Capítulo 13 parte 1

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ATENÇÃO

ALERTA CENA HOT (HOT INÍCIO***** e HOT FINAL*****)

BOA LEITURA :)

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HELOÍSA

Eu não tinha dúvidas que Hans era um homem seguro e controlado em suas ações. Mas desde o trajeto até a chegada em seu apartamento, percebi que ele estava um tanto apreensivo. Dentro do carro o seu nervosismo era sutil, quase imperceptível. Algumas vezes apertava o volante, outras vezes mexia no volume do som e constantemente me olhava através do retrovisor.

Ao chegarmos na sua casa, as coisas ficaram mais óbvias. O homem parecia deslocado em seu próprio território. Ele deixou minha mala e a bolsa de saída da bebê na sala e novamente desceu até a garagem para pegar outras coisas que ficaram no carro. Eu tinha avisado que dormir fora de casa com uma bebê tão pequena era trabalhoso, pois Helena não precisava só de roupas, mas também de remédios, chupetas, fraldas, shampoo, sabonete e hidratantes específicos para sua pele. Ainda tinha o seu carrinho, que possuía várias funções e incluía vários objetos, como o assento comum, o moisés* e até o bebê-conforto, que podia tanto se acoplar nele como virar um uma cadeirinha para o carro. Bem, o recado já tinha sido dado, mas meu primo insistiu assim mesmo que ficássemos em seu apartamento.

Ele chegou com o restante da "mudança" de Helena. Sem dizer uma palavra, saiu em direção ao corredor que levava aos quartos e sumiu da minha vista. Caminhei com minha filha no colo até a grande janela da sala. Estava entardecendo e os altos edifícios complementavam a vista junto ao céu fogueado, formando uma bela imagem. Inspirei o ar pensativa. Pensei que talvez eu fosse predestinada a ter Hans sempre em minha vida. E o interessante disso tudo foi constatar que a maior parte de mim não se opunha a isso.

Após alguns minutos, ouvi passos se aproximarem. Virei e dei de cara com Hans, que estendeu os braços para pegar minha filha no colo. Estendi os braços, entregando-a para ele, e ele começou a falar, ainda mostrando embaraço:

– Fiz compras no supermercado. Agora temos o que comer nesse lugar. Está com fome?

– Ainda não.

– Então vem comigo. Antes quero te mostrar uma coisa.

Ele me deu as costas, caminhando na direção do corredor. Segui logo atrás. Ao entrarmos no quarto de hóspedes, tive uma surpresa. Havia um miniberço e um tapete colorido no chão. A cama de antes ainda estava no local, porém um pouco mais no canto, próxima à parede. Sobre a cômoda, ele tinha providenciado um trocador de fraldas. Estava tudo pronto para receber minha filha e isso mexeu comigo.

– Hans... – pronunciei seu nome baixo, mas sentindo estupefação. – Você se preocupou... eu... eu não sei que dizer.

Fui até o berço. Deslizei as mãos na madeira de cor marrom claro. O jogo de cama, os protetores de grade acolchoados e as pequenas almofadas eram rosa e azul claro. Havia uma boneca em cima. Ela era feita do mesmo material do brinquedo favorito de Helena, a girafa colorida.

Olhei para Hans, querendo saber o porquê daquilo tudo. Eu até poderia confrontá-lo, enchê-lo de perguntas e dizer que ele não tinha a obrigação de cuidar da minha filha. Mas aquele não era o momento para criar picuinhas. Aquela era a hora de agir com gratidão. E foi o que fiz.

Com o coração palpitando e os olhos brilhando, dei um par de passos até ele. Estávamos frente a frente com Helena entre nós dois. Levantei a cabeça para olhar em seu semblante tenso. Eu tinha tanto para dizer, mas não sabia quais eram as palavras corretas para a ocasião.

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