CAPÍTULO 43

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-Tem certeza que não quer que eu te leve em casa? -Jason insistiu, apoiando as duas mãos na mesa.

-Tenho sim, senhor Cooper. -Tirei os olhos da tela do notebook, levantei a cabeça e sorri para ele, encontrando um lindo par de olhos verdes me encarando. -Ainda está cedo, posso pegar um táxi como todos os dias. -Respondi, sorrindo espontaneamente.

-Jason, Cait. -A voz dele saiu mais rouca do que o normal. -Me chame de Jason. -Eu ainda não tinha conseguido me acostumar a chamá-lo pelo seu primeiro nome. Eu queria manter a nossa relação o mais profissional possível, mas o Sr. Cooper não se importava em ser informal.

Jason saiu de onde estava e se colocou ao meu lado. Eu estava sentada na minha mesa quando senti sua mão tocar em meu ombro, aquele gesto me pegou desprevenida, mesmo que ele fizesse aquilo com muita frequência.

-O que tanto você faz aí? -Ele olhou para a tela do notebook e depois pegou os papéis que estavam em cima da minha mesa.

-Trabalho. -Não quis levantar a cabeça dessa vez, ele havia inclinado o tronco para frente e estava muito perto. -Seu trabalho. -Ressaltei.

-Ah, Cait! Deixa isso aí! -Ele colocou os papéis de volta na mesa e massageou o meu ombro com um pouco de intensidade. -Vamos logo! Eu te levo em casa.

-Jason. -O repreendi, ignorando sua presença por um momento enquanto lia uma Contestação. -Não é adequado e você sabe que eu não quero problemas com sua namorada. -Disse, sem tirar os olhos na tela do notebook.

Jason parou de massagear meus ombros e voltou para a frente da minha mesa, ele fez menção de que ia descer a tela do notebook, para que eu prestasse atenção apenas nele.

-Que problema você vai me arranjar, Cait? -Eu tive que encará-lo e o vi franzir a testa. -Espero você lá fora. -Me lançou um olhar atraente com um sorriso nos lábios, antes de sair.

Eu suspirei, sabendo que não ia conseguir mais me concentrar no trabalho. Desliguei o notebook, coloquei a papelada no canto da mesa e peguei minha bolsa. Dei uma olhada na sala para saber se estava esquecendo algo e saí em seguida.

Encontrei o Jason na recepção, encostado no balcão, mexendo no seu IPhone.

-Pronta? -Perguntou, assim que me viu chegando. Ele estava tentando manter a seriedade, mas não conseguiu e sorriu.

-Eu não vou, Jason. -Forcei um sorriso sem graça, eu sabia que ele, a princípio, não aceitaria.

Ele me encarou, surpreso.

-Não me olhe desse jeito. -Olhei para o Jason e depois para a recepcionista, que prestava atenção na conversa e comecei a falar mais baixo. -Jason, deixamos a carona para outro dia, Lucy deve estar esperando por você. -O lembrei.

-Tudo bem, Cait. -Ele guardou o celular no bolso. -Outro dia. -Sorriu. -E você está certa, Lucy acabou de me enviar uma mensagem.

Balancei a cabeça positivamente, me sentindo aliviada por ele não insistir.

-Te vejo amanhã. -Ele disse antes de virar o corredor e sair das minhas vistas.

Jason era um chefe que se preocupava excessivamente comigo, me oferecia carona todas as vezes desde que comecei a trabalhar lá, há exatamente uma semana. Ele não percebia, mas a postura dele me causava um certo desconforto. Talvez ele não fizesse de propósito, já que uma de suas características era ser gentil.

Ele era um homem jovem de 35 anos, bonito, charmoso, desejado por todas as moças do prédio. Ele tinha cabelos castanhos, olhos verdes, alto e musculoso. Se apresentava sempre de forma social, elegante, desfilando pelos corredores seus ternos caríssimos. A diferença dele para os outros advogados da Firma era o seu senso de humor, estava sempre achando graça de tudo e tornando os momentos mais divertidos, apesar de levar a sério seu trabalho e ser bastante responsável.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora