Through the window ❦ ᏼꮜꮐꮋꭼꭺꭰ.

27. Eu não vou te perdoar.

Assim que Elizabeth pisou novamente em seu apartamento, ela desmoronou. As lágrimas começaram a cair freneticamente e os soluços estavam cada vez mais altos. Tão altos que acordaram sua melhor amiga Veronica — tarefa que na maioria das vezes não é muito fácil.

Ao chegar na sala, Lodge ficou preocupada ao ver sua amiga ajoelhada no chão chorando desesperadamente.

A morena se ajoelhou em frente a Betty e perguntou:

— O que aconteceu, B? Por que está chorando tanto assim?

— Acabou Veronica! Acabou. Eu não quero mais ver o Jughead. Nunca mais.

Por mais que Betty estivesse soluçando, Veronica entendeu perfeitamente o que ela disse.

— Se acalma. Senta no sofá. Vou pegar um copo de água e você vai me explicar essa história direito.

Betty fez o que sua amiga sugeriu: se levantou e do chão e se sentou no sofá, enquanto Veronica pegava o copo de água.
Ronnie ainda não sabia o que o namorado de Cooper havia feito, mas ela já estava morrendo de vontade de bater nele. Muita vontade mesmo.

Após beber a água e se acalmar, Betty conta tudo o que Jughead havia falado para ela para Veronica. Lodge ficou com mais raiva dele ainda e muito triste pela Betty. A morena sabia o quanto Jones era importante para Elizabeth. O quanto ela o ama com todo o coração.

— Talvez ele esteja certo, V...

— Está falando sério?

— Talvez eu tenha merecido ouvir aquilo. Eu realmente tentei matar meu filho, eu sou egoísta!

— Não você não é! Tentar aborto foi sim uma atitude precipitada. Você errou sim. Mas não merece ser humilhada do jeito que foi por ele. Não merece ser humilhada por ninguém.

— Então não acha que eu sou egoísta?

— Claro que não! Vocês é uma das pessoas que mais se preocupa com as outras que eu conheço. Inclusive, você se importava muito com o Jughead. E ele foi um puta de um ingrato por ter feito isso com você.

— Aconteceu tudo tão rápido, V... deu certo muito rápido, mas acabou muito mais rápido. E de um jeito horrível.

— Não era para ser.

— Nunca é para ser. Eu sempre me fodo no amor, isso é fato. Por que eu afasto todos de mim?

— Você é boa demais para ele. Para todos que já te deixaram. Talvez seja um sinal da vida, para te mostrar que as vezes você pode estar melhor sozinha. Sem homem nenhum.

— É, mas eu vou estar sozinha com um bebê!

— Eu sei que o Jones foi um babaca com você, mas não acho que ele não vá te ajudar com isso.

— É, também acho.

— E se ele ousar em fazer isso, relaxa. Eu bato nele e prontinho, tá tudo resolvido!

Pela primeira vez naquela noite Betty riu. Sinceramente, não sei o que seria dessas duas se elas não tivessem uma a outra.

No dia seguinte...

Jughead acordou com uma forte dor de cabeça.
Ele havia adormecido no sofá mesmo e acordou dez minutos atrasado. Tomou duas xícaras de café e foi direto para o banho. No chuveiro, lembranças da noite passada surgiram em sua cabeça.

Merda — ele pensa.

O moreno decide agilizar no banho já que ele já estava muito atrasado.

Seu rosto ainda estava um pouco vermelho por conta do forte tapa que tomou de Betty.
Ele sabia que havia merecido aquilo.

Ainda com dor de cabeça, seguiu até a faculdade. O seu caminho foi mais silencioso, por mais que houvesse carros e pessoas na rua.
Quando chegou a universidade de Riverdale, as aulas já haviam começado. O moreno pediu licença ao professor e entrou na sala.

A carteira a frente da sua estava fazia. A carteira era de Betty. Após observar todos os cantos da sala, percebeu que Cooper estava em outro lugar. Bem no fundo da sala. Ela odiava o fundo da sala.

A loira só havia sentado no fundo para evitar Jughead.

A primeira aula passou tão devagar que parecia que tinha sido um ano inteiro de aulas em um dia só.

Quando deu a hora do intervalo, Betty saiu de pressa sem olhar na cara de Jughead. Jones foi obrigado a ficar mais um pouco na sala, pois o professor disse que precisa conversar com ele.

— Por que faltou a semana passada inteira praticamente?

— Eu tive que ir para New York visitar minha mãe. Era só um fim de semana mas aí a saúde dela piorou e eu tive que ficar mais uns dias.

— Entendi. Perdeu bastante conteúdo. Tente não faltar mais.

— Tudo bem.

O moreno já estava prestes a sair da sala quando o professor pergunta:

— Posso fazer uma pergunta um pouco invasiva?

— Que pergunta?

— Você e a Betty... não estão mais juntos?

Ele pensou um pouco antes de responder:

— Não.

Enquanto isso, Elizabeth já estava no refeitório almoçando junto com a sua melhor amiga. Estava sendo muito difícil para ela ignorar Jones mesmo depois de tudo que ele disse para ela na noite anterior.

— Falou com ele? — Veronica pergunta, despertando Betty de seus pensamentos.

— Não. Nem olhei na cara dele.

— Essa é a minha garota!

De repente, as duas amigas veem Jones se aproximando da mesa onde elas estavam. O sangue de Veronica começou a ferver.

— O que você quer aqui? — Lodge diz quando o moreno já está próximo o suficiente.

— Falar com a Betty. A sós.

— Ela não quer falar...

— Deixa V. Eu também quero falar com ele. — Betty a interrompe.

— O que? Sério?

— Por favor V. Nos deixe a sós.

— Tá. Mas qualquer coisa é só me chamar.

Lodge sai, deixando os dois sozinhos. Jughead se senta de frente para Betty e olha fixamente para os seus olhos. Dava para ver que ela não estava bem e saber que ele era o motivo daquilo, fez com que o moreno se sentisse mais mau ainda.

— Eu só queria dizer que... eu estava muito bêbado ontem. E chateado com tudo que vem acontecendo. Isso não justifica o que eu fiz, mas...

— Eu não vou te perdoar.

— E não precisa. Eu só queria que você soubesse que eu não acho que você se seja o que eu te falei.

— Sabe de uma coisa? Eu concordo com uma coisa que disse. É melhor nos afastarmos.

— Eu também acho que isso é o melhor para nós no momento. Só que o filho é nosso. Eu vou te ajudar com tudo a respeito ao nosso filho.

— É bom saber disso. Era só isso que queria falar comigo?

— Só. Tchau.