Capítulo 5

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William narrando

O jantar de ontem foi apenas um começo, começo de muitos outros jantares que terei na casa do Cross. Foi uma surpresa pra mim pois não sabia das suas filhas e já me surgem algumas ideias.

- E então, ainda não vi as notícias. - diz o Jeff entrando na minha sala com a nossa comida e se sentando de frente pra mim.

- Quais notícias?

- Da morte de toda família Cross. - diz ele e eu reviro os olhos.

- Porquê pediu sushi? - pergunto. Eu queria almoçar como deve ser, com uma comida farta e ele trouxe sushi.

- Obrigado Jeff por ter se lembrado de mim, de nada Will, sabia que não tinhas comido. - ele diz e eu rio.

- Obrigado irmão. E quanto ao jantar, correu bem, não posso dar bandeiras até porque ele não falou nada de parceria.

- Raymond Cross é muito esperto. - ele diz e eu assinto concordando, é esperto mas eu sou mais ainda. Começamos a comer enquanto conversamos, pois é hora do expediente.

- Preciso que me arranjes um detetive.-digo.

- Porquê precisas de um?

- Quero que ele investigue tudo sobre Eleanor Cross, se tem namorado, ou se está interessada em alguém, o que ela faz durante o dia, quais são os lugares que ela frequenta, com quem se relaciona, enfim, tudo.

- A filha do Raymond Cross? E porquê você precisa saber tudo sobre ela? - pergunta enquanto toma o seu refrigerante.

- Porque eu vou casar com ela. - digo e ele se engasga despejando o seu refrigerante para a minha mesa, o que nos faz levantar no momento a seguir. Por sorte os papéis estavam longe e molhou apenas a mesa.

- Jeffrey! - repreendo.

- Você vai o quê? - ele pergunta enquanto limpa a mesa com os guardanapos.

- Vou me casar com a Eleanor Cross, você ouviu.

- Você está maluco. Não me diga que foi amor a primeira vista porque eu não sou bobo.

- Bobo você é, mas não, não foi amor a primeira vista, eu vou me casar com ela por vingança.

- Você enlouqueceu de vez William, como assim vai casar por vingança, você vai usar a moça.

- Quase isso, mas depois peço o divórcio ou ela mesma vai pedir. Eu preciso entrar naquela família de qualquer jeito.

- Certo, mas não existe outra forma?

- Como melhor amigo do Raymond é que não, porque você mesmo disse que ele é esperto, então vou entrar como genro e acho que todos gostaram de mim, vai me ajudar com o detetive ou não?

- Esse teu plano pode não dar muito certo, e se você se apaixonar de verdade? - pergunta e eu rio.

- Eu não vou me apaixonar, até porque a Eleanor é uma filhinha de papai e não faz o meu estilo. - eu gosto de mulher de verdade, não meninas mimadas, ela até que é bonita e tem um corpão também mas será um casamento arranjado.

Eu vou conquistá-la, vamos nos casar, eu entro na família e na Cc também, descubro todos os podres desse velho babaca, inclusive sobre a morte dos meus pais, o coloco atrás das grades se for necessário e depois peço o divórcio.

- Ninguém deve saber que eu vou casar por vingança, mesmo depois de eu colocar o Cross na cadeia, devem acreditar que eu casei por amor.

- Eu vou arranjar o detetive pra ti, só tenho pena dessa moça por estar a entrar nesse teu plano egoísta.

- Ela nunca saberá, e não ficaremos casados pra sempre. - digo e ele assente enquanto procura o número do tal detetive no seu celular.

Eu sei que estarei a ser um covarde, hipócrita, cínico, todos os nomes possíveis, pela minha vingança mas eu preciso mesmo fazer isso. Eu quero que a justiça seja feita, mas preciso dar um empurrãozinho.

Me apaixonar eu não irei mas ela terá que se apaixonar por mim pra querer casar comigo então eu vou fazer de tudo para que isso aconteça, o mais rápido possível pois eu esperei anos pra poder me vingar da morte dos meus pais.

Depois eu posso ser um marido infiel o que não será difícil, e aí ela mesma vai decidir pedir o divórcio e cada um poderá seguir a sua vida normalmente.

- Aqui está, o nome dele é André Rodríguez. - ele me passa o contacto e eu pego o meu telefone discando o seu número.

Jeff sai da minha sala, pois a hora do expediente acabou e eu fico falando com o André pelo telefone e marcamos para amanhã. Tecnicamente já o contratei e vou já pagar pelos seus serviços, e segundo ele a partir de hoje vai seguir a Eleanor mas só amanhã, sexta-feira me dará algum relatório e provavelmente na semana que vem ele terá todo historial da vida dela.

Fico observando alguns documentos, refazendo alguns relatórios que não estão em dia e quando termino arrumo minhas coisas e saio da sala.

- Senhora Green, peço que deposites este valor nesta conta. - digo a dando um papel com o número da conta do André.

- Sim senhor.

- O Jeffrey Scott já saiu?

- Eu o vi, há algum tempo indo até ao elevador. - diz ela e eu agradeço.

Tento ligar para o Jeff e só dá na caixa postal. Não sei porquê ele decidiu ir embora sem falar comigo visto que podíamos sair juntos.

***

Começo a pensar no meu plano maléfico e se minha mãe estivesse viva e descobrisse que casei por vingança iria receber umas boas porradas mesmo com a minha idade.

Eu fui educado pra ser um cavalheiro mas sempre gostei de extravasar e de não seguir regras, mas no fundo eu sempre soube que deixaria de ser um ogro assim que conhecesse a mulher da minha vida, aquela com quem eu casaria só que as circunstâncias fazem com que eu guarde o melhor de mim para depois, até porque ainda não conheci a tal.

~*~

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Um Casamento Por VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora