Eleanor narrando
Já se passaram duas horas desde que comecei a correr, ontem jantei pizza e decedi correr hoje pela manhã para tirar todo excesso. Eu faço academia, de vez em quando, é que nem sempre estou disponível por causa do meu trabalho, visto que fico horas e horas a tentar desenhar algo.
A Jaque é que tem ido com frequência, ela não perde uma, fica feliz só por partilhar o mesmo espaço com caras musculados e todos suados, até porque o nosso personal trainer é muito bofe, mas é casado, mas não deixa de ser bofe.
Estou agora correndo de volta pra casa, mas com uma leve sensação de estar sendo observada, o que me dá calafrio, por ser a filha do Raymond Cross, tudo pode acontecer. Por isso meus pais não queriam que eu estudasse fora e muito menos que eu vivesse sozinha, porque a qualquer momento, podem, sei lá, nos sequestrar ( eu e a Ash) ou até mesmo nos fazerem mal.
Eles queriam que nós andassemos escoltadas, com um bando de seguranças mas eu recusei, eu quero ter uma vida normal e dessa maneira que eles querem, acho que chamaria mais atenção. A Ash tem um motorista, eu não, e a casa está munida de um monte de seguranças, mas sozinha consigo me proteger.
Na adolescência, eu fiz aula de artes marciais, sei que custa acreditar mas de patricinha eu não tenho muita coisa, fiz balé também sim, mas quando fiz os meus 15 anos, já tinha a certeza que moda era o que eu queria seguir e sabia também das inseguranças que meus pais teriam em me deixar traçar o meu caminho sozinha então aprendi a lutar.
Eu sou determinada quando quero algo, e se pra ter a liberdade que eu queria era preciso me abdicar de certas coisas, como o balé que eu tanto gostava então assim o fiz.
Mas mesmo assim, aprendendo a lutar, meus pais ainda insistiram com a história de seguranças logo depois que eu decidi sair de casa e morar com a Jaque, enfim, estou com um certo medo dessa sensação de estar a ser observada mas não acho ninguém por aqui. É um trilho habitual que eu costumo seguir para correr, não passam muitos carros, mas é tranquilo para poder me exercitar.
***
Assim que começo a alcançar o meu apartamento, fico mais aliviada e começo a desacelerar os meus passos. Decido ir das escadas e não pelo elevador, como uma forma de terminar com os meus exercícios.
- Oi gostosa.- diz a Jaque assim que me vê, ela está toda esparramada no sofá com a coberta.
- Olá minha loirinha safada.- digo e ela ri.
- Ui, gostei dessa, não me chamou pra correr porquê? - pergunta ela enquanto se estica pra pegar o controle e ligar a Tv.
- Você estava dormindo e não quis te acordar.
- Sabe, aconteceu algo estranho enquanto eu corria. - digo enquanto me sento no sofá ao lado.- Estranho tipo o quê?
- Eu acho que eu estava sendo observada. Eu corria mas me senti vigiada, como se estivessem seguindo todos os meus passos.
- Credo, mas você não viu ninguém mesmo?
- Não, olhei para todos os lados e eu estava sozinha.
- Vou tomar um banho e volto já. - digo e ela assente.- Vamos juntas da próxima vez.
Fico com aquele pensamento me martelando, de hoje cedo alguém me seguindo, mas tento ignorar essa possibilidade pois de qualquer forma eu sei me proteger mas em todo caso, se acontecer de novo devo ficar mais atenta ou tomar providências.
Tomo um banho rápido, porque já perdi muito tempo mas aí lembro que sou a dona da empresa e que não tenho hora pra chegar e depois lembro que tenho compromissos pra hoje, inclusive de fazer a entrega do vestido da senhora Phillips, que será hoje.
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Um Casamento Por Vingança
RomanceWilliam Johnson, homem lindo, o solteiro mais cobiçado, jovem milionário herdeiro único dos seus pais, dono de umas das maiores empresas de jóias do mundo. Seus pais morreram num trágico acidente de carro, acidente este que William acredita ter sido...