Perdidos... De novo.

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Natsu

Chega. Chega de enrolações. Chega de demora. Chega de ficar longe da Lucy. Não importa o que aconteceria, eu ia falar com ela. Quer ela queira quer ela não. Ela tava muito estranha, e eu ia descobrir o que estava acontecendo com ela. Só esperava pra que não fossemos interrompidos outra vez. Só queria ter um momento com ela, com ela. Eu ia me desculpar de até coisas que eu não havia feito... ou havia.

A verdade é que não tinha ideia alguma do porquê Lucy estar tão... deprimida e raivosa. E era só pra comigo. Ninguém mais. Mas eu não tava aguentando mais. Era insuportável ficar longe daquele sorriso contagioso, daquele abraço apertado, daquelas conversas e momentos engraçados... Não tinha vergonha de admitir, gostava muito daquela garota (agora inclusive que Levy já sabia, nada era segredo). É claro que tinha quando se tratasse de admitir esse fato pra Lucy. Mas hoje ia ser diferente. Tinha de ser diferente.

Fazendo um mapa mental, fumaça parecia se esvair da minha cabeça enquanto eu pensava em exatamente o que dizer pra Lucy.

─ Cadê a Lissana? ─ perguntou Loki.

Finalmente percebi que ela não estava com a gente. Realmente, onde ela tinha se metido?

Não me senti tão preocupado. Lissana é muito inteligente. Não ia se meter em confusão. Aliás, conheço ela muito bem. Ela devia estar terminando a parte dela na limpeza da escola.

─ Com certeza ela vai nos encontrar na FairyTail. ─ afirmei ─ Vamos indo, pessoal?

─ Ele tem razão, ─ acrescento Gray ─ mas só dessa vez, é claro.

─ Cala a boca, cabeça de bagre! ─ repliquei.

Todos enfim seguiram ao caminho de volta da casa. Me senti um pouco culpado e egoísta por estar tão apressado e me preocupar pouco com a Lissana. Mas a ansiedade e a agonia estavam me matando. Então... Vamo nessa.

****

Depois de uns quinze minutos, estávamos na República. Eu tava louco pra poder conversar e resolver as coisas, fazendo com que elas voltassem ao normal. Mas eu também sabia que devia esperar o momento certo.

Então, pra passar o tempo, fui direto pra cozinha. No caminho porém, tropecei na mesinha baixa de café. Caí com tudo no chão.

Mas que...

Me contive quando percebi que a Bíblia da Lucy também estava no chão. Tive tempo de me recompor e então, fiz o que qualquer um teria feito: peguei a Bíblia e coloquei-a na mesinha.

Antes que eu pudesse impedir, vários bilhetes e papéis caíram da Bíblia, todos esparramados pelo chão. Hum... Droga. Ela não vai perceber se eu devolvê-los em uma página aleatória, vai? No processo, não consegui me segurar. Tinha que dar uma espiadinha.

Vários dos papeis eram cartas do seu pai ─ o Sr. Jude. Cartas que lembravam Lucy de que seu pai sempre estaria ao seu lado e que sempre a amaria. Algumas até falavam sobre mim, o que, de fato, me surpreendeu. Já outros papéis eram versículos denotados, escritos na caligrafia da Lucy. Tinha até uns versículos que eu já conhecia, tipo: "Salmo 91:2: Direi ao SENHOR: Ele é meu Deus, meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei", um versículo muito bonito.

Outros papéis porém, falavam sobre mim, porém, na letra da Lucy. Comecei a lê-los o mais rápido possível, quando de repente, uma figura apareceu na minha visão periférica.

─ Natsu?! ─ gritou uma voz que eu bem conhecia ─ O que é que você está fazendo?!

Óbvio, eu não sabia o que responder.

Como se num Conto De Fadas - Livro I da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora