Como se num Conto De Fadas - Livro I da série

Coração Partido

Lissana

Eu estava de coração partido e o motivo era mais de um... Primeiro, vi o amor da minha infância se apaixonando por outra pessoa, e digamos que esse amor está sendo bem correspondido. Segundo, Lucy era uma amiga para mim e o Natsu mais ainda. Se eu estivesse estragando esse momento com os meus ciúmes eu jamais me perdoaria. Mas eu não consigo evitar; eu sempre o amei, e não sei se vou largar esse sentimento assim tão fácil. Ver meu amor com outra pessoa também importante para mim faz meu coração delirar de angústia e ressentimento... Por isso, ao ver os dois fazendo um dueto perfeito da música que eu ensinei pra ele... Bem, dá pra imaginar a sensação né?

Eu tinha ido ao banheiro durante a leitura e vi os dois perto da sala de música, quando o Natsu pediu para Lucy fechar os olhos. Eu vi a forma que ele sorriu para ela e nunca sorriu para mim... Acabei por segui-los e vi tudo. Depois que a músicas acabou, já estava chorando e acabei perdida em meus sentimentos.

Ouvi Lucy chegar e se ajoelhar ao meu lado. Ela afagou meus cabelos, sem dizer uma única palavra. Era mesmo uma boa amiga; em momento algum ela fez a ridícula pergunta do "está tudo bem com você?", coisa que o Natsu faria, com certeza.

Olhei para ela e ela abriu um sorriso.

─ Quer conversar? Você anda meio triste ultimamente. ─ sua voz soou o mais meigo possível.

─ Eu... ─ enxuguei as lágrimas. ─ Na verdade tem sim algo que eu quero te contar.

****
Gray

(Almoço)

O sino finalmente toca, avisando-nos que o horário do almoço havia chegado. Eu ia puxar conversa nesse período e, no intervalo... Partiria para a etapa final. O período da leitura foi um sucesso: sentados lado a lado, Juvia dormiu encostada em meu ombro. Como sempre, continua grudada em mim. Em qualquer lugar que eu estivesse, ela me acompanhava (é claro que as exceções eram no banheiro e no dormitório, seus pervertidos!). Ao sairmos da sala, encontramo-nos e já decidimos onde íamos sentar. Catei sua mão e lá fomos nós.

─ Pra onde que os pombinhos pensam que vão? ─ provocaram Loke e Natsu

─ Não vão sentar com a gente? ─ insistiu Levy

─ Levy, não atrapalha a lua de mel do casal- Ai! ─ brincou Natsu, que levou um tapa da Levy em resposta ─ Lucy, me defende dessa sua amiguinha!

Todos encaramos Lucy, que fitava o chão, sem expressão qualquer.

─ Lucy, você tá bem? ─ perguntei

─ Olha o que vocês fizeram! Essas piadas sem-graça de vocês desanimaram a menina! ─ retrucou Levy

Lucy finalmente voltou sua atenção à nós e pude perceber que ela forçava um sorriso.

─ Ah... Eu? ─ murmurou ela, perdida ─ S-sim! Tô bem.

Levy, como sempre, se preocupou com a amiga. Porém, no momento, eu me concentrava na Juvia, que também estava preocupada com a Lucy.

─ Quer se sentar ali? ─ apontei.

Ela acenou com a cabeça.

─ Gray-sama, não podemos nos sentar aqui? Juvia está com um mau pressentimento. ─ respondeu ela.

─ Tem razão ─ repliquei.