CAPÍTULO 26

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Quando eu entrei no apartamento, eu me deparei com um ambiente todo enfeitado com balões da cor vermelha, amarela e verde, presos na parte superior das paredes da sala. Aquelas cores eram em homenagem a bandeira da Bolívia. Inclusive a música que estava tocando era latina, um ritmo comum no país. As luzes estavam acesas e havia uma mesa no centro da sala, preenchida por salgadinhos, bombons e duas jarras de ponche.

Os amigos da Kathy dominaram os dois cômodos e até mesmo os corredores, era impossível passar sem esbarrar em alguém. Eu não conhecia todas as pessoas presentes. Alguns eram da faculdade, outros de Holtsville. Todos estavam concentrados, conversando e bebendo. Eu caminhei em direção ao meu quarto e passei completamente despercebida.

Eu sabia que o Sam estava me seguindo. Ele entrou no quarto atrás de mim, sem pedir minha autorização. Eu acendi a luz e ele fechou a porta, sentando-se na minha cama logo em seguida. Sem tempo para conversar, eu joguei a bolsa no chão, próximo ao guarda-roupa, prendi o cabelo em um coque e tirei o sapato com os próprios pés.

Com as mãos na cintura, parei de frente ao guarda-roupa, calculando o tempo do banho e pensando no vestido que eu ia usar. Soltei o ar de uma só vez, direcionando o olhar para o Sam, que me espiava com ternura e sem malícia. Havia pureza no brilho dos seus olhos. Uma pureza que me tocava a alma e, incrivelmente, me fazia esquecer de qualquer discussão ou desentendimento. Contudo, eu voltei a realidade e o ignorei, tornando a pensar no que vestir.

Olhando para o guarda-roupa, abri as duas portas do meio, a procura de algo descente e descontraído. Enquanto analisava cabide por cabide, Sam me chamou com uma voz mansa. “Balfe”. Virei apenas o rosto para trás, sem sair da pose que eu estava, e esperei ele prosseguir. Sam parecia tenso e seu olhar era confuso. Sabe quando a pessoa expressa um semblante vago, como se quisesse dizer alguma coisa, mas não sabe como? Ele estava exatamente assim.

Já que ele se manteve em silêncio, eu desviei o meu olhar e voltei a mexer nas minhas roupas outra vez. Entediada e um pouco estressada, joguei tudo no chão. Isso talvez tenha sido motivo para ele sorrir. Foi uma risada tão gostosa que eu até me desconcentrei. Eu o fitei e ele continuou rindo alto.

-Você é tão linda quando está nervosa. -Ele soltou aquela frase de uma maneira amorosa.

Eu fingi não me importar com aquele comentário e fui atrás de uma toalha nova na gaveta. Através do espelho fixo dentro do guarda-roupa, vi que Sam estava em pé me observando. Só que dessa vez de maneira provocativa, com um simples sorrisinho de lado. Ele deu alguns passos para frente e eu girei o corpo, sem tirar os olhos dele. Fiquei estagnada.

Sam parou na minha frente, pegando-me ligeiro pelo quadril e encostando minhas costas em uma das portas do guarda-roupa que estava fechada. Seus olhos foram de encontro aos meus e ele manteve um braço em volta da minha cintura.

-Eu preciso tomar banho, Sam. -Eu justifiquei, sabendo que isso não ia convencê-lo de me soltar.

Seu dedo indicador tocou meu lábio inferior suavemente, criando um espaço entre meus lábios. Eu analisei a expressão dele. Sam mordia o próprio lábio sensualmente ao mesmo tempo em que aproximava mais o rosto ao meu. Eu já sabia o que ele ia tentar e não quis me afastar. Sam levou uma mão até a minha nuca e, sem demoras, seus lábios preencheram os meus brandamente. Eu fechei os olhos e retribuí insistentemente, virando um pouco o pescoço de lado para me envolver melhor no beijo.

A mão que estava em minha cintura desceu para minha coxa, subindo o meu vestido em um ritmo acelerado. Eu o puxei para mais perto de mim, queria tanto sentir seu corpo junto ao meu. Eu arfei entre o beijo quando sua mão apertou minha coxa interna e os dedos alcançaram a virilha. Eu gostava disso, eu gostava de tê-lo assim. Eu amava essa sensação de domínio dele para comigo.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora