24 de Dezembro, Quinta-feira.
-Esse é o lugar que eu te falei. -Disse Sam após descer do cavalo.
Ainda montada no cavalo, eu olhei rapidamente para o lugar vazio e solitário. Estávamos diante de uma gruta, cuja abertura era em formato de arco, permitindo-nos ver parte da extensão interna. Eu não tinha a mínima ideia do que havia lá dentro, mas o Sam me garantiu que era seguro.
-Podemos ir logo para dentro? Eu estou morrendo de frio. -Como ele já havia comentado no dia anterior, a temperatura estava mais baixa na véspera de Natal e estar fora de casa em meio aquele inverno era uma loucura.
-Venha, vamos te descer desse cavalo. -Eu apoiei as duas mãos em cada lado do seu ombro, ele me pegou pela cintura e me ajudou a descer. -Pegue isto, Cait. -Falou, me entregando uma mochila que estava em suas costas. -Eu vou tentar amarrá-lo em algum lugar. -Ele tocou levemente na crina do cavalo.
-Vai deixar o Bacardí aqui fora? -Perguntei, sentindo pena de deixá-lo naquela neve.
-Onde me aconselha deixá-lo, Balfe? Lá dentro conosco? -Eu sabia que o Sam não queria que soasse irônico, mas a última frase tinha saído em um tom sarcástico.
-Claro. -Afirmei colocando as duas mãos em cada lado da minha cintura. -Vai deixar o Bacardí pegar essa neve, Sam? -Briguei.
Ele me olhou sem jeito e depois sorriu, me dando razão. Nós entramos na gruta que tinha em torno de uns três metros de altura e eu pude ver melhor o quanto ela era enorme. Havia uma curva logo a frente, indicando que provavelmente ela era muito mais ampla do que eu imaginava.
Sam deixou o Bacardí em um canto enquanto eu estendia uma toalha de mesa quadriculada no chão. A ideia de um piquenique na gruta em meio aquele frio tinha partido dele. Ir até a cachoeira não seria uma boa ideia porque nadar não seria uma opção. No chalé e nas redondezas da fazenda estávamos restritos e, além disso, todos estavam muito animados para o Natal, seria muito difícil ter um momento a sós com o Sam. Então Sam teve a brilhante ideia de um encontro dentro da propriedade dos Heughans.
-Estou feliz em estar aqui com você. -Sam estava sentado ao meu lado pegando nossas canecas de alumínio para colocar o vinho. Nós não queríamos levar as taças ou nada de vidro que não pudesse chegar inteiro até o nosso destino final.
-Eu também estou feliz. -Puxei a lateral do seu rosto para beijá-lo. Pressionei meus lábios nos seus e depois me afastei, sorrindo. -Vamos brindar, Sam. -Ele me entregou uma das canecas e nós encostamos de leve uma caneca na outra. -Ao amor que eu sinto por você… -Eu olhei ternamente para ele acariciando seus cabelos loiros próximo a orelha. -E ao homem maravilhoso e surpreendente que você é.
-A você, Cait. -Seus olhos brilharam intensamente. -Uma mulher incrível, corajosa e... minha. -Disse, certo de que nada poderia nos separar.
Nós selamos nossos lábios mais uma vez antes de degustarmos do vinho. Aquele estava sendo nosso almoço, às 14 horas. Nós tínhamos tomado café muito tarde aquela manhã e dispensamos o almoço da minha avó para ficarmos juntos naquele momento. Eu tinha separado um pouco de torta de frango para nós dois e um pedaço do cheesecake de blueberry da minha avó.
-Isso está tão gostoso. -Sam comentou depois de provar um pedaço da torta de frango. -Sua avó quem fez?
-Não. Eu fiz para a Ceia de Natal, mas cortei um pedaço antecipadamente… ninguém vai perceber, eu acho.
-Eu não sabia que você tinha esses dotes culinários, Caitriona.
-Mas você já provou meus bolos e até mesmo meus lanches, Sam.
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Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)
FanfikceCaitríona cresceu ouvindo sobre como deveria se comportar, sobre as roupas que deveria vestir, sobre a forma como deveria comer... Conviver com sua família estava cada vez mais difícil, principalmente com sua mãe e suas irmãs. Os insultos que ela r...