Capítulo 43

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Dias depois...

William narrando

Passaram-se dois dias desde que o André me informou que tinha todas as provas contra o Raymond, foram dois dias torturantes, que mal consegui olhar para a Eleanor, na verdade tentei fugir dela mas foi quase inevitável porque a Eleanor gosta de atenção e ela fica sempre me paparicando. Eu sou um lixo.

Estaciono o meu carro bem na frente da Cc, quero presenciar o momento em que Raymond Cross será levado a delegacia. Eu prefiro acompanhar tudo aqui de fora e depois irei pessoalmente a delegacia falar com ele, tudo o que tenho intalado aqui na minha garganta.

Depois ouço duas batidinhas no vidro do meu carro e vejo a Rebeca sorrindo pra mim, mas o que é que ela está fazendo aqui? Será que está me perseguindo?

- Rebeca!? - baixo o vidro do meu carro.

- Olá Will, vim falar com o meu pai, e você, não vai entrar? - Já me tinha esquecido que seu pai também trabalha aqui.

- Não agora, aliás, tenho um compromisso agora e depois volto pra cá.-digo e ela assente. Fecho o vidro e finjo estar a colocar as chaves na ignição e a Rebeca se despede entrando na empresa.

Aguardo mais alguns minutos e a polícia chega na Cc, é agora. Saem dois policiais do carro e entram na empresa, meu coração está a mil, finalmente vou cumprir a promessa que fiz aos meus pais de vingar a sua morte.

***

Raymond Cross sai da Cc com a cabeça baixa sendo acompanhado dos policiais e de um outro homem engravatado, suponho que seja seu advogado e está sendo preso também, seu funcionário Lucas Nogueira. Toda Cross Crystals parou para ver o poderoso Raymond Cross sendo preso, estão cá todos e está um furor aqui, pelos vistos ainda não caiu a ficha.

Tive que recuar o meu carro pra estar num local seguro onde não possam me ver, mas de qualquer forma a Eleanor vai descobrir que o pai dela foi preso pela morte dos meus, então não adianta fugir que de uma forma ou de outra, serei descoberto.

Depois vejo Rodrigo e sua filha Rebeca, saindo no meio daquela multidão, os dois sobem em carros diferentes e se vão. Pego o meu celular e decido ligar para o Jeff.

- Já está Jeffrey.-digo

- Ele já foi preso? - pergunta

- Sim e não tarda essa notícia estará nas primeiras páginas do jornal.

- Onde você está?

- Estou aqui em frente da Cc, vim assistir em 3D a prisão desse assassino, mas já estou indo para a delegacia.-respondo e ele diz que também está indo pra lá.

***

Chego na delegacia e encontro lá a imprensa também, está um furor, já deve estar todo mundo sabendo da prisão deste assassino.

- William Johnson, o que tens a dizer sobre a prisão do seu sogro? - sou interpelado pelos jornalistas mas não respondo, continuo andando até a sala do delegado, afinal fui eu quem fez a queixa.

Estou com o meu coração acelerado, agora que estarei cara a cara com o assassino dos meus pais, não sei se conseguirei me controlar.

- Mas eu não fiz nada, eu sou inocente! - ouço a voz do Lucas dentro da sala.

- Eu só quero saber quem fez essa denúncia descabida.-é a vez do Raymond.

- Fui eu.-digo entrando na sala e os dois olham pra mim. Lucas não parece tão surpreso quanto o Raymond, aposto que ele já sabia que o circo estava se fechando para eles.

- William?-diz o Raymond.—Você tem que acreditar em mim, eu não matei os teus pais.

- Ah não? Você pagou o seu próprio funcionário para cortar os freios do carro dos meus pais e agora vem se fazer de bonzinho?

- Quê? Que funcionário? Eu não fiz nada, eu não paguei ninguém.

- É claro que pagou, eu juntei todas as provas.

- Que provas? Eu já dei o meu depoimento há 6 anos atrás, tenho a consciência limpa.-dou um riso sarcástico.

- Senhores contenham-se.-diz o delegado.— Senhor Johnson, sente-se.-cumprimento com um aperto de mão e me sento.

- Só me diz porquê tudo isso William.-diz Raymond. Dá até dó de vê-lo assim, algemado, humilhado.

- Tudo isso o quê? - pergunto.

- Eu abri as portas da minha casa pra você, te apresentei a minha família, te dei a mão da minha filha e te recebi como um filho.-diz ele, sua voz parecia mesmo carregada de tristeza, quase acreditei.

- Só pra ver como foste idiota de cair nessa cilada, está na cara que ele fez tudo por vingança.-diz o Lucas.

- Você também casou com a minha Eleanor por vingança? - diz ele se levantando, aí o delegado intervém fazendo com que ele se sentasse novamente. — Eu confiei em ti, a minha princesa e até a minha empresa.

Eu não consigo olhar pra cara dele quando o assunto é a Eleanor, eu casei sim por vingança mas me apaixonei de verdade por ela, e descobri que a amo tanto.

- Você não tinha esse direito William, faça o que quiser comigo, só não mexe com a minha família. Eu não acredito que deixei a minha Eleanor contigo.-diz ele, agora parece que passou de triste para irritado.

Jeff chega finalmente na delegacia, num bom momento por sinal, ele intervém na qualidade de meu advogado e vai falando com o delegado sobre o caso.

- Eu posso entrar com o pedido de habeas corpus, o senhor vai sair o mais rápido possível.-diz o advogado do Raymond.

- E eu? Ninguém vai me tirar daqui?-pergunta o Lucas.

- Fica calmo, vou fazer o pedido para os dois.-responde.

Tivemos que nos retirar para o delegado escutar os acusados e depois fui dar o meu depoimento, disse tudo o que sabia e o que o delegado já estava a par. O André fez chegar as gravações a ele e todo o processo já está a decorrer.

- Delegado, ele não pode sair por fiança? -pergunto.

- Não, neste caso não.

Uma parte de mim queria que ele ao menos respondesse o processo em liberdade, já que ele diz que é inocente, então que prove. E a outra parte quer que ele apodreça aqui.

Feliz ou infelizmente, Raymond vai dormir na prisão, não vai sair nem com fiança hoje. Ele vai pagar por todo o mal que me causou, mas agora estou pensando na Eleanor, nem sei como encará-la.

~*~

Um Casamento Por VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora