Dias depois...
William narrando
Passaram-se dois dias desde que o André me informou que tinha todas as provas contra o Raymond, foram dois dias torturantes, que mal consegui olhar para a Eleanor, na verdade tentei fugir dela mas foi quase inevitável porque a Eleanor gosta de atenção e ela fica sempre me paparicando. Eu sou um lixo.
Estaciono o meu carro bem na frente da Cc, quero presenciar o momento em que Raymond Cross será levado a delegacia. Eu prefiro acompanhar tudo aqui de fora e depois irei pessoalmente a delegacia falar com ele, tudo o que tenho intalado aqui na minha garganta.
Depois ouço duas batidinhas no vidro do meu carro e vejo a Rebeca sorrindo pra mim, mas o que é que ela está fazendo aqui? Será que está me perseguindo?
- Rebeca!? - baixo o vidro do meu carro.
- Olá Will, vim falar com o meu pai, e você, não vai entrar? - Já me tinha esquecido que seu pai também trabalha aqui.
- Não agora, aliás, tenho um compromisso agora e depois volto pra cá.-digo e ela assente. Fecho o vidro e finjo estar a colocar as chaves na ignição e a Rebeca se despede entrando na empresa.
Aguardo mais alguns minutos e a polícia chega na Cc, é agora. Saem dois policiais do carro e entram na empresa, meu coração está a mil, finalmente vou cumprir a promessa que fiz aos meus pais de vingar a sua morte.
***
Raymond Cross sai da Cc com a cabeça baixa sendo acompanhado dos policiais e de um outro homem engravatado, suponho que seja seu advogado e está sendo preso também, seu funcionário Lucas Nogueira. Toda Cross Crystals parou para ver o poderoso Raymond Cross sendo preso, estão cá todos e está um furor aqui, pelos vistos ainda não caiu a ficha.
Tive que recuar o meu carro pra estar num local seguro onde não possam me ver, mas de qualquer forma a Eleanor vai descobrir que o pai dela foi preso pela morte dos meus, então não adianta fugir que de uma forma ou de outra, serei descoberto.
Depois vejo Rodrigo e sua filha Rebeca, saindo no meio daquela multidão, os dois sobem em carros diferentes e se vão. Pego o meu celular e decido ligar para o Jeff.
- Já está Jeffrey.-digo
- Ele já foi preso? - pergunta
- Sim e não tarda essa notícia estará nas primeiras páginas do jornal.
- Onde você está?
- Estou aqui em frente da Cc, vim assistir em 3D a prisão desse assassino, mas já estou indo para a delegacia.-respondo e ele diz que também está indo pra lá.
***
Chego na delegacia e encontro lá a imprensa também, está um furor, já deve estar todo mundo sabendo da prisão deste assassino.
- William Johnson, o que tens a dizer sobre a prisão do seu sogro? - sou interpelado pelos jornalistas mas não respondo, continuo andando até a sala do delegado, afinal fui eu quem fez a queixa.
Estou com o meu coração acelerado, agora que estarei cara a cara com o assassino dos meus pais, não sei se conseguirei me controlar.
- Mas eu não fiz nada, eu sou inocente! - ouço a voz do Lucas dentro da sala.
- Eu só quero saber quem fez essa denúncia descabida.-é a vez do Raymond.
- Fui eu.-digo entrando na sala e os dois olham pra mim. Lucas não parece tão surpreso quanto o Raymond, aposto que ele já sabia que o circo estava se fechando para eles.
- William?-diz o Raymond.—Você tem que acreditar em mim, eu não matei os teus pais.
- Ah não? Você pagou o seu próprio funcionário para cortar os freios do carro dos meus pais e agora vem se fazer de bonzinho?
- Quê? Que funcionário? Eu não fiz nada, eu não paguei ninguém.
- É claro que pagou, eu juntei todas as provas.
- Que provas? Eu já dei o meu depoimento há 6 anos atrás, tenho a consciência limpa.-dou um riso sarcástico.
- Senhores contenham-se.-diz o delegado.— Senhor Johnson, sente-se.-cumprimento com um aperto de mão e me sento.
- Só me diz porquê tudo isso William.-diz Raymond. Dá até dó de vê-lo assim, algemado, humilhado.
- Tudo isso o quê? - pergunto.
- Eu abri as portas da minha casa pra você, te apresentei a minha família, te dei a mão da minha filha e te recebi como um filho.-diz ele, sua voz parecia mesmo carregada de tristeza, quase acreditei.
- Só pra ver como foste idiota de cair nessa cilada, está na cara que ele fez tudo por vingança.-diz o Lucas.
- Você também casou com a minha Eleanor por vingança? - diz ele se levantando, aí o delegado intervém fazendo com que ele se sentasse novamente. — Eu confiei em ti, a minha princesa e até a minha empresa.
Eu não consigo olhar pra cara dele quando o assunto é a Eleanor, eu casei sim por vingança mas me apaixonei de verdade por ela, e descobri que a amo tanto.
- Você não tinha esse direito William, faça o que quiser comigo, só não mexe com a minha família. Eu não acredito que deixei a minha Eleanor contigo.-diz ele, agora parece que passou de triste para irritado.
Jeff chega finalmente na delegacia, num bom momento por sinal, ele intervém na qualidade de meu advogado e vai falando com o delegado sobre o caso.
- Eu posso entrar com o pedido de habeas corpus, o senhor vai sair o mais rápido possível.-diz o advogado do Raymond.
- E eu? Ninguém vai me tirar daqui?-pergunta o Lucas.
- Fica calmo, vou fazer o pedido para os dois.-responde.
Tivemos que nos retirar para o delegado escutar os acusados e depois fui dar o meu depoimento, disse tudo o que sabia e o que o delegado já estava a par. O André fez chegar as gravações a ele e todo o processo já está a decorrer.
- Delegado, ele não pode sair por fiança? -pergunto.
- Não, neste caso não.
Uma parte de mim queria que ele ao menos respondesse o processo em liberdade, já que ele diz que é inocente, então que prove. E a outra parte quer que ele apodreça aqui.
Feliz ou infelizmente, Raymond vai dormir na prisão, não vai sair nem com fiança hoje. Ele vai pagar por todo o mal que me causou, mas agora estou pensando na Eleanor, nem sei como encará-la.
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Um Casamento Por Vingança
RomanceWilliam Johnson, homem lindo, o solteiro mais cobiçado, jovem milionário herdeiro único dos seus pais, dono de umas das maiores empresas de jóias do mundo. Seus pais morreram num trágico acidente de carro, acidente este que William acredita ter sido...