Capítulo 56

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William narrando

O dia do julgamento de Raymond Cross é hoje, é hoje e eu não poderia estar mais nervoso, porque ele poderá pagar pelo assassinato dos meus pais e a justiça será feita mas depois que o André falou comigo eu tenho as minhas dúvidas.

Levanto da cama apressadamente, escovo os meus dentes e tomo um banho rápido. Já avisei a Beverly para cancelar todos os meus compromissos de hoje e o Jeff me encontrará lá no tribunal.

Visto um terno preto, e uma camisa preta, uns sapatos igualmente pretos, enfim, talvez ainda esteja de luto pelos meus pais. Uma luzinha se acende no meu cérebro e fico pensando na possibilidade da Eleanor ter voltado só para o julgamento do pai, bom, isso é bem possível.

Depois de pronto, saio do quarto e despeço a Gladys.

- Deseja-me sorte Gladys!

- Porquê?

- É hoje que o cretino do Cross pagará pela morte dos meus pais.

- Eu não gosto desse teu espírito de vingança, foi ele que destrui teu casamento.-mal sabe ela que eu nem tencionava casar, que tudo isso fazia parte de um plano e que eu acabei me afundando na minha própria ideia.

- Se eu não tiver, ninguém terá por mim.-digo e ela balança a cabeça negativamente.

Saio do meu apartamento, directo para o estacionamento, Frank já me aguardando no carro.

***

São flashes e mais flashes, toda imprensa está aqui, eles são muito rápidos em saber o que acontece, já me aguardavam na entrada do tribunal.

- William Johnson como te sentes hoje no julgamento do teu sogro?

- O que tens a dizer sobre o assassinato dos teus pais.

- William, você acha que o teu sogro é o culpado pela morte dos teus pais.

- Como está a tua relação com a Eleanor Cross? Vocês estão separados?

Afasto todos eles e entro no tribunal ignorando as perguntas absurdas. Quanta audácia que eles têm de fazerem perguntas sobre a minha vida.

Entro na sala e já estão presentes algumas pessoas incluindo a Ellen Cross que me olha com uma cara nada agradável, o que é normal, eu destrui a família dela e pior, estou prestes a destruir ainda mais ou talvez não.

Os advogados já estão presentes, a parte defensora também, só falta o juiz na verdade. Aparece o Rodrigo Cross, sua mulher e sua filha, Rebeca, que me pisca o olho e depois se senta. Minutos depois chega o Jeff que se senta ao meu lado e avisto também o André.

- E aí? Como estás? - pergunta Jeff.

- Bem e você? - ele responde que sim, eu estou quase a explodir de ansiedade.

(...)

O juiz aparece na sala iniciando o julgamento e solicita a presença do réu, Raymond Cross, que aparece todo bem trajado, algemado e com uma cara abatida, o que é normal também, pois hoje se assinala a sua morte. Se ele for condenado, não aguentará muito tempo na cadeia, ele será transferido e a vida dele lá, será um inferno.

***
Depois do juramento de dizer a verdade, somente a verdade, começa o interrogatório.

- Raymond Cross, o que o senhor estava fazendo na noite do dia 21 de Agosto de 2013, naquela fatídica noite?

- Eu fiquei sabendo que os Johnson estariam naquele restaurante e eu pensei que seria uma boa oportunidade de falar com ele e tentar a parceria.

- E quem foi que te disse.

- O meu irmão, Rodrigo Cross.

- Porquê o senhor não desistiu da tal parecia mesmo depois do Johnson ter recusado?

- Eu não gosto de desistir quando tenho uma meta por alcançar, a nossa empresa estava precisando daquela parceiria, estávamos mal nos negócios.

E surge depois o André para clarificar certos factos.

- Meritíssimo! A Cross Crystals contava com um outro presidente, o irmão do Réu, que é Rodrigo Cross, depois ele afundou o Império da família em dívidas, provocadas pelo seu negócio pessoal, contrabando de jóias.-a sala começa a murmurar em protestos, principalmente o próprio Rodrigo e o juiz ordena silêncio.—Continuando, depois disso é quando o Raymond assume a presidência e procura por parcerias.-o Raymond assente concordando e dão palavra ao seu advogado.

- Meritíssimo, o meu cliente, como já tinha explicado foi avisado para ir ao restaurante pelo seu irmão, não houve nenhum tipo de violência, como puderam ver naquelas imagens.

- Porque motivo você foi visto dando dinheiro ao Lucas Nogueira, visto que foi provado que ele mesmo cortou os freios do carro dos Johnson?

- O Lucas estava me chantageando, eu tinha que pagá-lo para ele não denunciar o meu irmão por causa do contrabando de jóias e assim afundaria ainda mais a Cc.

- Seu cretino, idiota! - grita o Rodrigo para o Lucas, aparentemente, o Rodrigo não estava sabendo dessa chantagem.

- Eu não tive nada haver com o acidente, eu estranhei o facto do Lucas estar ali mas não pensei nessa possibilidade, eu não sabia, achei mesmo que ele estava me seguindo por causa do negócio do meu irmão -queria levantar do meu lugar e expressar a minha raiva pelo Cross mas tento conter-me.

Agora é a vez do Lucas dar o seu depoimento.

...

~*~


Eleanor narrando

Queria poder estar lá, perto do meu pai, perto da minha família, queria poder apoiá-lo neste dia tão importante para a nossa família.

Fui proibida de viajar, primeiro por conta da gravidez, do risco que seria, estando eu grávida de gêmeos e agora, ainda não posso pois eles são recém-nascidos, tenho que esperar pelo menos mais um mês.

Sinto saudades da minha mãe, me ajudou durante a gravidez e me ajudou na primeira semana, como mãe inexperiente que sou, precisei da ajuda dela, mas agora quem está mais precisando dela é o meu pai.

Eu vou acompanhar o julgamento em directo, estou a rezar para que tudo corra bem. Ouço o chorinho dos meus bebés e corro para o quarto pra ver o que se passa. Contratei uma babá, a Teresa, é bem mais velha que eu e tem me ajudado imenso, pois sozinha não daria conta dos dois.

Ela segura o Tony e eu vou logo correndo pra pegar a Lorry, a marretinha, essa é a mais confusa, mas o Tony também adora fazer birras. É isso mesmo, meu pequeno Anthony e a minha pequena Lorraine, pois é, dei o nome dos pais do William aos meus filhos.

Sei que ele não merecia isso pois carreguei durante nove meses, lidei sozinha com a gravidez, porque ele não sabia sim, mas isso não vem ao caso. Enfim, tudo isso começou pela vingança dele, mas tirando a parte da vingança sei que o William amava os seus pais, tanto é que ele fez tudo isso por eles, era amor, talvez.

Sento na cadeira para amamentá-los e fico olhando para eles toda babada, é um a puxar de um lado, mas já habituei, agora acho até engraçado.

- Vocês são uns esfomeados! - digo mesmo sabendo que eles não estão nem aí, querem saber do leite mas é.

***

Um Casamento Por VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora