O Palacete Rubi é grande e brilhante, já me acostumei com o vermelho que está em todo o palácio, a cor até me agrada.
Fui adotada pelos Rubis quando tinha apenas quatro anos, meus pais biológicos eram Poeiras, não tinham nenhum tipo de título, eram extremamente pobres, trabalhavam no Palacete a vida toda.
Os senhores Rubi não tinham filhos e precisavam de alguém para deixar a herança então decidiram adotar a filha dos pobres criados, mortos por causa da fumaça das minas de rubi.
Meus pais estão na sala de jantar me esperando, as criadas me vestem dos pés a cabeça com tons vermelho escuro como sangue, meu cabelo está em um coque apertado, meus lábios estão a própria pedra de minha família.
Na sala de jantar meus pais estavam com os senhores Esmeralda. Eles eram amigos da família, tinham dois filhos , uma filha da mesma idade que a minha e um filho dois anos mais velho que eu.
Não era novidade os Esmeralda jantarem aqui, cresci com vendo suas roupas verdes cintilantes.
Sentei me ao lado direito de meu pai, do lado de Nathew o filho herdeiro da herança dos Esmeraldas.
- Como vai a mineração de rubi ? -- perguntou o Lord Esmeralda.
- Andam na mesma, continuamos com uma boa produção -- disse papai - E a de Esmeralda ? -- perguntou ele em seguida.
- Vão bem -- disse o Lord Esmeralda
Não prestei atenção no restante da conversa pois Nathew me cutucava com o ombro.
- Bem que poderíamos nos retirar agora -- disse ele sussurrando.
- Deixa de ser bobo -- disse rindo.
Ele também riu, passando as mãos pelo seu cabelo escuro e cacheado. Nathew sempre foi muito bonito, tinha pele escura, olhos verdes uma grande característica dos Esmeralda.
Enquanto eu usava lentes vermelhas para disfarçar minhas origens, Nathew era tão natural, nem parecia que dormia em uma cama de pedras preciosas.
Sua irmã era bem parecida com ele, sempre usava duas tranças embutidas para controlar o volume de seu cachos.
- Depois do jantar, me encontre no jardim ás oito -- disse ele num sussurro.
- Vou ver se consigo -- disse.
- Eu sei que consegue -- disse ele me dando uma piscadela.
Terminei o meu jantar e pedi para me retirar. Minha família se despediu dos Esmeraldas, enquanto eu ia para meu quarto.
Tomei um banho quente e vesti um vestido leve.
Meu quarto era enorme e tinha uma pequena sacada que dava para ver todo o lindo jardim.
Estava deitada em minha cama quando escutei um barulho na porta da varanda, era Nathew, ele jogava uma pequena pedra com a intenção de me chamar.
Abri a porta e me desbrucei no muro feito de mármore branco e rubi. Nathew estava lá no jardim me mostrando os dentes brancos parecendo porcelana.
- Jogue suas tranças Rapunzel -- disse ele gesticulando com as mãos.
- Cresça Nathew -- disse eu.
- Já que a minha doce princesa não vai permitir que eu suba, que tal ela descer pela escada? -- perguntou ele me mostrando a escada de mão que trouxe.
Nathew deixou a escada encostada na parede, ela não era tão grande, mas o suficiente para chegar na sacada e fazer com que eu desça em segurança.
Passei as pernas pelo muro e comecei a utilizar a escada, Nathew estava segurando firme para que ela não se movimentasse. Ainda faltava uns cinco degraus a baixo, quando ele decidiu me pegar no colo.
- Fica ainda mais linda com a luz do luar -- disse ele ainda me segurando no colo.
- Dá para me colocar no chão príncipe encantado -- ordenei e ele obedeceu.
Nathew pegou a minha mão com uma gentileza impressionante. Os olhos deles brilhavam competindo fortemente com as estrelas, ainda dava para sentir o toque dos braços musculosos dele envolta de minha cintura de quando estava no colo dele.
- Para aonde vamos? -- pergunto enquanto caminhamos no jardim de minha casa.
- Lugar nenhum, vamos somente caminhar -- disse ele chutando uma pedrinha no chão.
Ele parou e sentou-se na grama encostado na grande árvore velha que dava para ver do meu quarto. Sentei ao lado dele enquanto ele admirava as estrelas.
No lado direito do pescoço de Nathew tinha uma tatuagem nova, reconhecia aquele símbolo das aulas de história. Era o escudo do Palacete de Cristal, o brasão real, o brasão da família do rei.
- Tatuagem nova? -- perguntei passando a mão nela.
- Era isso que queria lhe contar -- disse ele.
- Por que o símbolo da família real está em seu pescoço? -- perguntei obrigando ele olhar para mim.
- O rei queria um representante do Palacete Esmeralda -- disse ele pegando a minha mão.
Sei muito bem o que isso significa.
- Não, eles não precisam -- disse tentando conter as lágrimas.
- Querem que eu seja general, cada um deles são de um Palacete -- disse ele.
- Um general de cada Palacete? -- perguntei.
- Sim -- disse ele.
- Meu pai vai representar a Rubi não é? -- perguntei preocupada.
- É isso, sua família não tem nenhum filho para representar no comando -- disse ele.
- Eles tem a mim -- disse enxugando as lágrimas.
- Você sabe que não é bem assim princesa -- disse ele tocando no meu rosto e me dando um beijo frio.
Seu lábios estavam quentes mas minhas lágrimas os esfriaram o beijo foi rápido, mas aconchegante.
- Pretendia te pedir em casamento está noite -- disse ele - Iríamos casar o mais rápido possível para eu poder representar a minha e a sua família, pelo menos tentaria -- disse ele em seguida.
- Não poderia aceitar, mal teria você ao meu lado e já te tirariam de mim -- disse encostando a cabeça no ombro dele.
- Não queria isso para você então achei melhor não pedir -- disse ele.
- E se meu pai achar um pretendente para mim ? -- perguntei.
- Direi a ele que eu a amo e sei que entre mim e um total estranho ele me escolheria -- disse ele.
Nathew me ajudou novamente com a escada e eu subi para o meu quarto. Não vi ele se retirando, apenas deitei na minha cama e fechei os olhos.
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Lady Rubi
Teen FictionO mundo de Rose é dividido entre as Pedras e a Poeira. Rose é uma Poeira por sangue e sem títulos por nascimento, filha de falecidos criados e carrega uma grande farsa em suas costas. Ela foi adotada pelos Rubi e desde então aprendeu a ser uma e...