Bom dia, boa tarde, boa noite. O capítulo de hoje é do ponto de vista do Jughead, tá? Boa leitura.
Fazia exatamente meia hora que eu estava sentado no sofá da sala de estar da casa do meu pai, olhando para televisão, por mais que eu odeiasse o programa idiota que minha meia-irmã estava assistindo. Meu pai havia me convencido a jantar com sua família. Como? Eu não sei. Talvez pela comida.
─ Você é mudo? ─ Jellybean quebrou o silêncio.
Revirei os olhos.
─ Só não quero falar com você.
─ Eu sempre pedi para minha mãe e para o meu pai um irmão. Se eu soubesse que era tão chato ter um, nunca teria pedido.
─ Eu não sou seu irmão, Jellybean. Não sou filho da Cleo.
A garotinha loira voltou a prestar atenção na Tv. Meu pai e Cleo haviam ido buscar algo para comermos, já que bem na hora que a esposa do meu pai ia começar a cozinhar, o gás acabou. Sim, eles me deixaram tomando conta da minha meia-irmã chata.
─ Por que não gosta de mim? O que eu te fiz? ─ a loira insistiu; ─ Se for por causa que meu pai escolheu minha mãe ao invés da sua, saiba que eu não tenho nada haver com isso.
Não respondi nada. Não seria nada coerente brigar com uma criança de doze anos. Jellybean estava certa, ela não tinha nada haver com isso, mas por algum motivo eu não conseguia gostar dela como meia-irmã e muito menos como irmã. Não sei é porque esses anos todos ela teve um pai presente e eu não, se é porque todos os dias quando saía da escola meu pai estava lá para levar ela para casa...
Eu nunca tive isso.
No mesmo momento, Cleo e meu pai entraram em casa com três caixas de pizza e uma garrafa de refrigerante.
Cleo arrumou a mesa enquanto meu pai cortava os pedaços de pizza.Decidi andar até a cozinha para falar com meu pai. Eu não queria mais ficar naquela casa. Não mesmo.
─ Obrigado pelo convite, pai! De verdade, mas eu já estou indo...
─ O que? Por que?
─ Amanhã eu preciso acordar cedo e eu estou muito cansado.
Me virei para sair andando.
─ Ou é por que você não quer ficar com a minha família?
Virei de volta para ele.
Relaxa. Relaxa, Jughead.
─ Na verdade, é por isso sim. E quer saber? Sua filha acabou de jogar na minha cara que você prefiriu a ela do que a mim.
─ Jughead...
─ Não. Ela está certa, mas ouvir isso dói e eu não sou obrigado a ficar aqui.
Sai da residência sem ao menos me despedir de Cleo e de sua filha. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia ter uma relação melhor com meu pai. Eu simplesmente não conseguia fazer com que a mágoa que eu sempre carreguei comigo suma de uma hora para outra.
Só estou aqui, nessa cidade, pela minha mãe.
As ruas ainda não estavam totalmente desertas, então era seguro. Caminhei até o Pop's com a intenção de pegar algo para comer, afinal eu estava morrendo de fome. A primeira coisa que vi ao entrar na lanchonete foi o próprio Pop Tate tomando conta do caixa e a segunda foi Betty, se preparando para ir para casa.
Cooper e eu estávamos mais próximos no que nunca. Conversámos pelo celular quando não estamos juntos.
─ Jugh? O que faz aqui? Você não ia jantar na casa do FP? ─ a loira me perguntou assim que viu.
─ Sim, mas eu tive que voltar para casa... Não estava me sentindo bem lá, entende? ─ ela assentiu; ─ Eu só vou pegar um lanche. Se você quiser me esperar, podemos caminhar juntos até o prédio.
Ela sorriu.
─ Pode ser. Te espero.
Fiz o meu pedido, eu e Betty aguardamos por cinco minutos e então começamos a andar de volta para casa.
Estava um ventando um pouco forte e eu havia percebido que Betty estava com frio. Também, ela só estava usando um vestido ─ o uniforme do Pop's.
─ Quer o meu casaco? ─ perguntei, como o ótimo amigo que eu sou. E talvez cavalheiro também.
─ Não precisa. Nem está tão frio assim.
─ Você está se tremendo toda. ─ tirei meu casaco; ─ Vista, não estou com muito frio.
Ajudei a loira a vestir meu casaco. Havia ficado grande nela, mas mesmo assim, de alguma forma, deixou ela mais linda ainda. Eu realmente não sabia o que era mais bonito nela: o sorriso, o cabelo ou suas pernas?
─ Por que não estava se sentindo bem na casa do seu pai?
─ Por nada...
─ Jones, eu sei que aconteceu algo. Nós não somos amigos agora? Pode contar para mim.
─ Minha meia-irmã chata me disse algo que eu não gostei muito de ouvir... Eu sei que isso é idiota, mas...
─ Não. Não é idiota! ─ Cooper me interrompeu; ─ O que ela te disse?
─ Jogou na minha cara que meu pai havia escolhido ela ao invés de ter me escolhido.
─ Nossa, que criança babaca.
─ Pois é.
─ Mas se sente assim? Trocado?
─ As vezes sim.
─ Eu acho que talvez você devesse conversar com seu pai sobre isso. Só você e ele. Sem crianças babacas ou madrastas.
─ Vou tentar fazer isso. Obrigada pela ajuda.
─ Por nada.
Andamos mais alguns quarteirões até chegar no nosso destino. Betty foi para o seu apartamento e eu fui para o meu. Nos despedimos com um abraço.
A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi lavar minhas mãos na pia da cozinha para comer... Eu estava morrendo de fome. Por coincidência, Betts também estava em sua cozinha e, como eu ainda não havia comprado uma cortina e a dela estava aberta, conseguia ver o que ela estava fazendo. Ela estava bebendo um copo d'água.
Notei que ela havia ficado com minha blusa.
Peguei meu celular e mandei mensagem para ela.
"Eu estou te vendo agora e acho que você ficou com minha blusa."
No mesmo instante em que ela viu a mensagem, me encarou pela janela e respondeu;
"Desculpe. Amanhã te devolvo."
"Sem problemas, Cooper. Então até amanhã."
"Até. E eu acho que você deveria comprar uma cortina logo, hahaha.
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notas finais: Oi amores! Tudo bem com vocês? Eu estou muito feliz porque estamos quase chegando a 400 votos nessa linda e bela história. Obrigada de verdade!
Amo vocês, até!♡
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Through the window ❦ ᏼꮜꮐꮋꭼꭺꭰ.
Hayran Kurgu❝ ─ Aquilo foi um acidente. Quero dizer, quem anda pelado pela casa sem ao menos ter cortinas? ❞ Elizabeth Cooper mora em um prédio no centro de Riverdale com sua melhor amiga, Veronica Lodge. Em uma certa noite, enquanto ela preparava o jantar viu...