Capítulo 4.3

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       Eu acho que essa foi a aula de Fonética e Fonologia, mas ninguém pareceu demonstrar muito interesse nessa área pelo o que eu percebi. O professor deixou todo mundo livre faltando uns quinze minutos para o intervalo. Os gêmeos saíram rápido para conhecer melhor a facul.
       Eu decidi que ia para abiblioteca aproveitar esses 15 minutos, até encontrar as meninas.
       - Megan...
       A sua voz me impediu de prosseguir eu virei e o encarei. Nisso ele deu dois passos, pegou a minha mão e me levou para a sala de aula.
       - Vamos conversar num lugar mais calmo. Eu sei que você estava indo para lá mesmo.
       Eu só o segui, não lutei contra, era como se ele tivesse cantado para mim, e eu tivesse sido hipnotizada, como nos contos de sereias e marinheiros, só que o papel estava invertido.
       Seguimos em direção à biblioteca, e quando entramos, eu continuei andando por entre as prateleiras, ele me seguia.
       - Megan, por que você está assim?
       - Não é nada Bryan.
       - É alguma coisa sim, nós podemos não ter nada, mas tem algo acontecendo, e no fundo você sabe disso.
       - É, eu sei, eu vim para a faculdade para estudar e me formar. – Eu parei e olhei para ele – estar com você, perto de você, é complicado.
       - O que? Por que é complicado?
Eu entrei em outro corredor cheio de livros, e ótimo, maravilha, se não bastasse um, temos dois, Lorenzo. Eu entrei em pânico, de um lado tinha Bryan, do outro, tinha Lorenzo.
       Lorenzo tinha em suas mãos um livro, podia ser qualquer um, mas coincidentemente era O Morro dos Ventos Uivantes. Eu olhei para ele, e esqueci de que Bryan estava aqui, no mesmo espaço, ao mesmo tempo que ele. Isso não poderia terminar bem.     Os dois se fuzilavam com os olhos, pareciam dois tigres disputando território.
       Olhei para Lorenzo como quem dizia “Depois a gente se fala” percebi que ele entendeu quando, ele parou de encarar Bryan, assentiu levemente para mim e abriu o livro que estava em sua mão.
       Arrastei Bryan de volta para fora, e ficamos escondidos num mini corredor vazio, ao lado da biblioteca.     Quando eu parei, ele me olhava surpreso com uma sobrancelha erguida.
       - O que foi?
       - Nada Megan. Por que estamos aqui fora?
       - É difícil me concentrar no que o professor está dizendo, quando eu sinto seus olhos sobre meus ombros, quando eu sinto as batidas em meu peito acelerarem e as borboletas no estomago se manifestarem. Não dá para prestar atenção, quando eu sinto seu cheiro e sua respiração perto de mim. Isso é difícil, porque eu nem te conh...
       Ele me puxou quando eu parei de andar de um lado para o outro, e eu fui parar enlaçada entre seus braços. Sua mão descia levemente a minha cintura enquanto a outra me puxava para mais perto dele. Esse beijo, era melhor do que eu havia imaginado, era quente, como se fosse pegar fogo a qualquer momento, mas trazia uma calmaria, era como se tudo dentro de mim estivesse desligado só para eu aproveitar a ardência e a doçura em um só momento.

Única Estrela no CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora