– Alison, acho que está na hora de conversarmos. – Elliot disse levantando e vindo ao meu encontro.– Não Elliot, eu não consigo, não quero, eu estou me recuperando, e se tivermos essa conversa, que não sei do que se trata, provavelmente não vou consegui me recuperar. – O interrompi. Elliot baixou a cabeça olhando para o chão.
– Por favor, eu prometo que teremos essa conversa, mas agora não. – Falei fazendo Elliot olhar-me novamente e concordar com a cabeça sem escolha.
Parker
O treino tinha sido bastante puxado, estou tentando me manter focado totalmente no jogo, mas está sendo quase impossível, em todos os meus pensamentos sempre a Alison está.Ela não saía da minha cabeça, nunca saía. Nem mesmo quando eu queria me livrar, eu não conseguia, isso tudo porque ela tinha o controle de tudo.
Ela tinha o controle sob nós dois, ela sempre teve no controle de tudo, mesmo eu não percebendo.
Sentindo o vento chocar-se contra meu corpo naquela noite gelada, eu mantinha os braços apoiados na grade da sacada, eu tentava entender cada parte dos porquês que eu tinha em minha cabeça, eu tentava entender a minha relação com a Alison. O que era bastante complicada.
– Está tarde para ficar acordado, Loginho! – a voz de Janet a empregada, invadiu os meus ouvidos.
– Estou sem sono. – Disse sem pouco caso.
– O que acontece aí dentro? – a mulher disse como se tivesse vendo o que acontecia por dentro, provavelmente ela sabia mais do que eu sobre mim mesmo, ela cuidou de mim desde quando eu nasci. Ela tinha uma ligação forte comigo, tão forte quanto a minha e da Alison. Ela sabia quando eu tinha problemas, quando eu estava irritado com algo, quando eu mentia ou quando eu sentia.
– Quem está causando toda essa insônia? – ela perguntou.
– Alison Walker. – admiti com uma certa dificuldade.
– A irmã do Elliot? – perguntou, e eu confirmei com a cabeça.
– A que você vivi implicando desde que se conhece por gente? – ela perguntou ainda surpresa e confirmei com a cabeça e ela riu.
– Por que ela está te deixando assim? Loginho? – perguntou. – Ela costuma te deixar irritado.
– Eu também não sei. Ela simplesmente está fazendo uma bagunça dentro de mim! – Falei nervoso e Janet riu abafado.
Ela encarava toda a paisagem que havia na sacada de meu quarto.
– Você sempre se enfiava em encrencas que envolviam ela, essa menina sempre te enfrentava e te mostrava que você não era tão importante para ela quanto era para as outras garotas. Ela sempre se sobressaía melhor que você. – deixei escapar um riso. Era verdade, Alison sempre me mostrou que eu não era tão importante quanto eu me achava.
Durante todos os anos que se passaram, eu tinha a inevitável vontade de domina-la, como eu sempre fiz com a maioria das crianças.
Mas ela não era desse tipo. Eu queria que ela fosse tão simples quanto as outras garotas. Mas nunca seria dessa forma.
garota, como você consegue?
Como você consegue ser tão diferente e tão especial das outras garotas?
– Não acha estranho como ela sempre conseguiu fazer isso? – Janet me olhou deixando -me confuso.
– Logo você, que sempre foi o "ninguém manda em mim"? – Janet perguntou dando ênfase na última palavra já que desde pequeno eu sempre falava que ninguém mandava em mim.
– Não acha que essa implicância com ela significa alguma coisa? algum sentimento? – ela sorriu tentando-me entregar algum tipo de resposta, e eu sentia que eu precisava dessa resposta.
– Isso só significa que eu não a suporto e odeio essa menina desde, sei lá, a minha vida inteira.
– Talvez seja algo mais que isso. Garoto. – ela levantou-se para sair.
– Mas você tem que descobrir isso sozinho. E precisa ir dormir.
Alison
A noite chegara, e o frio veio junto com a beleza da noite. Eu tinha combinado de sair com o Bryan, desci as escadas assim que ouvi a companhia tocar.O Elliot foi mais rápido e abriu a porta antes que eu chegasse à tempo, apesar de ser desconcertante ter o Elliot de volta em casa, era tudo que eu mais queria, não me sentir sozinha.
– Bryan? – Elliot perguntou assim que abriu a porta e viu o Bryan.
– Oi Elliot, a Alison... ela...
– Eu estou aqui. – Falei descendo as escadas e indo em direção da porta, impedindo que Bryan terminasse a pergunta.
– Vocês vão sair? – Elliot perguntou e eu assenti.
– Eu prometo trazê-la cedo. – Bryan se manifestou como se fosse um namorado prometendo para o pai da garota que a trazeria cedo.
Elliot confirmou com a cabeça e saímos de casa, entramos em seu carro e ele deu partida.
– Já sabe o filme que iremos assistir? – perguntei pro mesmo que balançou a cabeça negativamente.
– Não pensei nessa parte. – Ele disse rindo me fazendo rir junto.
– Que tal terror? – perguntei animada.
–Tá pode ser, mas já vou avisando, não quero passar vergonha se você gritar no cinema, viu? – Ele disse me fazendo rir, já que na maioria das vezes quem se assustava mais era ele.
– Pode me abraçar se sentir medo, Bryanzinho. – zuei o mesmo que sorriu.
– Alison, sabe que não terminamos aquela conversa não é? – Bryan mudou de assunto com o tom de voz mais sério, me deixando tensa.
– E sabe que não pode esconder coisas de mim, você simplesmente não consegue.
Era verdade, eu não consigo esconder nada dele.
Mas dessa vez eu não tinha o que esconder, porque eu simplesmente estava confusa. Talvez o melhor jeito era se abrir para ele.
– Bryan, eu sei que não consigo esconder nada de você, e não quero esconder nada, mas eu estou totalmente confusa comigo mesma. – Desabafei.
– Confusa com o quê? – Bryan perguntou com suas sobrancelhas arqueadas.
– Com tudo! Eu estou tendo uma confusão tão grande com o meu eu. E eu simplesmente não consigo responder o que sinto!
– Sabe quando você proucura respostas, mas só consegue mais perguntas? – perguntei fazendo o mesmo assenti.
– Talvez essa confusão toda seja porque você não quer aceitar algo? – Ele respondeu com outra pergunta, me deixando mais perdida.
– Eu não sei o que você quis dizer com isso. Acha que devo ter uma conversa séria com o Elliot o papai e o Parker? – perguntei fazendo o mesmo me olhar surpreso.
– O que o Parker tem a ver com isso? – Ele perguntou surpreso.
Contínua?
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ACASOS
Teen FictionDois meses após o trágico acidente que sofreu de carro que matou sua mãe. Fez Alison Walker de 16 anos líder de torcida, se sentir morta, e culpada pela morte de sua mãe, Alison sente que sua vida se foi assim que a da sua mãe se foi. Mas quem menos...