CAPÍTULO 19

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Sam retornou do andar debaixo ao lado de uma mulher de cabelos loiros. Era a mesma mulher que ele conversava mais cedo, quando eu o encontrei do outro lado do bar. Eu os vi subir as escadas, a mão dele estava apoiada na cintura dela, e ele a conduziu até a mesa onde eu estava com os meus amigos. A loira era linda, e ela usava um vestido longo que ressaltava bem o seu decote. Sam apresentou a loira, e eu fui a única que ficou em pé para falar com ela.

-Cait, essa é a Alice. -Eu sorri com os lábios colados. -Ela é uma amiga da faculdade. -Eles se entreolharam. -E essa é a Caitriona...

-Prazer! -Interrompi o Sam. Alice sorria, formidavelmente. Eu me aproximei para lhe dar um abraço. -Ex-namorada do Sam. -Sussurrei próximo ao ouvido dela, para que somente Alice me ouvisse.

O sorriso de Alice se desfez após ouvir a minha declaração. Eu sorri, satisfeita, por ter atingido o meu objetivo. Então, mostrando o quanto eu poderia lidar muito bem com aquela situação em ver o Sam com outra pessoa, eu os convidei para sentar. Sam se sentou entre nós duas e, a partir daquele momento, a noite começou a ficar mais interessante.

Eu percebi que Sam estava se esforçando para manter as aparências. Ele tinha que dar atenção à Alice, mas ele queria interagir comigo. O modo que ele olhava para mim quando eu ria, ou quando ele deslizava, de propósito, a mão na própria perna só para poder encostar na minha coxa, eram sinais de que ele estava tentando acompanhar meus movimentos. Eu cruzei as pernas para aliviar a pulsação que se intensificada no meio delas. Eu sabia que a culpa não era apenas do álcool, Sam tinha uma parcela de responsabilidade por estar me causando toda aquela inquietação.

Eu estava tentando me manter comportada aquela noite. Eu já tinha ingerido uma quantidade de álcool suficiente para me fazer cometer algumas loucuras e, normalmente, eu estaria dançando ou beijando alguém a essas alturas. Eu poderia ficar com o Fred na frente do Sam para provocá-lo, ou dançar com qualquer outro homem da boate para mostrar que eu tinha seguido adiante com a minha vida. Mas tudo isso seria infantil da minha parte e eu não precisava provar nada para ele.

Eu estava bem. Minhas emoções se mantinham sob controle. Naquele momento era uma vantagem não estar emocionalmente abalada em ver o Sam com uma loira que me lembrava visivelmente a Yolanda. Eu não poderia exigir nada dele, ele estava no seu direito de estar com quem ele quisesse.

Aqueles pensamentos se formaram em minha mente enquanto eu observei Sam sussurrar algo no ouvido de Alice. Eles estavam ficando cada vez mais íntimos e isso certamente começou a me incomodar. "Está tudo bem". Eu repetia em minha mente.

Patty me lançou um olhar de alerta, como se me dissesse "Faça alguma coisa, Balfe". Eu não poderia impedir o Sam de ficar com Alice. Eu não tinha esse direito. Nós não tínhamos absolutamente mais nada.

Então algo desastroso aconteceu. O whisky no copo do Sam caiu em minhas pernas, molhando parte do meu vestido. Isso ocorreu quando ele achou que tinha apoiado o copo adequadamente em cima da mesa. Eu deixei escapar um grito pelo susto e ele rapidamente começou a pedir desculpas. Não fiquei chateada com o Sam, ele não fez porque quis, mas eu fiquei irritada e tive um ataque histérico silencioso. Enquanto ele pegava o guardanapo para ajudar a secar, eu soltei um palavrão, levantei-me da mesa e saí. Se tinha uma coisa que eu detestava era bebida caindo na minha roupa. O trabalho que era remover uma mancha daquelas! Sem contar no cheiro do álcool. Eu amava aquele vestido, mas a vontade que eu tinha era de arrancá-lo naquele exato momento.

Me apoiei no azulejo do banheiro, em frente ao espelho, e olhei para uma Caitriona completamente sem humor. Peguei a água da torneira e lavei rosto, e forcei um sorriso para mim mesma. Então, observei pelo espelho o reflexo de alguém atrás de mim. Virei meu corpo ligeiramente e fiquei surpresa ao ver que era o Sam.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora