Quase lá

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Lucy

Eu estava perdendo a cabeça. Não estava aguentando mais ver alguém tão precioso pra mim naquele estado. Tudo por minha causa... Lágrimas. Sempre isso. Algo semelhante a 1/4 de água do meu corpo já tinha se esvaído, de tanto chorar.

Chorei porque a culpa era minha.

Chorei também porque se não fosse por Natsu (bastante usado por Deus), não sei onde estaria agora.

Estaria provavelmente... morta.

Natsu tinha sido encaminhado à um hospital, depois de passarmos na delegacia. Durante todo percurso, tive de colocar um "saco de gelo" em seus olhos, canto dos lábios, e em algumas outras regiões. Não consegui resistir ao ver aquele rosto lindo e alegre tão ferido. Lembrei-me também que Natsu tinha deixado vários hematomas no rosto daquele sujeito. Como ele é forte. Foi aí que me lembrei do pessoal na República. Meu Deus...! Pensei no estado em que Mira-chan estaria. Meu coração quase parou. Onde estaria o pessoal? Eles estavam nos procurando. A não!

Acordei-me dos meus pensamentos quando lembrei que estava ao lado do Natsu, que estava numa cama, ainda inconsciente. Tinham me deixado acompanhá-lo, já que todo o procedimento não seria nada complexo. Tinha de agir rápido. Os policiais esperavam na recepção. Tinham sido muito gentis conosco. Eu iria lá e pediria algum celular emprestado. Com certeza iriam entender.

— Vou deixá-lo só por um momento, okay? — disse à Natsu, dando-o um beijo na testa.

Assenti com a cabeça para a enfermeira ao meu lado. Abri a porta, dei uma olhada para trás. Suspirei. Segui adiante.

— Lucy adiante! — gritei, percebendo os olhares confusos das pessoas na triagem espalhados pelo corredor.

Dei uma risadinha, lembrando-me de todos os momentos que eu vivi com aquele garoto. Já tínhamos nos perdido três vezes(!). Até dentro de um hospital. Pensava nisso enquanto me encaminhava até a recepção.

O policial se levantou ao me ver chegando.

— Srta. Heartifilia? — disse ele — Aconteceu aluma coisa?

— Não — respondi, com um sorriso — Mas obrigada por se preocupar

Ele sorriu em resposta.

— Em que posso ajudá-la?

— Posso... Pegar o seu celular emprestado? — perguntei, por algum motivo um pouco ansiosa — É que tem um pessoal muito preocupado com a gente...

— Não precisa se explicar! Mas é claro que te empresto — exclamou ele — Toma aqui.

Ele retirou seu celular do bolso, o desbloqueou ( com reconhecimento facial, aliás) e o colocou na minha mão. Esbocei um obrigada com os lábios e rapidamente digitei o número do telefone fixo, orando com todas as forças que pelo menos alguém estava na República. Rapidamente, alguém atendeu.

— Alô...

ALÔ! Quem tá falando? — respondeu um voz bem familiar do outro lado da linha.

— Mira...? — chamei.

Ai meu Deus! — podia jurar que Mira estava chorando — Querida... Lucy! Ta tudo bem?!

O celular tremeu na minha mão. Estava me sentindo péssima...

— Sim... sim. — comecei a chorar mais uma vez. — O... Natsu se feriu gravemente...

Lucy... — foi apenas o que Mira replicou. — Querida por favor... Não se culpe. Vai ficar tudo bem. Laxus acabou de chegar com Makarov. Estou indo pra aí agora.

Como se num Conto De Fadas - Livro I da sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora