Natsu
Eu já estava ficando cansado de esperar. Não tem nada pra fazer! É claro que devo uma à Lucy. Mais uma saída foi pro brejo. Droga, tudo deu errado. Não queria que as coisas tivessem acontecido desse jeito. Tudo que eu menos queria era entristecê-la. Lembrei da situação do meu velho... Mas eu não podia pensar nisso agora. Eu tinha que estar aqui pela Lucy.
Eu esperava ansiosamente sentado em um banco na recepção. Finalmente, decidi preencher minha mente. O que que eu posso fazer? Meus olhos percorreram as cadeiras enfileiradas, cheias de gente. Era um espaço grande, pintado pela cor mais clichê em hospitais: branco. A sala tinha um formato de hexágono. Além disso, a cerâmica era de porcelanato, de cor bege. Os rodapés que revestiam as paredes eram de madeira, algo bem formal. Vários corredores lidavam pra vários consultórios diferentes, ou até mesmo pra salas de cirurgias. A iluminação era ofuscante e clara. Era de cegar mesmo. Tem como abaixar esse brilho?
De repente, minha atenção foi desviada pra àquelas pessoas que estavam ali. Comecei a me perguntar de como essa gente veio parar aqui. Um grande sentimento de pena e tristeza invadiu meu coração. Muita gente tava ferida (encaminhadas pra um consultório o mais rápido possível). Outras vomitavam ali mesmo. Coitadas. E será que o Dr. Heartfillia estava bem? Só espero que ele consiga-
— Natsu! — Lucy gritou, correndo.
Assustei tanto que caí da cadeira com um pulo pra trás. Lucy não resistiu se não à rir.
— Calma seu bobo! Sou só eu. — brincou ela.
— Não diga... — retruquei, me recompondo.
Lucy soltou uma leve risada, então logo a acompanhei. Porém, percebi o quanto seus olhos estavam inchados. Um frio percorreu minha espinha. Será que seu pai estava bem? Ela chorava por alegria ou por tristeza? Ele estava consciente?
— Então...? — perguntei, um pouco hesitante.
— Ele tá bem! — disse ela, com um sorriso — Meu pai quer te conhecer.
— Ah...! — respondi, com um pesado suspiro de alívio.
Não demorou poucos segundos pro alívio se transformar em medo. Eu iria conhecer Jude Heartfillia! Quanta honra! Ao mesmo tempo... Eu estava extremamente nervoso, só que eu não sabia explicar o porquê. Ela não era minha namorada ou coisa do tipo.
— Natsu. — disse Lucy, me assustando (mais uma vez) — Tá tudo bem?
— Hmpfft, claro que tá! Eu só tô um pouco nervoso.
— Pera aí... Natsu, — disse ela, fazendo um intervalo — Você tá com medo de ver meu pai?
— Bem... — respondi, coçando a cabeça — É porque existe muita responsabilidade e coragem pra...
Ela me interrompeu com gargalhadas baixas. Confuso, eu simplesmente forcei um sorriso.
— Ei! Você vai ver que meu pai é muito gente fina. Fica tranquilo. — afirmou ela.
— Se é o que você tá dizendo... — repliquei.
— E o que nós estamos esperando? Vem! — ela me puxou e passou por uma moça bonita e sorridente com um aceno (ela me disse que o nome dela era Evergreen), já me conduzindo pelos corredores brancos longos e assustadores (fala sério, por que todo hospital tem que ter corredores longos e assustadores?). Como de costume, percorremos o caminho de mãos dadas.
****
Depois de vários corredores e elevadores, chegamos à uma parte mais chique e formal do hospital. O piso já era de porcelanato. As paredes eram pintadas de uma cor diferente. Lucy me explicou que cada andar era dividido de acordo com a posição de cada funcionário na petrolífera. O bloco que estávamos era o bloco Atenas, no 3o andar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como se num Conto De Fadas - Livro I da série
FanfictionO que você faria se sua família, casa e amigos fossem arrancados de você? Lucy Heartfillia não sabe ao certo a resposta, mas sabe que mesmo triste, "arrancado" não é a palavra certa para usar. Ela sabe que Deus a preparou pra esse momento, e que Ele...