No dia seguinte, o som do despertador de Violet fez com que eu acordasse mais cedo do que o planejado. O relógio marcava 7:15, e eu tive vontade de jogar aquele objeto contra a parede. Ainda deitada, estiquei o braço e apertei o botão para desligá-lo, olhei para Violet e ela estava deitada, dormindo como uma pedra. Eu me espreguicei e logo em seguida, sentei na cama. Olhei para a janela e percebi que o tempo estava nublado sem nenhum sinal de chuva ou neve.
Depois de vestir algo mais quente e realizar minha higiene, decidi preparar um café antes de todos acordarem. Na minha concepção, todos estavam dormindo, assim como Violet. No entanto, ao descer às escadas, eu senti o cheiro suave do café, do bacon e dos ovos fritos na manteiga. Melissa estava ajeitando os talheres e as canecas em cima da mesa quando desci o último degrau da escada.
-Olha só quem acordou! -Ela olhou em minha direção e sorriu, animadamente. Melissa estava usando um robe preto de seda, um faixa amarrada na cintura, seu cabelo penteado e seu rosto desprovido de maquiagem. -Dormiu bem?
-Sim. -Devolvi outro sorriso, mas só que mais fraco. -Mas eu queria ter dormido mais. Se não fosse pelo despertador da Violet... -Minha voz estava fanhosa e isso era sinal de que eu poderia estar começando a gripar.
-Mania da Violet. -Balançou a cabeça negativamente, um pouco zangada. -Me desculpe por isso, vou falar com ela. -Melissa foi até o balcão e trouxe o restante das coisas para colocar na mesa.
-Não, está tudo bem. -Espirrei em seguida, virando o rosto para o lado. -Estou precisando de um café.
-E esse espirro? -Ela se aproximou, tocando com as costas da mão em minha testa para verificar a minha temperatura. -Febre você não está. -Retirou a mão e continuou me olhando. -Será que está ficando gripada? -Me analisou, preocupada. -Por precaução, eu vou fazer um chá de limão e gengibre para evitar que piore.
-Não precisa. -Eu detestava chá de limão e gengibre. -Daqui a pouco passa.
-Não quero que você fique doente, querida. -Melissa foi até o fogão e colocou a água no fogo. -Enquanto faço o chá, sente-se e coma algo. Fiz panquecas, ovos, bacon, tem pão também, bolo... -Sentei-me à mesa sem questionar.
Quando provei suas panquecas e seu café, eu não contive minha satisfação e a elogiei por suas mãos abençoadas.
-Mil vezes melhor que a minha. -Percebi ela sorrindo timidamente, seu corpo apoiado de costas no armário, suas braços cruzados acima da barriga. -E o café? Que marca é essa? Melhor que qualquer café da Starbucks.
-Não exagere, Cait. -Melissa comprimiu o riso. Sua feição era de felicidade. Talvez ela não esperasse que eu fosse ser tão gentil.
-Sabe quem vai amar suas panquecas? -Perguntei, um sorriso contente se formando em meu rosto. -O Sam.
-Por falar nele, espero que vocês não tenham se aborrecido por não tê-los deixado dormir no mesmo quarto. -Ela deu as costas para mim e terminou de preparar o meu chá. -Não foi por querer impedi-los de dormir juntos. -Ela caminhou em minha direção segurando uma caneca com as duas mãos, e após entregá-la para mim, sentou-se à minha frente. -Foi mais por Violet. Queria que vocês duas se conhecessem e... -Ela se serviu com um pouco de café e um pedaço de bolo.
-Eu e o Sam entendemos. -Ao provar o chá, percebi o sabor concentrado de gengibre, e sabia que em questão de segundos minha língua estaria dormente. -Você fez certo, foi melhor ter ficado no quarto com ela.
-Não tivemos tempo de conversar ontem, mas queria que soubesse que não tive a intenção de esconder sobre Violet. -Ela começou a se explicar. Melissa ainda sentia necessidade de se justificar, era uma forma que ela encontrava de esclarecer as coisas, e nos manter mais próximas. -Não sabia como seria sua reação quando soubesse sobre mim. Temi que você me julgasse por Violet, não queria que me odiasse por isso.
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Eu Faria Qualquer Coisa Por Você (SC AU)
FanficCaitríona cresceu ouvindo sobre como deveria se comportar, sobre as roupas que deveria vestir, sobre a forma como deveria comer... Conviver com sua família estava cada vez mais difícil, principalmente com sua mãe e suas irmãs. Os insultos que ela r...