capítulo 2.5

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       Olhei para trás uma última vez, e o vi olhando para frente sorrindo, igual uma criança que ganha um doce antes do almoço. Chegando na porta, girei a maçaneta e entrei. Minha casa não era nenhuma mansão, mas também não era nada simples, era um sobrado bem espaçoso, a parte de fora era composto por um quintal grande, com um balanço para duas pessoas com flores e folhas caindo sobre ele, eram grandes janelas de vidro, super espelhadas, parede de cor bege claro, - que eu sempre chamo de branco, pois para mim está mais para branco do que para bege – com detalhes em marrom, alguns degraus em granito branco levavam a uma grande porta pivotante de madeira maciça.
       - MÃE? ESTÁ EM CASA?
       O silêncio foi a resposta que eu recebi em relação a minha pergunta.
       Mamãe trabalha no hospital, por isso passa a maior parte do seu tempo lá, muitas das vezes até seu tempo livre ela gasta lá, então quase nem passamos tempo juntas, e eu não sei como me sinto em relação a isso, já que realmente nunca fomos próximas.
       Passei direto pela sala, subi as escadas e entrei em meu quarto, quase que por instinto me jogo na minha cama, entretanto lembro da minha situação a tempo, vou até minha cômoda e pego meu roupão de cetim, estou bem afim de relaxar.        Entro dentro do meu banheiro, e sinto um alivio instantâneo ao sentir minhas roupas deslizarem sobre meu corpo, até caírem estáveis no piso frio. Deixo a banheira enchendo e enquanto isso jogo uma agua no corpo no chuveiro que se encontra ao lado da banheira – normalmente eu não uso a banheira, acho desnecessário, mas como eu disse, estou afim de relaxar. – Quando a banheira se encontra razoavelmente cheia, o suficiente para cobrir meu corpo, eu entro e fecho os olhos, era como se as águas massageassem meus ombros carregados de tensão, pego meu xampu e ensabôo meu cabelo, pelo menos umas duas vezes para senti-lo realmente limpo, em seguida passo o condicionador nas pontas e deixo ele agir por alguns minutos, me esfrego tanto que deixo minha pele vermelha, parecia que tinha passado um esfoliante. Estava satisfeita então me enrolei em minha toalha macia, e logo depois me cobri com o roupão.
Saí do banheiro e me joguei na minha cama, com muito esforço coloquei meu celular para carregar, pois ele estava implorando, piscando a tela com um triângulo amarelo e um ponto de exclamação no meio, levantei-me depois de alguns minutos deitada, e fui em direção a penteadeira, passei meu hidratante corporal e comecei a escovar meus cabelos, vesti minhas pantufas e desci correndo pelas escadas, pois minha barriga já roncava dentro de mim. Abri a geladeira, talvez com uma expectativa de encontrar alguma coisa pronta, ou rápida de fazer, porém, desisti e fui atrás do número da pizzaria da cidade, não estava afim de cozinhar, então nada melhor do que pedir algo bom para comer.
Voltando para o meu quarto peguei meu carregador portátil e o meu celular, que graças a Deus já tinha bateria o suficiente para ficar ligado, desci para sala me embolando nas cobertas, enquanto esperava meu celular ligar, para eu pesquisar filmes para eu assistir, mesmo eu sabendo que eu não iria escolher nenhum daqueles, iria sempre escolher um daqueles Romances clichês, que eu sou totalmente apaixonada.
Olhando várias listas – totalmente em vão – decidi assistir ao filme Como Eu Era Antes De Você. Eu era apaixonada por esse filme, mesmo chorando toda vez no final, pois não aceito nunca a decisão que William Traynor tomou, mas convenhamos que é uma das histórias mais marcantes que possa existir em um Romance.
DING DONG - Soou a campainha, e eu nada boba já peguei o dinheiro que ficava na gaveta da cozinha para casos de emergência, pois era uma, e saí correndo em direção a porta da frente, abri e dei de cara com o entregador de pizza. O cheiro era maravilhoso, dava até para imaginar a sua aparência por debaixo daquela tampa de papelão. Paguei e deixei com que ficasse com o troco, como uma gorjeta, abri a caixa e já fui sentando no sofá mastigando a fatia, ou essa pizza estava realmente divina, ou eu estava com muita, muita fome.
O filme havia acabado e eu estava me preparando para subir e deitar, recolhendo as sujeiras e dobrando a coberta, quando meu celular acendeu a luz em meio a quase escuridão, peguei meu celular e quase ignorei a mensagem, pois meu celular o reconheceu como “Número Desconhecido”, mas como eu não tinha nada para fazer mesmo desbloqueei, e sorri sem nem mesmo perceber.

Única Estrela no CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora