Capítulo 31

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Eu não conseguia pensar em nada naquele momento, só sai da escola e fui até a casa do Tony. Cheguei desesperado.

– O que aconteceu? – Tony perguntou, ao me ver.

– Eu beijei a Alison... – cuspi as palavras, passando a mão pelo rosto.

– VOCÊ O QUÊ!? – perguntou indignado.

– Eu beijei a Alison e acho que gostei... – olhei-o assustado. Tony me empurrou para dentro de seu quarto.

– Você me deve uma boa explicação! – ele disse curioso.

– Não vai ficar me atrapalhando enquanto eu falo o que aconteceu, certo? – perguntei.

– Não. – ele disse. – Mas não enrola muito!

Assenti com a cabeça, ainda sem saber se queria contar o que havia acontecido para ele. Encarei o chão por alguns segundos antes de tomar coragem para falar algo.

– Eu não sei explicar. – confessei, encarando o chão aos meus pés.

– Nem vem com essa! – ele deu um tapa em minha cabeça.

– Para de enrolar!

– Saco! – retruquei.

Eu não queria, não me sentia pronto para explicar a bagunça que aconteceu uma hora antes. Ele não me deixaria ir para casa sem antes falar o que aconteceu.

– O senhor Andrews nos fez limpar a escola como castigo. – comecei, desviando o olhar para o outro lado.

– Que droga! – resmunguei – Eu a beijei, foi rápido e eu não consegui, sei lá, não beijar ela de novo!

–  Você a beijou duas vezes? – ergueu uma de suas sobrancelhas. Confirmei com a cabeça e ele riu.

– Eu sabia! – ele deu um grito contente.

– Sempre soube que vocês dois acabariam se agarrando alguma hora, eu só não sabia que era no beijo!

– Cala a boca, eu não gosto dela! – empurrei-o.

– Ela é bonita, mas complicada demais... – Tony disse.

__É, mas... foi diferente, não sei mas foi totalmente diferente do normal. – Fiquei em silêncio e joguei meu corpo para trás, deitando-me na cama.

A noite era misteriosa e guardava segredos e mistérios que ninguem pode imaginar, dentre esses mistérios e porquês, estava a lembrança que me atormentaria por um bom tempo.

– Tô indo pra casa.  – anunciei.

– Beleza! – respirou fundo.

[...]

Abri a porta de casa, sentindo o frio invadir a casa. Tranquei a porta rapidamente. Andei até a sala indo em direção da escada, encontrando meus pais sentados no sofá, me encarando.

– Quero descansar! – sorri para eles, caminhando em direção à escada que daria para o meu quarto.

Abri a porta de meu quarto e, ao fechá-la tirei minha camiseta a jogando em qualquer lugar, e fui em direção do banheiro.

Precisava tirar Alison de mim, porque toda vez que ela aparecia eu sempre me envolvia em uma encrenca depois de prometer para mim mesmo que nunca mais me envolveria em sua vida.

Eu tinha o que queria agora. Eu finalmente tinha arrumado um motivo para desistir de perturbar a Alison. Agora ela não era mais a única que não caia em meus encantos. Agora eu tinha um motivo de  saber o porquê dela ser a única garota do Colégio Lighty não era apaixonada por mim.

Mas, ainda assim, eu não me sentia satisfeito, porque eu já tinha me acostumado com a presença diária dela em minha vida, eu já tinha me acostumado de sempre a importuna-la.

Não queria aquele sentimento para mim, porque eu nem mesmo o compreendia, ele era estranho, bagunçado, cheio de porquês e estranhamente confuso. A vontade de quere-la sempre perto de mim, a raiva que eu sentia de outras pessoas que falavam mal dela, tudo isso era estranhamente ruim. Eu não tinha mais minha vida como antes. A bebida  já não tinha tanto efeito. fumar já não me relaxava.

Ela costumava sempre me encarar me olhando nos olhos como se soubesse tudo que eu sentia e pensava mas esses últimos meses ela só me encara com aqueles olhos morto e tristes.

Os olhares de garotas nunca costumavam ser de grande coisa para mim. Mas o dela era diferente, o dela parecia importante para mim mesmo eu não entendendo isso.

Eu sempre encontrava meninas carentes querendo suprir seus desejos e necessidade com algo que não era duradouro.

"Por que ela tinha que ser diferente das outras?"

O tempo tempo nos conectou cada vez mais nos fazendo ser dependente um do outro mesmo sem sabermos.

Eu detestava aquilo, não queria sentir aquilo, aquela dependência, mas era inevitável. Eu já tinha me acostumado com sua presença constante como uma pedra em meu caminho, na verdade, não era mais com uma pedra.

Sai do banheiro com o mesmo sentimento pesado e estranho.

Eu não conseguia supera-la não queria esquecer aquela noite, muito menos supera-la. porque não queria admitir aquele sentimento diferente e de ausência.

Eu não entendia nada daquilo, eu não entendia todo esse sentimento. Eu não entendia todo aquele turbilhão de sentimentos que vinha de uma só vez me puxando para baixo e me levando para o abismo infernal.

Talvez ela poderia ser a única pessoa que me tiraria disso, que me tiraria desse abismo, mas eu não assumiria que precisva dela, que precisava de seu toque perto de mim, de seu temperamento forte todos os dias, porque eu não entendia aquilo.

Eu jamais admitiria que precisava dela, por que Logan Parker assumiria algo assim?

Contínua?

(MAIS UMA FOTO DO PARKER!! hehe)

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