CAPÍTULO 25

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03 de Dezembro, Quinta-feira.

Direcionei o olhar para o relógio que estava acima da minha mesa, eram exatamente 19:45. Meu estômago me alertou que eu precisava comer e, para piorar, eu estava com uma dor de cabeça insuportável. Hoje era um daqueles dias que eu ficaria até mais tarde no trabalho, analisando os processos urgentes do Sr. Stuart. Observei o Sr. Stuart do outro lado da sala, em frente ao computador. Sua face carrancuda apenas aumentou a minha vontade de ir embora.

O meu celular tocou. Era o Paul me ligando pela quinta vez. Eu não pude atendê-lo nas outras vezes, mas, naquele momento, eu não me importei com o que o Sr. Stuart iria pensar. Paul queria saber se eu ainda ia demorar e eu expliquei que o meu chefe não estava em um dia bom e, como ele ia viajar na manhã seguinte para uma audiência no Texas, eu precisava terminar de ler alguns processos importantes e urgentes.

Percebi o olhar desconfiado do Sr. Stuart em minha direção. Aquele homem mal humorado estava me repugnando por falar no celular. A sua exigência me abatia às vezes e eu nem sempre estava bem para aturá-lo. Desliguei a ligação, sem ao menos me despedir do Paul, e voltei a trabalhar no que estava fazendo antes.

Não demorei muito depois disso. Eram 20:30 quando o Sr. Stuart me dispensou. Que alívio! A minha alegria aumentou mais quando soube que no dia seguinte eu estaria de folga. Recusei sua carona, pensando certamente em pedir um táxi. Assim que a porta abriu no térreo, eu saí do elevador. A recepção ficava logo a frente, rodeada por quatro cadeiras de espera. Observei um rapaz cabisbaixo, sentado de costas para mim. Eu desconfiei que fosse o Sam, mas ele não tinha me dado certeza de que vinha para o aniversário da Kathy e nem tinha dito que viria me buscar.

Depois que a gente transou na casa da Clara, Sam e eu começamos a nos ver com mais frequência. Ele vinha todo final de semana para Nova York e nós alternávamos entre a casa dos seus amigos e o apartamento onde eu moro. Nossa relação estava cada vez mais intensa e eu estava muito envolvida com ele, ao ponto de não querer mais sair para nenhum lugar no qual ele não estivesse presente.

Andei até a Lucia, a recepcionista, para lhe desejar um bom final de semana. Já havíamos almoçamos algumas vezes em um restaurante ali perto e ela era a única amiga que eu havia feito no trabalho. Assim que o rapaz ouviu minha voz, levantou a cabeça e a direcionou para mim. E, nesse mesmo instante, eu vi quem era. Lucia deve ter me achado uma boba, pois logo que me deparei com o Heughan de olhos azuis, eu recuei meus passos, evidenciando a minha surpresa em vê-lo.

Sam arregalou os olhos, sem esconder o quanto estava impressionado com as minhas vestimentas. Eu comecei a usar vestidos casuais no trabalho, transparecia mais seriedade. Hoje usava um azul-marinho, curto, acima do joelho. Sam me admirou dos pés à cabeça, sendo demasiadamente indiscreto. O meu decote tomou sua atenção. Aquele olhar safado me trazia tantas lembranças, o que me fez sorrir timidamente.

Sam me admirava abobalhado, talvez eu tivesse que pegar um lenço para limpar a baba dele. Sem esperar por alguma atitude sua eu me aproximei, dando-lhe um abraço apertado. Sam me envolveu em seus braços, encostando a barba crescida no meu pescoço. Levei os meus braços ao redor do seu corpo e ele desceu suas mãos para a minha cintura, apertando-a ao seu favor.

-Você não me disse que vinha, amor. -Me afastei, sorrindo.

Ele demorou para responder, estava hipnotizado pelo meu vestido.

-Eu vim te buscar... -O sorriso sedutor apareceu. -Queria te fazer uma surpresa.

Com certeza foi uma boa surpresa. Agradeci tanto a Deus por voltar pra casa de carro com ele. Nós caminhamos de mãos dadas em direção à saída do prédio, o carro do Sam estava estacionado do outro lado da rua. Nós esperamos o sinal fechar, para então, atravessarmos.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora