Uma noite inesquecível

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Lissana

Depois de ter me arrumado, me dirigi à saída. Tinha de admitir: estava um pouco mais animada pra encontrar aquele tosco do Sting do que o esperado. Pra que tudo isso, Lissana? Talvez fosse aquele jeito sonso dele, ou aquele jeito desengonçado. Talvez fosse o carisma e o lado encantador e galã...

Balancei a cabeça. Chega disso. Me concentrei na beleza da cidade. Nunca me cansei de contemplá-la. Talvez nem essas luzes chegassem perto do brilho nos olhos do Sting. Que que é isso? Lissana, chega! Será que estar apaixonada era isso? Tudo tinha a ver com ele. Para aquele garoto.

Eu e ele saímos muitas vezes juntos. Tantas que já perdi a conta (Mira com certeza deve estar contando e com certeza sabe a resposta dessa pergunta). Porém, tudo parecia ser novo, não importava quantas vezes saíamos. Em todas, Sting não perdia o carisma. Será que ele sentia o mesmo por mim?

Não percebi que cerrava um dos punhos sobre o peito enquanto pensava nisso. Estava morrendo de curiosidade. Aliás, seria o primeiro encontro... Quer dizer, saída... que Sting não me acompanhava desde o início, deixando tudo com aquele ar de mistério. O garoto de cabelos loiros (quase que mais claros que o próprio sol), disse que ia me encontrar na praça central. Disse que ia ser uma "surpresa" o lugar pra onde iríamos.

É óbvio que eu estava ansiosa (já disse isso antes?). Só queria vê-lo. Não importa onde nos encontraríamos. Acabei corando com o pensamento.

***
Estava sentada em um banquinho na grande praça. Toda aquela ansiedade em vê-lo e aquela felicidade se esvaiu, já que Sting não tinha dado as caras. Vou atrás dele... Vou acabar com a raça daquele garoto. Vinte minutos se passaram. Aonde está esse moleque?

É assim, é? Pois não espero mais nenhum minuto. Me levantei apressada e furiosa. Se ele não ia aparecer, tudo bem. Claro que senti uma pontada de raiva por isso, juntamente com uma certa tristeza por não vê-lo.

— Lissana, pra onde você vai com tanta pressa? — chamou uma voz bastante familiar, que me pegou extremamente desprevenida

Virei-me bruscamente, assustada, e tropecei na rachadura presente em uma das rochas artificiais alojadas no chão. Me preparei para quebrar alguns dentes e dar de cara no chão.

Foi nesse momento que Sting me pegou pela mão, fez um gesto semelhante a um rodopio numa dança de valsa, fazendo com que no final, caísse, mas apoiada nos seus braços, o encarasse.

— Mais uma vez, salvei o dia. — gabou Sting.

Estava corada. Finalmente tomei uma atitude, me soltando de seus braços.

— Realmente, muito obrigada, príncipe encantado! — falei, a ironia óbvia em minha voz.

Sting apenas sorriu, como se achasse o elogio legítimo. Homens são tão sonsos...
Sem hesitar, o dei um chute na panturrilha. O garoto guinchou e caiu no chão, levando as mãos ao ligar atingido.

— Mas o quê...

— Como você se atreve se atrasar num encontro... digo... passeio, (como preferir!) que você mesmo marcou? Além do mais, deixou uma dama sozinha esperando! Que vergonha hein!

Sting pareceu bem compreensivo e até estar com remorso.

— Lis, foi mal, de verdade. Tive que resolver alguns assuntos...

Uma porcentagem da raiva se esvaiu, dando lugar a preocupação. O tom de sua voz não me pareceu muito seguro.

— Sting...

Como se num Conto De Fadas - Livro I da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora