desesperada só de pensar que estávamos perdidos.

— É só não pensar nisso! — disse para ela, depois que ela começou a fazer perguntas e suposições com aquela vozinha fina, do tipo: "E se ninguém nos achar?", "Minha vida já era...", essas coisas. — Nós não estamos perdidos, Lucy!

— Não estamos? Então, senhor Natsu... Qual seu sobrenome mesmo? — a cara dela fugiu do nervosismo para curiosidade.

— Dragneel, Natsu Dragneel.

Ela me lançou um olhar de fofura.

— Que lindo! — disse. Dois segundos depois, ela estava de volta com sua cara de nervosamente brava. — Nesse caso, Senhor Natsu Dragneel, é melhor me levar de volta JÁ!

— Sim senhora!! — disse, sarcástico, fazendo-a abrir um sorriso. — Ah... Assim está bem melhor! Era esse sorriso lindo que eu estava procurando. Venha então, Princesa de Martinelli... — fiz uma reverência e olhei para cima, esperando sua resposta. Recebi apenas uma cara de "sério?!", então desfiz a reverência e a estendi um braço. — Em todo caso, deixa que eu te guio. — como eu esperava, ela me deu a mão e começamos a andar.

Primeiro, tentei refazer meus passos, mas sentia que tinha algo errado. Quanto mais eu "refazia" os meus passos, mais fundo eu parecia ir naquela droga de cidade!

Lucy parecia sentir meu nervosismo.

— Natsu, você quer ajuda? — perguntou sutilmente.

Olhei para ela com um sorriso forçado.

— Tá tudo bem, Lucy — não pudia dar mancada com ela, então fechei o outro braço (que ela não estava segurando) trazendo-o ao peito e disse, convencido: — Prometo que vou te levar de volta!

Ela sorriu, assentindo e, de alguma forma, me deu forças para prosseguir. E então, a puxei para andar mais de pressa e fiz mais uma curva. Fiz outra e outra, até que voltamos a um lugar familiar.

— Tenho uma leve impressão de que conheço essa pedra! — disse, apontando para uma rocha de formato engraçado.

Lucy largou minha mão, nervosa mais uma vez (Que garotinha mais cabeça quente viu?), e disse:

— É porque estamos andando em círculos!

— O quê? — disse, chocado. — Mas eu jurava que não!

— É isso que dá ficar virando só pra direita! Vem — e catou minha mão —, eu vou conduzir isso agora.

Então, me puxou em sua direção e voltamos a andar.

Lucy

Não aguento mais! Se eu tinha que ficar perdida, tinha que ser com ele?! Ele era sínico e irritante, e se achava o bam-bam-bam da parada! Mas também era amoroso e tão... TÃO DOIDO!

— Lucy! — chamou ele.

O quê? — respondi, por entre dentes.

— Bem... Eu só ia dizer para conversarmos enquanto você nos guia, o que acha?

Fiz uma curva brusca para a esquerda.

— Na verdade... É até uma boa ideia — disse, relaxando um pouco minha mão na dele. — Sobre o que quer conversar?

— Bem... — ele parou, e sua força me fez tropeçar para trás. — Você disse que queria ser escritora, né?

Assenti, agora de frente para ele.

Como se num Conto De Fadas - Livro I da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora