William narrando
O dia do julgamento de Raymond Cross é hoje, é hoje e eu não poderia estar mais nervoso, porque ele poderá pagar pelo assassinato dos meus pais e a justiça será feita mas depois que o André falou comigo eu tenho as minhas dúvidas.
Levanto da cama apressadamente, escovo os meus dentes e tomo um banho rápido. Já avisei a Beverly para cancelar todos os meus compromissos de hoje e o Jeff me encontrará lá no tribunal.
Visto um terno preto, e uma camisa preta, uns sapatos igualmente pretos, enfim, talvez ainda esteja de luto pelos meus pais. Uma luzinha se acende no meu cérebro e fico pensando na possibilidade da Eleanor ter voltado só para o julgamento do pai, bom, isso é bem possível.
Depois de pronto, saio do quarto e despeço a Gladys.
- Deseja-me sorte Gladys!
- Porquê?
- É hoje que o cretino do Cross pagará pela morte dos meus pais.
- Eu não gosto desse teu espírito de vingança, foi ele que destrui teu casamento.-mal sabe ela que eu nem tencionava casar, que tudo isso fazia parte de um plano e que eu acabei me afundando na minha própria ideia.
- Se eu não tiver, ninguém terá por mim.-digo e ela balança a cabeça negativamente.
Saio do meu apartamento, directo para o estacionamento, Frank já me aguardando no carro.
***
São flashes e mais flashes, toda imprensa está aqui, eles são muito rápidos em saber o que acontece, já me aguardavam na entrada do tribunal.
- William Johnson como te sentes hoje no julgamento do teu sogro?
- O que tens a dizer sobre o assassinato dos teus pais.
- William, você acha que o teu sogro é o culpado pela morte dos teus pais.
- Como está a tua relação com a Eleanor Cross? Vocês estão separados?
Afasto todos eles e entro no tribunal ignorando as perguntas absurdas. Quanta audácia que eles têm de fazerem perguntas sobre a minha vida.
Entro na sala e já estão presentes algumas pessoas incluindo a Ellen Cross que me olha com uma cara nada agradável, o que é normal, eu destrui a família dela e pior, estou prestes a destruir ainda mais ou talvez não.
Os advogados já estão presentes, a parte defensora também, só falta o juiz na verdade. Aparece o Rodrigo Cross, sua mulher e sua filha, Rebeca, que me pisca o olho e depois se senta. Minutos depois chega o Jeff que se senta ao meu lado e avisto também o André.
- E aí? Como estás? - pergunta Jeff.
- Bem e você? - ele responde que sim, eu estou quase a explodir de ansiedade.
(...)
O juiz aparece na sala iniciando o julgamento e solicita a presença do réu, Raymond Cross, que aparece todo bem trajado, algemado e com uma cara abatida, o que é normal também, pois hoje se assinala a sua morte. Se ele for condenado, não aguentará muito tempo na cadeia, ele será transferido e a vida dele lá, será um inferno.
***
Depois do juramento de dizer a verdade, somente a verdade, começa o interrogatório.- Raymond Cross, o que o senhor estava fazendo na noite do dia 21 de Agosto de 2013, naquela fatídica noite?
- Eu fiquei sabendo que os Johnson estariam naquele restaurante e eu pensei que seria uma boa oportunidade de falar com ele e tentar a parceria.
- E quem foi que te disse.
- O meu irmão, Rodrigo Cross.
- Porquê o senhor não desistiu da tal parecia mesmo depois do Johnson ter recusado?
- Eu não gosto de desistir quando tenho uma meta por alcançar, a nossa empresa estava precisando daquela parceiria, estávamos mal nos negócios.
E surge depois o André para clarificar certos factos.
- Meritíssimo! A Cross Crystals contava com um outro presidente, o irmão do Réu, que é Rodrigo Cross, depois ele afundou o Império da família em dívidas, provocadas pelo seu negócio pessoal, contrabando de jóias.-a sala começa a murmurar em protestos, principalmente o próprio Rodrigo e o juiz ordena silêncio.—Continuando, depois disso é quando o Raymond assume a presidência e procura por parcerias.-o Raymond assente concordando e dão palavra ao seu advogado.
- Meritíssimo, o meu cliente, como já tinha explicado foi avisado para ir ao restaurante pelo seu irmão, não houve nenhum tipo de violência, como puderam ver naquelas imagens.
- Porque motivo você foi visto dando dinheiro ao Lucas Nogueira, visto que foi provado que ele mesmo cortou os freios do carro dos Johnson?
- O Lucas estava me chantageando, eu tinha que pagá-lo para ele não denunciar o meu irmão por causa do contrabando de jóias e assim afundaria ainda mais a Cc.
- Seu cretino, idiota! - grita o Rodrigo para o Lucas, aparentemente, o Rodrigo não estava sabendo dessa chantagem.
- Eu não tive nada haver com o acidente, eu estranhei o facto do Lucas estar ali mas não pensei nessa possibilidade, eu não sabia, achei mesmo que ele estava me seguindo por causa do negócio do meu irmão -queria levantar do meu lugar e expressar a minha raiva pelo Cross mas tento conter-me.
Agora é a vez do Lucas dar o seu depoimento.
...
~*~
Eleanor narrandoQueria poder estar lá, perto do meu pai, perto da minha família, queria poder apoiá-lo neste dia tão importante para a nossa família.
Fui proibida de viajar, primeiro por conta da gravidez, do risco que seria, estando eu grávida de gêmeos e agora, ainda não posso pois eles são recém-nascidos, tenho que esperar pelo menos mais um mês.
Sinto saudades da minha mãe, me ajudou durante a gravidez e me ajudou na primeira semana, como mãe inexperiente que sou, precisei da ajuda dela, mas agora quem está mais precisando dela é o meu pai.
Eu vou acompanhar o julgamento em directo, estou a rezar para que tudo corra bem. Ouço o chorinho dos meus bebés e corro para o quarto pra ver o que se passa. Contratei uma babá, a Teresa, é bem mais velha que eu e tem me ajudado imenso, pois sozinha não daria conta dos dois.
Ela segura o Tony e eu vou logo correndo pra pegar a Lorry, a marretinha, essa é a mais confusa, mas o Tony também adora fazer birras. É isso mesmo, meu pequeno Anthony e a minha pequena Lorraine, pois é, dei o nome dos pais do William aos meus filhos.
Sei que ele não merecia isso pois carreguei durante nove meses, lidei sozinha com a gravidez, porque ele não sabia sim, mas isso não vem ao caso. Enfim, tudo isso começou pela vingança dele, mas tirando a parte da vingança sei que o William amava os seus pais, tanto é que ele fez tudo isso por eles, era amor, talvez.
Sento na cadeira para amamentá-los e fico olhando para eles toda babada, é um a puxar de um lado, mas já habituei, agora acho até engraçado.
- Vocês são uns esfomeados! - digo mesmo sabendo que eles não estão nem aí, querem saber do leite mas é.
***
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Um Casamento Por Vingança
Roman d'amourWilliam Johnson, homem lindo, o solteiro mais cobiçado, jovem milionário herdeiro único dos seus pais, dono de umas das maiores empresas de jóias do mundo. Seus pais morreram num trágico acidente de carro, acidente este que William acredita ter sido...