-Oh! Você o encontrou! -Disse vovó, enxugando as mãos no avental. -Vamos! Sentem-se ali. Me façam companhia enquanto finalizo o almoço.
-Não, mamãe. Eu preciso sair novamente. -Disse meu pai.
-Brian, Cait acabou de chegar. Não pode passar um tempo com sua filha? -Cruzou os braços acima da barriga.
-Ela não vai embora agora, vai? -Ele me encarou, aguardando uma confirmação. Eu disse que não. -Então... teremos tempo para conversar. Mas agora preciso encontrar o Heughan.
-O Paul saiu agora pouco daqui. -Disse vovó apontando para a porta. -Está procurando por ele?
-Não, pelo Sam. Aquele rapaz se meteu sabe Deus onde! -Ele jogou os dois braços para cima, sem paciência. -Fique com sua avó, está bem? Mais tarde podemos ter um momento a sós. -Ele massageou minha cabeça carinhosamente.
-Tudo bem. -Sorri. -Assim que ele nos deixou, eu fui atrás da garrafa de café que estava em cima do balcão. -Eu preciso comer alguma coisa, vó. O que tem por aqui? Eu ainda não tomei café da manhã.
-Caitriona! -Ela me advertiu. -Já está quase na hora do almoço e você ainda não comeu? Minha filha, por que não disse antes? -Ela puxou a cadeira que estava em volta da mesa. -Sente-se aqui! Eu vou pegar um bolo delicioso que fiz pensando em você.
***
A família se reuniu para almoçar na sala de jantar depois dos insistentes gritos da minha avó dizendo que o almoço estava servido. Apesar dos meses sem pisar os pés ali, era como se nada tivesse mudado. O meu pai sentou-se em seu lugar de sempre, não atento a nada ao seu redor; as minhas irmãs ficaram tagarelando durante a refeição, criticando uma ou outra pessoa da cidade; e a minha mãe, silenciosamente, me fuzilava sem disfarçar. Nós não tínhamos nos cumprimentado. Eu até forcei um sorriso, mas ela virou o rosto e me ignorou. Meu pai, que viu todo o episódio, justificou dizendo que os remédios estavam deixando-a de mal humor. Eu saí de Nova York sabendo que isso poderia acontecer, que ela não se esforçaria nenhum pouco para ficarmos bem. Por isso me mantive neutra, tentando não deixar sua atitude me influenciar. Não queria que toda aquela tensão fosse motivo para querer me fazer ir embora.
Enquanto degustávamos o delicioso frango assado da vovó, os Heughans atravessaram a porta um ao lado do outro, ambos com um sorriso travesso estampado no rosto. No entanto, foi o Heughan mais velho que tomou toda a minha atenção. Ele estava completamente vestido, os cabelos levemente molhados. Vê-lo assim me fez pensar que provavelmente ele havia tomado um banho.
Sam suspendeu a cabeça e o seu olhar foi de encontro ao meu. Seus olhos estavam em um azul intenso e eu senti minha bochecha esquentar ao lembrar do que fizemos um pouco antes no estábulo. Desviei o olhar para o prato à minha frente na tentativa de que ninguém percebesse o modo apaixonado que nós dois nos encaramos. Nem eu e nem ele nos preparamos para aquele momento. Ele deu a volta na mesa, puxou a cadeira ao meu lado e se sentou e eu sabia que, se eu levantasse a cabeça, qualquer um notaria o quanto a presença do Sam me afetava. Por isso, fingi que ele não estava lá e terminei o meu almoço em silêncio.
Ele se ocupou com o meu pai logo em seguida, os dois foram para o escritório conversar com o contador responsável pelos negócios da fazenda. Eu não tinha noção de quanto tempo eles ficariam lá, então fui para o meu quarto descansar. Quando acordei do meu cochilo tinha uma notificação do Sam no meu celular, dizendo que me esperava no chalé depois das 16 horas.
Quando terminei de arrumar minhas roupas no guarda-roupa, eu tomei um banho quente e vesti peças confortáveis e adequadas para enfrentar o frio lá fora. Atravessei a floresta caminhando em passos lentos, pisando com cuidado nos flocos de neve em volta da folhagem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)
FanfictionCaitríona cresceu ouvindo sobre como deveria se comportar, sobre as roupas que deveria vestir, sobre a forma como deveria comer... Conviver com sua família estava cada vez mais difícil, principalmente com sua mãe e suas irmãs. Os insultos que ela r...