CAPÍTULO 50

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Ainda abraçados, Sam deu alguns passos para a frente, me levando a caminhar de costas, de um modo que ele entrasse no meu apartamento. Eu ouvi o som da porta bater logo depois, o que me fez imaginar que ele a tinha empurrado com o pé. Ainda em seus braços, pude sentir, com a cabeça encostada em seu peito, o quanto seus batimentos cardíacos estavam acelerados, assim como a sua respiração.

Os seus braços me seguraram com amor e ternura, seus dedos acariciaram a raiz do meu cabelo com sutileza. Eu havia esquecido o quanto eu amava aquele abraço. Suspirei fundo de olhos fechados, apertando-o contra o meu corpo. Era disso que eu precisava! Do abraço dele. Me trazia tanta paz.

Sam beijou o topo da minha cabeça e se distanciou de mim, segurando com as mãos em meu rosto para que eu olhasse para ele. Nos entreolhamos, o azul dos seus olhos refletindo nos meus. Sam analisou meu semblante, expressando que estava claramente preocupado comigo. Eu forcei um sorriso, queria que ele soubesse que eu estava bem, ou ao menos estava tentando ficar.

Seus olhos desviaram para a abertura entre os meus seios, e desceram para a minha cintura, até chegar em minhas pernas, expostas. Ao se dar conta de que eu usava apenas um robe de seda, que cobria até a metade das minhas coxas, ele tentou disfarçar o quanto me ver daquela forma mexeu com ele. Eu o observei umedecer os lábios, e rapidamente encher de ar os pulmões. Sam arqueou as sobrancelhas, um tanto desajeitado, e soltou levemente a respiração.

-Atende a porta sempre desse jeito? -Passou a mão em seus cabelos, sem tirar os olhos de mim.

Antes de responder, passei por ele, indo em direção à porta para trancá-la.

-Depende de quem está do outro lado... -Sorri, timidamente -Te incomoda?

-Não me incomoda. -Ele me olhou dos pés a cabeça, concentrando-se, por fim, em minhas pernas.

-Você quer beber alguma coisa? -Perguntei, enquanto caminhava em direção a cozinha. -Eu tenho vinho e... -Abri a geladeira para ver o que mais poderia oferecer para o Sam. -... acho que só. Preciso fazer compras, urgentemente.

-Eu aceito o vinho, Cait. -Ele encostou a lateral do seu corpo no vão da porta da cozinha, cruzou os braços e me encarou com um leve sorriso no rosto.

-A garrafa está na mesa, deixa eu só pegar mais uma taça. -Suspendi meus pés e estiquei o braço para pegar a taça no armário, o que fez com que meu robe levantasse um pouco.

-Deixa que eu te ajudo. -Sam se aproximou, posicionando o seu corpo atrás do meu, perto o bastante para eu senti-lo. Aquele contato trouxe arrepios por todo o meu corpo, e eu mordi o lábio inferior para conter minha respiração. -Aqui está. -Ele se afastou, mostrando-me a taça.

-Eu tenho pizza também. -Apontei para o forno que ficava em cima do armário, evitando encará-lo. -Você quer?

-Sim, mas deixe que eu levo para a mesa. -Me entregou a taça e se aproximou do forno. Então pegou o pano de prato, e abriu o forno para retirar a bandeja com a pizza. -O cheiro está bom. -Ele disse, levando a bandeja para a sala.

Durante a nosso jantar não combinado, nós estávamos muito à vontade, como se a distância entre nós dois nunca tivesse existido. Ele ficou o tempo todo olhando para mim, atento aos meus movimentos, contornando a conversa e deixando-me a par de sua semana agitada. Sam estava estudando muito e me disse que quase não estava tendo tempo para ele mesmo, que isso estava o deixando estressado. Eu disse que comigo não estava diferente e que talvez devêssemos tirar o domingo de folga. Ele concordou e nós passamos os próximos minutos acertando o que fazer no dia seguinte.

Assim que terminamos nosso jantar, eu deixei as louças na pia e me aconcheguei no sofá ao lado do Sam para tomarmos nossa última taça de vinho. Nós praticamente acabamos com a minha garrafa que eu tinha recém aberto.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora