Prólogo: O Começo

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Quando eu abro os olhos, sinto uma dificuldade enorme em distinguir as coisas, tudo o que eu consigo ver são vultos, vozes, gritos e lágrimas sendo derramadas através de apenas um sentimento: desespero. Sinceramente eu só queria entender, porque eu realmente não estava entendendo nada, até me tocar que aquelas lágrimas e palavras de oração e lamentação está sendo direcionada a mim.
Para falar bem a verdade meu raciocínio lógico não era um dos melhores, enquanto eu estava deitada naquela maca tentando recuperar meus sentidos, e claro tentando recuperar a minha memória, pois se já não bastasse eu estar deitada numa maca, num hospital que eu nem sei qual é, eu não consigo nem me lembrar o que foi que levou para eu me encontrar naquela situação catastrófica. Antes que me julguem eu acabei desmaiando de tanto tentar me lembrar do que tinha acontecido, mas quando eu acordo dessa vez eu reparo primeiramente nas roupas eu que eu estou usando, imagino que sejam as mesmas peças em que eu usava no dia do suposto acidente, já que meus jeans estão rasgados e manchados de sangue juntos com a minha camisa, percebo que já estou melhor quando penso em fazer piadas internas na minha mente sobre eu estar igual a Cristina Yang em Grey's Anatomy no episódio em que só acontece desgraça e a única coisa em que me preocupa é o sapato, igualzinho a ela.
Quando volto da minha breve viagem em meus tão perdidos pensamentos, volto a analisar a minha situação, eu poderia até reclamar do quanto esse quarto e esses lençóis que eram para ser brancos, estão sujos, mas quem sou eu para reclamar de algo que está sujo quando eu mesma estou pior que suja, eu estou imunda.
Eu estou analisando tudo agora atentamente, minhas roupas desgastadas, os lençóis sujos, o piso no tom de branco leitoso, as paredes com azulejos em um branco fosco, para mim, tudo aquilo era um excesso de branco totalmente desnecessário, mas o que mais eu poderia esperar de um quarto de hospital? Azulejos coloridos? Óbvio que não né? Porém uma coisa no canto do quarto, além dos equipamentos me chamou a atenção, uma poltrona, um banco, seja lá o que for aquele objeto de quatro pernas que serve para as pessoas sentarem. Teoricamente, não foi bem a poltrona que me chamou a atenção, mas sim quem se encontrava sentada nela.
Naquela poltrona se encontrava recostado um homem, bom ele era bem jovem, devia ter mais ou menos a minha idade, talvez um pouco mais velho, mas tinha algo nele que o tornava um homem, talvez fosse as pernas compridas que o deixavam mais alto do que qualquer outro menino que eu já conheci, ou talvez poderia ser até a estrutura corporal dele, é como se ele fizesse parte do exército ou fosse alguém que malha muito, muito mesmo, quando finalmente olhei em seus olhos, percebi logo de cara a exaustão naqueles olhos cor de Âmbar, naquele cabelo caído lindamente desajeitado, ou na barba que estava começando a nascer.
Com um sorriso meio desajeitado, ele olhou para mim e em seguida se levantando veio em minha direção, parando em minha frente, com uma voz rouca ele disse:
- Oi.... Está se sentindo melhor?
Sério, eu adoraria saber quem é ele e o que faz num quarto sozinho comigo, enquanto claramente eu estava inconsciente. Então mesmo querendo saber mais sobre esse misterioso homem que se encontrava na minha frente, a única coisa que eu fiz foi manter os meus olhos fixos nos olhos dele e simplesmente assenti com a cabeça.
- Tudo bem, eu não vou te machucar, não se preocupe com isso.
Mas na verdade isso era a última coisa em que passava pela minha cabeça agora, a minha curiosidade era maior do que a minha preocupação e o meu suposto medo que eu deveria sentir do desconhecido à minha frente.

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Única Estrela no CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora