Capítulo 16

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Parker
Eu estava tão nervoso, tão frustrado, aquele maldito merecia mais, muito mais. Eu ainda estava na arquibancada, peguei um cigarro acendi e comecei a fumar, para ver se me acalmava mais. Vejo Tony vindo em minha direção.

– Caralho Logan! Seu filha da puta! Você quem fez aquela merda no rosto do Mike, não é! – Tony me da um soco no ombro direito. Dei de ombros e ele jogou o cigarro que eu fumava.

– Percebe a merda que você fez? Cacete! Parker! Se ele te dedurar, você vai ser expulso dessa temporada de jogo! Você sabe muito bem o que o treinador falou! – Gritou nervoso, andando de um lado para o outro.

– Eu sei porra! Acha que não tentei me segurar? Mais Não me aguentei. – Falei irritado.

– Eu te falei! A Alison não é assunto seu Logan, para de se intrometer nas coisas, você só acaba se fodendo como sempre! – É sério que o Tony falou isso pra mim?

– É sério essa merda que você tá falando Tony? Porra! ela está sendo chamada de vadia, nessa merda de escola! Acha que ela merece essa porra? Sabe-se la o que esses babaca podem fazer com ela! E Eu sei muito bem que não devo me intrometer! Eu sei! E vou parar! – Gritei me levantando e sai o deixando lá.

Eu não conseguia ficar mais um minuto naquela escola, não conseguia mais ouvir aqueles babacas, filhos de uma puta, falando da Alison, eu só conseguia ter vontade de socar todos eles.

E eu não sei o porquê, não sei porquê  estou assim, não sei porquê  estou tão frustrado, eu não sei porquê.

Entrei no carro, sem rumo, não podia ir para casa agora, e também não estava com paciência. Eu só queria esfriar a cabeça e não pensar em nada, só queria sair rodando de carro, por essa cidade pequena que é Dallas.

Mas eu não conseguia, não conseguia não pensar em nada, o meu pensamento não saia da Alison. Queria saber se ela estava bem agora, como ela se sente, como ela está nesse exato momento.

E porra, que merda é que está acontecendo com a minha cabeça? Por que não paro de pensar em como a Alison deve estar agora? Quer saber? Foda-se. Parei o carro em um bar clandestino onde deixavam demenores entrar já que eu ainda nao tinha idade suficiente. Entrei e comecei a encher a cara, era o único jeito desses pensamento irem embora.

Alison
Acordei aos poucos, olhei ao redor e eu ainda estava no banheiro, Acho que apaguei no banheiro. Me levantei com dificuldade. Tirei minha roupa e entrei no chuveiro.

Eu estava cansada, estava exausta, mas não era como se apenas o meu corpo estivesse com esse cansaço, era um cansaço interior também. Deixei a água gelada cair, sob meu corpo e cabelos.

De alguma forma, aquilo estava me ajudando a se sentir melhor, nem que fosse no exterior. De repente, memórias de hoje de manhã, invadem minha mente.

Fechei os olhos para tirar as memórias de minha cabeça, mas senti a memória daqueles idiotas passando a mão em mim, e eu me sinto horrível, sinto nojo de mim nesse exato momento, só consigo chorar e sentir raiva de mim mesma.

Eu sentia na pele o que muitas meninas passavam, só porque tinham ficado com um cara eram chamadas de vadias, agora quando era o cara ficando com várias eram chamados de o pegador, que hipocrisia nojenta.

Mas esse não é o maior problema, o problema é que eu não fiz absolutamente NADA.
A escola inteira soltam boatos falsos, boatos esses que destroem a vida de alguém. Independente seeu tivesse ficado e tivesse feito tudo aquilo que espalham de mim, eu não merecia ser tocada, ninguém tinha esse direito. Então eu não merecia ou talvez eu merecia, a minha mãe está morta por minha culpa, talvez eu mereça tudo de ruim.

Comecei a chorar descontrolavelmente, cada vez que chorava, mais lembranças daqueles idiotas falando coisas horríveis e me tocando, tomava conta de minha cabeça.

Eu não queria eles me tocando eu não queria sentir nesse exato momento como se eles tivessem fazendo isso. E eu só chorava, precisava chorar. Me sentei no chão do banheiro e a água gelada ainda caia sobre mim.

E era horrível, não ter ninguém por perto, era horrível se sentir sozinha. Sentir que você está sozinha, sentir que ninguém mais está com você, que ninguém mais te ama, que ninguém se importa com você, ninguém precisa de mim nesse mundo.

Me levantei desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Talvez seja o certo a se fazer. Talvez seja menos uma preocupação pra todos. Sem mim as coisas ficariam mais leves. Me olhei no espelho do banheiro, eu não me reconhecia.

Escuto a porta bater forte. Sai do banheiro fui até o closet, vesti um short jeans cintura alta, e uma blusa branca de renda solta. Desci para atender a porta. Me surpreende com quem encontrei.

– Par... Parker? – Disse surpresa quando abri a porta e vi Logan todo encharcado na chuva.

– Alison, é você? – Perguntou. O olhei confusa, ele estava totalmente estranho.

– Logan, o que veio fazer aqui? –  perguntei e ele me olhou firme.

– Eu preciso saber se você está bem. – Disse com uma voz embargada.

Entendi completamente o porquê dele estar estranho.

– Parker, você bebeu? – perguntei e ele me olhou pensando.

– Só um pouco. Alison, aquele babaca maldito merecia aquilo! – Logan gritou com a voz embargada, não entendi.

– Do que você está falando Parker? Você está bêbado, como você dirigiu até aqui em casa? – perguntei.

– Alison, eu não tiro você da minha cabeça, eu preciso saber se você está bem. Eu não sei como vim parar aqui! Eu só vim! – Falou alto, talvez por conta da bebida Alison? É talvez por conta disso.

– Olha, só me diz se você está bem, eu prometo ir embora. Mas não antes de você me falar. – Logan disse, revirei os olhos e o empurrei para dentro de casa fechando a porta logo depois.

Eu não posso deixar ele dirigir nesse estado. Qual é gente, eu não sou uma pessoa tão mal assim.

Além do mais, ele está encharcado, não sabia o porquê, mas agora eu sei, lá fora está chovendo, e agora vocês estão me perguntando como eu não percebi isso antes, mas eu não sei, eu só vi que estava chovendo, quando abri a porta para ele.

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