Capítulo 01

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Alison
Sabe quando você morre, mas ainda está ali, respirando o ar e seu coração esta batendo? Pois é, é como eu me sinto. Mas algumas pessoas fala que eu tive sorte, outras que eu nasci de novo, mas a verdade é que eu morri, estou morta.

Dois meses após um acidente que tive no qual levou a minha mãe a óbito, como falam em filmes. Não é fácil você superar a morte de alguém. A minha mãe deveria estar viva, e eu naquele maldito túmulo que tem no cemitério no qual vou todos os dias chorar.

Eu me sinto perdida, eu preciso me recuperar, preciso me sentir viva, tenho que voltar a minha vida.

Esses últimos meses não tenho dormido bem, na verdade nesses últimos meses não estou nada bem.

Acho que não estou pronta para voltar a minha vida escolar, mas hoje é o dia e eu preciso encarar tudo e o mais difícil "eu estou bem" o que é uma mentira feia, eu não estou NADA bem, mas vou ficar bem, eu preciso.

E essa foi a última vez que falei essa palavra na frente do espelho depois de quatro vezes. Desci para cozinha e me sentei na primeira cadeira que encontrei.

- Bom dia Alison! - disse meu pai assim que me sentei. Não respondi, o meu dia não tem nada de bom, e nem vai ficar.

- Alison cabeça de E.T, era pra você ter tomado café à três minutos atrás.

- Eu sei Elliot - Retruquei meu irmão. Elliot Walker: Meu irmão mais velho, olhos verdes cabelos castanhos joga no time de futebol americano, popular idiota igual os amigos deles, mas um bom irmão, pelo menos ele está tentando ser depois da morte da mamãe, já que o papai só vive viajando.

- Tudo bem eu te espero - revirou os olhos.

- Tudo bem, eu não vou comer. - falei me levantando e indo em direção à porta. Entrei no carro e ele fez o mesmo ligou o carro e deu partida.

- Você está pronta? - Elliot olhou pr mim com os olhos preocupados. Não respondi, porque eu não estava pronta.

Ele entendeu e apenas continuou olhando para a estrada. Assim que chegamos na escola ele parou o carro e olhou pra mim.

- Vai ficar tudo bem, vamos superar. - É fácil falar que vamos superar, falou o que está superando, vive chapado pra tentar amenizar o que ele sente.

Sai do carro e entrei na escola. É no inferno que chamam de escola, o lugar mais tóxico e cheio de pessoas idiotas que apenas ligam pro que você tem e não pro que você é.

Assim que entrei na escola me deparei com olhares de pena para mim, e vários cochichos sobre como tinham dó de mim. As pessoas começaram a chegar em mim e dizer vários sinto muito.

Mas eles não sentem muito, acham que é o dever deles falar isso.

- Eae, Walker estranha! - Mas como se já não bastasse todos esses conflitos ainda tem o garoto mais idiota e mais insuportável para mim encher o saco.

Logan Parker: O garoto mais irritante do planeta! O babaca dono dos olhos azuis arrogante, de cabelos castanhos escuros, o qual todas as garotas se derretem, opa! Menos eu.

Eu o conheço desde os seis anos de idade, ele é o melhor amigo do meu irmão. O idiota que eu tenho que aturar em casa todos os dias, e sim, A gente briga vinte e quatro horas! Ele é um idiota. como se já não bastasse, se achar o dono da escola.

- Não enche Logan! - Retruquei.

- Você não precisa ficar assim! Eu sei o que aconteceu... - É claro que ele sabe.

- Eu não preciso da sua pena, muito menos do seu "eu sinto muito". - falei firme. O que o fez sorrir, aquele maldito sorriso sarcástico apareceu em seus lábios.

- Sinto muito por quem esteja morta seja a Sr. Walker e não você. - Aquilo doeu, e doeu muito. Eu sei que eu que merecia estar no lugar dela, mas nunca tinha ouvido isso de outra pessoa além de mim mesma.

Eu quase deixei cair uma lágrima, mas não daria esse gosto para ele.

- Você é um idiota! - Saí atropelando o mesmo, fui diretamente para a sala, eu era mais forte que isso, eu era mais forte que o Logan.

O sinal tocou e fui para o refeitório, me senti só, mas não fiquei por muito tempo só, as meninas da equipe vinheram sentar comigo.

- Ali! - Amy: A loura que não é natural mas combina perfeitamente com seus olhos castanhos. Minha melhor amiga e também uma lider de torcida. A mesma se sentou ao meu lado.

Depois da última aula fui até meu armário colocar alguns livros, sinto a porta ser fechada agressivamente o que fez meus livros caírem, olhei pro lado e não podia ser nada mais nada menos que Logan Parker, revirei os olhos e me abaixei para recolher os livros.

- Mais cuidado da próxima vez Walker! - acenou de costas, rindo com o seu sarcástico de sempre.

- Obrigada por me assustar, Parker! - resmunguei ironizando.

- Sem problema! - Eu detestava Parker com todas as minhas forças e sinceramente, já cheguei a cogitar a idéia de fazer uma mandinga para ele sumir da minha vida e da escola, mas isso foi quando eu tinha onze anos de idade, talvez eu coloque em prática agora, já que tenho dezesseis .. Não é uma má idéia.

Entrei no carro do meu irmão e descontei a minha raiva no mesmo.

- Caralho Alison! Você bate muito forte! - disse ele alisando o braço.

- Isso tudo é culpa sua! Podia mandar aquele idiota parar de me atormentar! - Gritei jogando a bolsa para trás.

- Foda-se vocês dois! Já cansei de vocês. - Resmungou e deu partida no carro. Depois de alguns minutos em silêncio, quebrei o mesmo.

- Ele disse que era para mim está no lugar da mamãe.

- O Logan? Desde quando se importa com o que Logan fala? - Elliot falou rindo.

- Ele está certo, eu mereço esta no lugar da mamãe. Foi culpa minha.

- Dane -se o que você pensa! Ou o que você acredita achar! Você não merece morrer! E não é sua culpa o carro ter capotado com vocês duas! Caralho! até quando vai ficar se culpando? - Elliot parecia bravo.

- Eu ja perdi a mamãe! Não posso perder você também! - O caminho foi silencioso, ele parou o carro em frente à nossa casa e eu saí do carro disparadamente.

Entrei em meu quarto e minhas lágrimas desceram sem parar, eu sentia uma dor horrível dentro de mim, eu precisava colocá-la para fora! Mas o choro não estava aliviando.

Nunca aliviava por completo a minha dor.

Então, entrei no banheiro peguei a gilete e em meio ao choro, levantei minha blusa e fiz um corte não muito profundo em minha cintura, logo a dor veio a tona, mas a dor não era mais forte do que a dor que eu sentia dentro de mim.

Aquilo me aliviou. Tomei um banho e me deitei na cama.

Acho que sobrevivi a esse dia.

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