Depois das duas aulas que tive, que no caso foi chata, muito chata, o professor passou algum trabalho sobre robótica, e eu odeio robótica, eu não sei como se faz sei lá um robô, enfim.
Quando o sinal do intervalo tocou, saí da sala pegando os livros que usei, e fui até o armário para guardá-los, pelos corredores o que falavam era sobre Logan, falavam o quanto de garotas ele ficou ontem e isso é muita babaquice.
Tudo o que sabiam falar era sobre a festa de ontem anoite. Coloquei os livros no armário e fui para o refeitório.
Eu não vi o Bryan desde mais cedo quando estávamos no carro. Talvez eu veja agora, já que é o intervalo. Me sentei em uma das mesas vazias que tinha no refeitório, e fiquei mexendo no celular.
É meio estranho eu estar no refeitório, já que sempre sento na arquibancada, mas não quero ver o Parker, e eu sei que ele estará no campo jogando.
Prefiro ficar no refeitório, e rezar para que ele não apareça. Eu ainda não sei direito como aquilo foi acontecer. Como eu pude ser tão idiota ao ponto de deixar Logan quase me beijar.
Abri a barra de cereal e comecei a comer, vejo meu celular vibrar sobre a mesa, fiquei pálida quando vi de quem era a ligação. Era do Elliot.
Peguei o celular rapidamente, atendi saindo do refeitório e indo para um lugar com menos barulho.
– Alison? – Elliot perguntou por telefone.
– Oi Elliot. – falei surpresa.
– Alison, olha eu sei que você deve estar me odiando pra caralho! E eu quero te pedir desculpas, por não ter tido coragem de te ligar antes. – Ele disse meio desesperado por telefone.
– Foda-se Elliot! Para de se explicar! Eu sei que você não quer falar comigo, você está certo, eu sou a culpada por todo o caos que está acontecendo em nossa família. – Falei começando a chorar.
–Não, para com isso! – Elliot falou calmo por telefone.
– Elliot, tá tudo bem, eu vou entender. – Falei me acalmando enquanto limpava minhas lágrimas.
– Alison... Eu sinto muito! Eu... Eu não queria que isso acontecesse... mas toda vez que olho pra você, eu só consigo chorar e sentir raiva! Porque você me lembra a mamãe, e me lembra do acidente também!
– E não é culpa sua! Eu sei que não foi sua culpa! – Elliot falou, e meus olhos se encheram de lágrimas novamente.
Eu sabia que era um estorvo para as pessoas, eu sabia que era culpada pelo acidente. Nada vai mudar isso. Eu estou morta por dentro.
Desliguei o telefone, já que não conseguia dizer nada para ele. Senti uma dor profunda dentro de mim. Como se tivessem me matando por dentro
Entrei no banheiro da escola e fechei a porta, me sentei no chão com o celular na mão. Comecei a chorar descontrolada, eu só conseguia chorar.
A dor não passava e era horrível.
Vinha memórias do Elliot dizendo aquelas palavras."Mas toda vez que olho você, eu só consigo chorar e sentir raiva."
Só conseguia lembrar de suas palavras e a dor vinha mais forte, me consumindo por completo. Fui até a pia e me olhei no espelho, precisava se recuperar.
Era horrível me ver no espelho e saber que eu fui a culpada pela morte da minha própria mãe.
Eu não conseguia fazer a dor parar. Então tirei um dos meus anéis que tinha uma ponta meio fina, levantei a blusa e fiz um corte na barriga.
Aquela dor era forte, mas não quanto a dor que eu sentia na alma. O sinal tocou, peguei papel higiênico e estanquei o pouco de sangue que tinha saindo do corte. Enchuguei as lágrimas e sai do banheiro.
Eu precisava ficar bem, eu precisava dizer pra mim mesma que estava bem. Depois da aula, avisei para as meninas que hoje não teria ensaio, já que começou a chover, não tem como ter ensaio.
Fui até o armário, estava pegando os livros quando sinto alguém se encostar no armário do lado. Isso era coisa do Parker, mas não era ele. Virei pro lado e era o Bryan.
– Bryan, oi! – falei sorrindo e ele acompanhou.
– Oi Gnoma! Carona? – ele perguntou enquanto fechava a porta do meu armário.
– Por gentileza! – falei e saímos dos corredores, saímos da escola e entramos em seu carro.
– Você está bem Gnoma? – Bry me perguntou assim que entramos no carro. Parece que ele sentia quando eu estava mal.
– Sim. – falei olhando pra frente desviando o olhar do dele, eu sabia que se eu o olhasse nos olhos ele iria saber que era mentira.
Bry deu partida no carro, e fomos o resto do caminho sem falar nada um com o outro. Fui olhando a janela. Sinto o carro parar, percebi que tínhamos chegado em minha casa.
– Bom, entregue. – ele disse e eu sorri.
–Obrigada! – falei saindo do carro.
– Às oito. – Bry disse antes de ligar o carro, eu assenti e o mesmo deu partida.
Entrei para dentro de casa fechando a porta atrás de mim, me sentei no chão e fechei os olhos. Será que consigo ir pro jantar ? Eu preciso ir.
Vai ser legal eu vou me sentir bem. Me levantei e fui pro meu quarto, entrei no banheiro e tomei um banho e me deitei na cama, liguei a TV e fiquei assistindo coisas aleatórias.
Tudo que eu menos queria pensar agora era no Elliot.
Acabei caindo no sono, eu estava cansada, a escola cansa as pessoas.
Acordei é já era sete e quarenta da noite, eu dormi demais, até demais na verdade né, me levantei ainda dormindo, entrei no banheiro tomei um banho quente, já que estava frio.
Sai do banheiro e fui até o meu closet,
Peguei um vestido preto e uma bota, vesti e coloquei um Cardigan cinza por cima. Isso tudo que fiz durou uma meia hora pra me arrumar.Desci as escadas e fiquei assistindo enquanto esperava o Bryan.
Depois de alguns longos minutos esperando, escuto a porta bater, vou até a mesma para atender.
– Boa noite Gnoma! Está linda. – Bryan disse assim que abri a porta.
– Obrigada Bry, você também está gato. – falei e rimos.
– Vamos? – Ele perguntou e eu assenti.
Contínua?
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ACASOS
Teen FictionDois meses após o trágico acidente que sofreu de carro que matou sua mãe. Fez Alison Walker de 16 anos líder de torcida, se sentir morta, e culpada pela morte de sua mãe, Alison sente que sua vida se foi assim que a da sua mãe se foi. Mas quem menos...