Terça-feira, 22 de Dezembro.
Eu desci do carro do Luke e alcancei os pés no chão coberto de neve. Olhei rapidamente para a casa a qual eu havia crescido e tentei fingir que não estava insegura por estar ali depois de tanto tempo. Bati a porta do carro e caminhei até a entrada principal com uma mochila presa nas costas. Tudo estava tão silencioso por ali. Talvez eu pudesse dar a volta e entrar pela cozinha e a primeira pessoa que eu veria seria uma linda mulher de cabelos brancos e braços gordos em cima do fogão. Sorri com aquele pensamento e achei que seria uma ótima ideia.
O cheiro de frango assado era tudo o que eu podia sentir quando entrei na cozinha. Isso me lembrou que eu não tinha tomado café. A vovó estava de costas, mexendo em uma panela no fogão. Eu não poderia fazer barulho ou ela correria o risco de se queimar. Dei dois passos para a frente e tirei a mochila das costas, colocando-a no chão. Esperei ela sair de perto do fogão e a chamei. "Senhora Balfe". A voz saiu tão fraca que pensei que ela não tinha escutado. No entanto, vi seus lindos olhos azuis se virarem para mim e um sorriso de alegria se formou em seu rosto. Ela enxugou as mãos no avental apressadamente e veio feliz ao meu encontro. Eu diminuí a distância entre nós e estendi os meus braços para receber seu abraço aconchegante.
-Caitriona, minha filha. -Ela cheirava a perfume de lavanda e a temperos de cozinha. -Que surpresa maravilhosa você por aqui. -Ela massageou os meus cabelos e beijou-me na testa. -Estava com tantas saudades de você, querida.
-Eu também estava... -As lágrimas querendo descer, mas eu as impedindo para que minha vó não se preocupasse. Senti um nó na garganta, algo rasgando o meu peito. Eu deveria ter vindo antes, pensei.
-Venha! Sente-se aqui. -Ela pegou em meu ombro e me guiou até a mesa para nos sentarmos. O seu sorriso ainda estava lá, mas os seus olhos estavam úmidos. Ela não queria que eu a visse assim, puxou o avental para secar as lágrimas que insistiram em cair. -As cebolas, minha filha... As cebolas. -Desconversou. -Por que não avisou que vinha? Eu teria preparado algo especial para você.
-Eu queria fazer uma surpresa. -Disse em poucas palavras, tentando manter as emoções controladas.
-Pois você conseguiu, minha querida. -Ela ficou admirando minhas feições, seu rosto redondo analisando minhas vestimentas e o cabelo solto em volta do ombro -Você está diferente... -Me observou minuciosamente. -Um brilho em seus olhos, talvez... Você conheceu alguém lá em Nova York? -Perguntou, seus lábios unidos em um belo sorriso divertido.
-Cait? -A voz do Paul ecoou do marco da porta, salvando-me da obrigação de responder a pergunta da senhora Balfe. -Chegou agora? -Ele se aproximou, puxando uma cadeira ao lado da vovó. -Bom dia, Senhora, Balfe.
-Sim, Paul. -Respondi, vendo a vovó olhar para ele e depois para mim, em um semblante desconfiado. -Ah, Paul! A Kathy pediu para avisar que ela espera você mais tarde. Ela não estava se sentindo bem e foi descansar.
-Ohh, Santo Deus! -Vovó berrou, levantando-se rápido da cadeira. -O frango! Jesus! -Ela desligou o forno e pousou uma mão no peito, respirando aceleradamente.
-Você precisa de ajuda, vovó? -Fui até ela, aspirando o cheiro de comida por trás do seu ombro.
-Não, minha querida. Você pode ficar a vontade. Seu pai logo, logo chega e eu tenho certeza que ele ficará muito feliz em te ver. -Disse, esboçando um sorriso agradável.
-Ele está por perto? -Olhei intencionalmente para o Paul. -Posso ir até ele...
-Provavelmente no estábulo. -Paul piscou para mim. -Sozinho. -Ressaltou.
-Eu vou até lá. -Disse, apontando para a porta.
-Cuidado, Caitriona. Está um frio lá fora e há neve por todo lado. -Ela avisou.
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Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)
Fiksi PenggemarCaitríona cresceu ouvindo sobre como deveria se comportar, sobre as roupas que deveria vestir, sobre a forma como deveria comer... Conviver com sua família estava cada vez mais difícil, principalmente com sua mãe e suas irmãs. Os insultos que ela r...