Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)

CAPÍTULO 9

Logo após aquela troca de mensagens nada gentis com Sam, nós dois não nos falamos mais. Agradeci por ele não ter insistido, discutir por telefone não era uma boa ideia. Eu preferia olhar nos olhos dele, avaliar suas expressões e analisar os movimentos do seu corpo quando ele tentasse me explicar sobre o que ele de fato tinha com a Yolanda.

Eu não sabia se ele estaria presente no aniversário do meu pai. Evitei criar expectativas, apesar de estar apreensiva para vê-lo. Quando a manhã chegou ao fim e a hora do almoço se aproximou, eu comecei a pensar que ele não viria. Para minha surpresa, quando fui ao escritório do meu pai avisá-lo que a mesa estava posta, Sam também estava lá.

De costas para mim, Sam estava totalmente distraído em seus relatos sobre os acontecimentos na fazenda durante o período em que o meu pai esteve ausente. Foram os olhos do meu pai em minha direção que fez com que Sam girasse o pescoço para trás. Em questão de segundos ele parou de falar e arregalou os olhos, abrindo um largo sorriso sem esconder que estava feliz em me ver. Comuniquei que o almoço estava servido e saí, sem manifestar nenhuma reação ao encontrá-lo. Mas, por dentro, meu coração saltitava de felicidade.

Não fizemos nenhuma festa grande, o meu pai não gostava de comemorar aniversários. A ideia de fazer um almoço em família foi da minha vó e o senhor Balfe não ia querer encrenca com a dona Carmen Balfe.

Era para ser um aniversário agradável, mas o almoço desandou logo no início. Tudo aconteceu por causa de um maldito vestido. Ele estava acentuado no meu corpo e os meus seios estavam volumosos, deixando-me com um incrível decote. A minha mãe atacou-me com um olhar maquiavélico assim que cheguei na sala de jantar. Diferente das outras vezes, eu a ignorei e sentei à mesa, ao lado do Paul.

-Caitriona! Levante e vá trocar esse vestido. -Falou com uma voz autoritária. -Não vê o quanto ele está colado em você? -Eu olhei para ela com um olhar desafiador e não movi meu corpo da cadeira. -Agora, Caitriona! -Ela arqueou uma sobrancelha.

-O que está acontecendo aqui? -Era a voz do meu pai. Ele e o Sam haviam acabado de se juntar a nós. -Por que tanto sua mãe grita seu nome, Cait?

-Sua filha, Brian. Estou dizendo para ela trocar esse vestido indecente. -Encontrei o olhar do Sam que serviu como um refúgio. Ele se mantinha imóvel ao lado do meu pai, tentando decidir se era uma boa ideia intervir. Eu pedia mentalmente que ele se mantivesse calado. -Mas ela se fez de surda. -Naquele exato momento eu inclinei a cabeça para o meu pai, esperando que ele se prontificasse ao meu favor.

-Cait. -Sua voz era suave. -Por favor, minha querida. Troque o vestido.

E novamente o silêncio pairou. Eu sabia que todos os olhares estavam em mim e isso me irritou completamente. Levantei contrariada, tentando não demonstrar o quanto aquela atitude da minha mãe havia me afetado. E, para o meu espanto, Laura se moveu da cadeira e se ofereceu para me acompanhar. Nós seguimos para o quarto dela e Laura me trouxe umas quatro peças de roupa para experimentar. No entanto, todo aquele afeto de irmã mais velha era tudo uma farsa. O intuito de Laura era, na verdade, saber sobre o Sam.

-Cait. -Disse Laura. -Você está namorando com o Sam? -Meu coração quase pulou pela boca e a minha reação foi rir.

-Claro que não! -Os ombros de Laura relaxaram, como se estivesse aliviada com a resposta. -Por que pensou isso?

-Yolanda, uma amiga que também conhece o Sam, ela acha que vocês estão namorando.  -Ao ouvir aquele nome, eu estremeci. Me contive para não demonstrar minha raiva por aquela loira desagradável.  -Se vocês não estão namorando, sabe me dizer se ele está com alguém? -Senti tanta maldade naquela pergunta.

-Até onde eu sei, a Yolanda é quem parece bem interessada no Sam, Laura. -Eu alfinetei, esperando que ela acreditasse.

-A Yolanda tem namorado, Cait. -Esclareceu, tornando aquela conversa mais esquisita. -Me diga uma coisa, Sam nunca perguntou sobre mim?