Quatro

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  O Palácio de Cristal estava lindo e lotado por moças e pessoas de todas as Pedras, não tinha nenhum Poeira além dos criados e de mim é claro, mas ninguém poderia saber, como uma Poeira casaria com um príncipe?

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O Palácio de Cristal estava lindo e lotado por moças e pessoas de todas as Pedras, não tinha nenhum Poeira além dos criados e de mim é claro, mas ninguém poderia saber, como uma Poeira casaria com um príncipe?.

Meu pai disse que o meu coração é vermelho como rubi, mas hoje não pode ser só o coração.

Papai me conduziu para uma fila deixando a mamãe com umas amigas delas.

- Você consegue ver o príncipe ? -- pergunta ele.

- Não -- digo.

- Não queria que fosse assim -- disse ele mas o impedi que terminasse.

- É o nescessário papai -- disse.

Atrás da gente estava o Lord Safira e sua filha, uma garota da minha idade com cabelos pretos e olhos e vestidos azuis.

A nossa frente está o Lord Esmeralda e sua filha Melinda, ele não notou nossa presença, ela está tremendo, também pensei que estaria, mas não estou, não posso tremer preciso parecer confiante, não quero que meu pai se preocupe.

Olho em volta procuro por Nathew, não o encontro, não sei se ele veio depois de nossa conversa. Não percebi o quanto a fila tinha diminuído já estavam apresentando o Lord Esmeralda.

- Lord Everwin, do Palacete de Esmeralda e sua filha Melinda, Lady Esmeralda -- disse um homem alto e bigodudo.

Melinda deu um passo a frente e se curvou, o príncipe fez a mesma reverência e ela se retirou. Era minha vez, papai e eu demos uma passo e aguardamos nos apresentarem.

- Lord Robert, do Palacete de Rubi e sua filha Rose, Lady Rubi.

Assim como Melinda eu dei mais um passo a frente e fiz uma reverência ao príncipe ele fez o mesmo, tentei observa-lo ao máximo que pude.

O príncipe é branco, com cabelos quase loiros, como todo Cristal, seus olhos pareciam feitos de vidro, estava usando um terno branco coberto por medalhas, tenho que admitir ele não era tão mau assim. O príncipe notou que eu o encarava e apenas sorriu para mim. Como todas as outras me retirei ao lado de meu pai.

- O que achou dele? -- perguntou papai.

- Achei interessante -- disse.

- Se interessou no moço? -- perguntou ele.

- Achei interessante papai -- disse.

Não demorou muito para a fila acabar e começar uma valsa. A primeira valsa é a dos convidados o príncipe só iria dançar na segunda e a última era do rei e da rainha.

Fui pegar um aperitivo e acabei encontrando quem tanto procurava.

- O que achou dele Rose ? -- perguntou Nathew.

- Meu pai perguntou a mesma coisa e vou dizer a mesma coisa. -- disse - Achei ele interessante. -- falei em seguida.

- Interessante como? -- perguntou Nathew virando uma taça de vinho.

- Interessante, ele é bem bonitinho -- provoquei.

- Ah é? Mais do que eu? -- perguntou ele.

- Nunca vou revelar -- disse e agora foi a minha vez de virar o copo.

- Então a senhorita Segredinho, gostaria de dançar comigo? -- perguntou ele.

- Ela diz que sim -- digo na terceira pessoa e puxo ele para pista.

Conseguimos entrar na pista nos esmagando na quantidade de pessoas, era uma música animada e divertida para uma valsa.

Nathew dança bem, melhor do que eu, arrisco dizer, ele me fez rodopiar pelo salão.

O vermelho do meu vestido realça o verde em seu paletó, não é totalmente verde, todos os homens tem ternos iguais, todos são pretos com a pequenos detalhes de sua Pedra.

O ritmo ficou mais calmo, Nathew me puxou pela cintura, fazendo com que eu ficasse praticamente colada nele.

- Uma pena te perder para um príncipe -- disse ele.

- Não sei se ele vai me escolher, mas preciso que me escolha -- falei.

- Se não fosse pela falência e por eu ser representante, se casaria comigo ? -- perguntou ele.

- Não sei, eu o amo, mas acho que não estou pronta para casar -- digo e uma pontinha de tristeza passa pelo olhar dele - Vamos aproveitar o máximo, nada de lágrimas? -- perguntei.

- Nada de lágrimas -- disse ele dando um beijo demorado em minha testa - Ainda dá tempo de fugir -- diz ele.

- Não posso Nathew -- digo.

- Por favor -- pedi ele.

- Não posso abandonar meus pais -- falei.

- Vamos fugir, podemos trabalhar e mandar dinheiro para o seu pai pagar as dívidas. -- diz ele implorando.

- Nathew não eu posso e não vou fazer isso. -- digo alto o bastante para chamar atenção de um monte de gente.

Nathew nota os olhares e sai, me deixa ali mesmo, no meio do salão. Não vou atrás dele, mas também não fico parada alí, saiu, vou para a varanda do Palacete, sento nos degraus e choro.

Quebro a promessa, deixo as lágrimas escorrerem pela minha pele. Como queria que fosse diferente, como queria continuar com Nathew, não posso, tenho que salvar a minha família, eles fizeram tudo por mim, me tiraram da poeira e impediram de que eu crescesse sem família, sou extremamente grata, se eles querem que eu seja ou Rubi ou Cristal, então serei, Nathew não pode me impedir.

Uma mão pousa no meu ombro e estremeço com o toque quente. Pensei que poderia ser o meu pai, a minha mãe ou até mesmo Nathew, mas não o príncipe.

- Está tudo bem? -- pergunta ele.

- Sim alteza -- digo limpando as lágrimas.

- Não parece bem -- disse ele sentando ao meu lado.

- Vossa alteza não deveria está escolhendo sua moça para dançar no baile? -- perguntei.

- Deveria conhecê-las com mais tempo, não em só uma noite não acha? -- perguntou ele e concordo.

- Por que está chorando?

- Não é nada -- digo.

- Aqui está frio -- disse ele tirando o paletó e colocando em minhas costas.

- Obrigada -- agradeço.

- Eu vi o que aquele cara fez com a senhorita -- disse ele.

- Ele estava chateado, não fez por mal -- digo.

- Aposto que conseguiu estragar a sua noite, deixe-me recompensá-la.

- Como? -- pergunto.

- Permita-me dançar contigo na próxima valsa -- disse ele.

- Deveria escolher uma moça e não convida-la-- disse.

- Então te escolho -- disse ele.

- Não por pena -- digo.

- Lady Rubi não é? -- perguntou ele e eu respondi com a cabeça - Eu te convido para dançar a próxima valsa e não aceito um não como resposta. -- disse ele se levantando e estendendo a mão para mim com um sorriso no rosto.

Acabo aceitando o convite, ele ainda era o príncipe, sua fortuna salvaria a minha família da falência e era o que queria.

Lady RubiOnde histórias criam vida. Descubra agora