CAPÍTULO 29

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Eu combinei com o meu chefe que continuaria trabalhando por esses dias, já que eu ficaria em Nova York essa semana. Como as aulas estavam em recesso, eu aproveitei para trabalhar pela manhã, com exceção de sexta-feira que eu estive na Universidade fazendo as duas provas para recuperar as notas. Eu fui almoçar com a Clara nesse dia. Nós fomos ao shopping ver algumas roupas de neném e eu aproveitei para comprar um presente para o Sam. Não demoramos porque eu precisava estar no escritório às 14 horas. O restante da tarde foi abarrotado de serviço e eu nem pude responder as mensagens do meu namorado. Já tinha passado das 19 horas quando o senhor Stuart me liberou e, por isso, decidi aceitar a carona dele.

O carro dele estava no estacionamento interno do prédio e não haviam muitos carros por lá, sinal de que a maioria já tinha ido para sua casa. Eu entrei no veículo e sentei no banco ao lado do motorista, atei o cinto e esperei que ele desse partida no carro. Mas, ao invés disso, o senhor Stuart se inclinou para mim e pousou a mão em minha coxa por cima do vestido social. Aquele ato me deixou desconcertada e eu o encarei, assustada.

-Tenho reparado em você. -Ele umedeceu os lábios lentamente. -Fiquei pensando quanto tempo você ainda fugiria de mim? -Ele apertou minha coxa e eu empurrei a mão dele, afastando-me depressa. -Anda, Cait. Não se faça de difícil. -Me pegou pela nuca e me forçou beijá-lo.

-Me solta! -Tentei empurrá-lo. -Não! -Gritei, enquanto ele beijava o meu queixo e tocava em minha parte íntima. -Senhor Stuart! -Consegui desatar o meu cinto e tentei tirar as mãos dele de cima de mim.

Toc! Toc! Toc! Foi aquela batida na minha janela que me livrou de que algo pior acontecesse comigo. Assustado pela batida na porta, o senhor Stuart se distraiu e eu consegui lançar o corpo dele para longe de mim. Quando olhei para a janela e visualizei aquele rosto conhecido, eu peguei minha bolsa e abri a porta do carro.

-Está tudo bem com você? -Eu não consegui responder. -Olá, Stuart. -Ela o fuzilou. -Você esqueceu o favor que meu pai te fez da última vez? Quer que isso se espalhe por aí de novo?

-Não sei do que você está falando, senhorita Parker.  -Ele se fez de desentendido. -Não aconteceu nada aqui, não foi, Balfe? -Eu já estava fora do carro, longe das suas vistas.

-Boa noite, Stuart! Mande lembranças para sua esposa. -Yolanda piscou para ele e fechou a porta em seguida. Ele não perdeu tempo e saiu apressado, em alta velocidade.

Eu estava de costas para a Yolanda, mexendo na minha bolsa, em busca do meu celular quando ouvi o som dos seus saltos chocando contra o piso. Ela se aproximou e parou ao meu lado.

-Vamos, Balfe.  -Disse, séria. -Eu vou te levar em casa. -Suspendi a cabeça para encará-la.

-Não precisa, eu pego um táxi. -Forcei um sorriso.

-Cait. -Ela arqueou uma sobrancelha. -Sabe quanto custa um táxi nesse período do ano? -Eu neguei. -Vem! Meu carro está logo ali. -Ela apontou para a nossa direita.

-Você não precisa fazer isso… Eu me viro. -Ela desfez o sorriso que havia se formado em seu rosto.

-Não precisa ser tão óbvia assim. Eu sei que você não gosta de mim. -Eu nunca sabia quando Yolanda estava mesmo sendo sincera. -Você não precisa falar nada enquanto estiver no carro. E eu posso fingir que você não está lá.

-Tudo bem. -Disse, me sentindo mal agradecida. -Eu te agradeço pela carona e por ter me livrado do senhor Stuart.

-Evite pegar carona com ele. -Ela me alertou. -Você não é a primeira.

***

Eu tomei um banho demorado, lavando intensamente cada parte do meu corpo. Eu não consegui chorar, mesmo querendo. Vesti um pijama e amarrei o cabelo em um coque. Ouvi o meu celular tocar, a música denunciava a pessoa do outro lado da linha, mesmo sem olhar no visor. Era o que eu precisava, ouvir a voz do Sam. Senti um formigamento pelo corpo, minha barriga se encheu de bolhas invisíveis e eu fiquei nervosa só em ouvir a sua respiração.

Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora