Natsu
Eu conversava com Jellal, que insistiu em falar depois que Lucy saiu seguida pelas meninas. Estava muito pressionado e extremamente arrependido. Por que fui tão burro? Devia ter contado a verdade, mas... Ah, sei lá!
— Pô, cara! — começou ele — Que mancada você deu dessa vez?
Cocei a cabeça, sem vontade de ser cínico e perguntar a primeira coisa que me veio. O ocorrido mexeu tanto comigo que não estava com vontade nem de brincar.
— Ah, eu... — soltei um suspiro pesado — Tá bom, tá bom, o que aconteceu foi o seguinte...
E contei tudo, desde o hospital e quando ouvi ela dizer que me amava. Mas deixei de fora a parte que chorei ao ouvir aquelas palavras, precisava manter minha reputação. Finalizei com a conversa que tínhamos acabado de ter, e da mentira que participou dela.
Jellal assentiu com a cabeça, mas tinha uma expressão dotada de indignação. Depois que terminei, falou:
— Mas não dá pra te defender cara... Por que você mentiu então? — ele me olhava com curiosidade, como se eu fosse ter uma ótima desculpa.
Dei um risada fraca antes de responder.
— Não tenho a resposta que você espera — minha voz saiu meio embargada, e cocei a garganta — Fui só um idiota e um covarde. Um grande e tosco... Covarde.
Abaixei a cabeça, e Jellal me deu um tapinha nas costas.
— Escuta, cara, você ama ela?
Olhei para ele e exibi o máximo de determinação que consegui.
— Mais do que tudo no mundo.
Ele sorriu.
— Então, você tem que correr atrás dela.
Lucy
Levy e Erza me deixaram ficar sozinha um pouco. Por isso, me surpreendi com uma batida na porta apenas alguns minutos depois. Sem esperar por respostas, o sujeito entra e a fecha devagar. Não me obrigo a virar para ver quem é, não estou com esse ânimo, e nem sei quando o terei de novo.
— Desculpa — disse Natsu, e enfiei a cabeça no travesseiro.
Devia ter olhado quem era...
— Luce, não faz isso comigo — sua voz falhava, e vê-lo me chamar pelo apelido me atingiu no íntimo.
— Vai embora! — esbravejei, mas minha voz foi abafada pelo travesseiro.
Mas ele não foi. Claro que não, era o Natsu. Ele se sentou na minha cama tão devagar que não teria percebido se ela não tivesse afundado um pouco. Achei que ele fosse me tocar, e talvez tenha mesmo tentado, mas algo o impediu. Senti a tensão emanar de seu corpo, e me segurei muito para não chorar.
— Eu estraguei tudo não foi? — ele soltou uma risada fraca. Puxou o ar, depois o soltou, e como não obteve resposta, continuou: — Tá bem, lá vai...
Tinha começado a sentir o peso de seu silêncio quando ele finalmente finalizou:
— Eu ouvi tudo.
E com isso, Natsu Dragneel conseguiu conquistar toda a minha atenção. Levantei minha cabeça, provavelmente com os olhos vermelhos, e me apoiei em meu braço esquerdo, encarando-o fixamente. Não levantei meu olhar para ele, não ainda.
— Tudo mesmo? — perguntei, com os olhos fixos no braço.
Ele hesitou.
— Aí depende... — sua voz era de ironia, mas não teve graça, e ele percebeu — Tá, brincadeira. Tudo mesmo.
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Como se num Conto De Fadas - Livro I da série
FanfictionO que você faria se sua família, casa e amigos fossem arrancados de você? Lucy Heartfillia não sabe ao certo a resposta, mas sabe que mesmo triste, "arrancado" não é a palavra certa para usar. Ela sabe que Deus a preparou pra esse momento, e que Ele...