Capítulo 8.5

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Bryan:
       - Me responde Megan.
      Eu precisava da resposta dela urgentemente, eu não aguentava mais todo esse sofrimento, Toda essa dor, isso tudo não era necessário.
      - Eu não quero responder, vai embora.
      Por que ela tem que ser tão teimosa? Eu estou aqui, na frente dela, implorando e ela ainda faz questão de ser tão cabeça dura. Essa menina é impossível.
      - Por favor, Megan, eu me ajoelho no chão, fala para mim, por quê?
       Eu estava falando serio, eu realmente me ajoelharia na frente dessa mulher, só para conseguir fazer com que ela respondesse a minha pergunta.
       - Vai embora cara, na boa, ela não quer você aqui, se quisesse teria te chamado. – Falou Lorenzo aparecendo atrás dela. De novo. Eu estava perdendo minha paciência com esse homem, ele tem que aprender a se colocar no seu devido lugar.
       - Deixa ela me responder, deixa ela falar por ela. Se ela me pedir para ir embora de novo, eu vou. – Eu olhei para seu pequeno rosto, que se encontrava molhado devido às lágrimas que rolavam desimpedidas por suas bochechas rosadas. Mas mesmo assim, eu resolvi continuar. – Fala Megan. Como conseguiu perdoar ele tão rápido, e quanto a mim você não faz nenhum esforço para me perdoar? Como?
       Ela finalmente resolveu responder a minha pergunta. Só que ao olhar dentro de seus olhos, eu já não sabia se ainda desejava ouvir a resposta dela.
       - Quer mesmo saber Bryan? – Ela começou a gritar, e o frio começou a arrebatar ainda mais nossos corpos. O vento trazia o agudo de sua voz fria e me perfurava, me deixando sem ar. E eu percebia que isso acontecia dentro dela, ela não aguentava mais guardar sentimentos para ela mesma. Eu sabia que dentro dela estava tudo um caos. – Eu o perdoei mais fácil sim, porque eu não o amava, merda, eu não sentia nada além de ódio dele, só que odiar ele gastava muita energia, você me magoou e é muito mais difícil te perdoar, te odiar agora não esgota minhas forças porque você acabou comigo, você me magoou e não consigo te perdoar rápido porque EU AMO VOCÊ MERDA, EU AMO VOCÊ, E VOCÊ FODEU COM TUDO. Eu não consigo te perdoar mais rápido você porque eu amo você, e por amar você eu tive que pagar um preço muito alto, agora vá embora, me deixa em paz.
       Ela jogou essa bola de neve em mim, e saiu, como se nada mais tivesse acontecido, como se gritar para todo mundo escutar “EU AMO VOCÊ” não fosse nada demais. As palavras dela dilaceravam cada parte de mim. Fiquei parado um tempo, sentindo um enorme vazio tomar conta de mim. O vazio ocupa mais espaço do que eu imaginava. Isso era torturante. Eu fiquei esperando o vento frio, levar de mim essa dor e ausência agoniante para qualquer outro lugar.
      - Eu também amo você. – Eu sussurrei para mim mesmo, sem ninguém para testemunhar o que eu havia dito, entrei no meu carro, e fiz o que eu faço. Eu vou embora.
       Dizem que quando a gente ama a gente liberta. Nesse momento eu a libertava, a deixava ser livre para fazer a sua própria escolha. Sem se importar com a minha dor, eu a deixaria ir embora, se essa fosse a escolha dela.
       Segui dirigindo a estrada e estacionei no meio do nada sem saber para onde ir. Ficava pensando o que ela estaria fazendo agora. Eu estava deixando meu mundo se esvair pelas minhas mãos sem lutar, e isso não é algo justo a se fazer.
       Mesmo que eu a amasse e estivesse disposto a deixa-la ir embora, eu realmente deveria fazer isso, depois de tudo? Depois de tanto tempo, deixa-la partir, seria a melhor escolha a se fazer?
        Depois de um bom tempo sozinho, com o celular na minha mão, fico olhando para nossas conversas, e para as fotos que tirei dela quando ela estava distraída, eu não podia deixa-la partir sem a menos lutar por ela.
       Escrevo e apago seu numero diversas vezes até ter coragem o suficiente para ligar para ela. Ligo uma vez, quando dá o primeiro toque eu desligo, e o receio de ela não atender ou não querer falar comigo me acerta em cheio. Mas decido tentar de novo.
       Um
       Dois
       Três toques...
       Estou prestes a desligar quando escuto sua voz do outro lado da linha.
        - Alô? – Ela diz sem olhar o numero que ela atendeu.
       Eu demoro alguns segundos para responder. Ela atendeu.
       - Meg? – É a única coisa que eu consigo falar agora.
       - Bryan? – Ela diz espantada.
       - Você tem que me escolher.
       - Por favor, agora não.
CHAMADA PARA O VOO 576
       Voo? Ela está em um aeroporto?        Aonde ela vai agora? Ninguém vai a um aeroporto para pensar.
       - Meg, não me deixa...
ÚLTIMA CHAMADA PARA O VOO 576.
       Decido me fazer de desentendido, para ver se ela fala o que está fazendo num aeroporto há essa hora.
        - Onde você está?
        - Eu vou desligar, tchau Bryan.
        - Você está indo embora?
        Ela não responde. Desligou o celular na minha cara e entrou em um avião destino a algum lugar que eu não faço ideia de qual seja. Ela não quer me dar uma chance. Ela tem que me escolher. Eu preciso dela.
       Fui para casa tomei um banho e tentei dormir, fiquei deitado à noite inteira, mas não conseguia dormir. Eu precisava saber para onde ela estava indo, e se estava sozinha.
       Virei à noite acordado, e quando os primeiros raios de sol caíram sobre a cidade, eu tomei meu café da manhã me troquei e fui ao aeroporto.
        - Bom dia. – Eu disse à moça que se encontrava atrás do balcão.
        - Bom dia no que eu posso ajudar?
        - Qual é o voo 576?
        - Por que o senhor gostaria de saber?
        - Porque eu estou perguntando. Simples.
        - O senhor vai querer uma passagem?
        - Mas se eu não sei para onde esse voo vai, por que eu iria comprar uma passagem?
        - Então sinto muito senhor, não posso te ajudar.
        - Como é que é?
         - É isso mesmo que o senhor ouviu. Não posso lhe passar essas informações. Pois compromete as pessoas que estavam nesse ultimo voo. Eu não o conheço para lhe falar para onde vai o voo.
        - Está tendo algum problema aqui, senhor? – Disse um homem atrás de mim.
       - Estou. Suponho que o senhor seja um superior, espero que possa me ajudar. Minha esposa e eu nos separamos recentemente, e ela entrou nesse voo com a minha filha, e eu não sei saber te dizer para onde. Só sei o número do voo. E a sua funcionaria não está colaborando, a mesma alega que não pode dizer para onde vai o voo que minha filha está.
        Eu não faço ideia se essa história vai me ajudar, se eles vão acreditar, mas essa é a minha única chance de saber para onde foi esse voo.
        - Me desculpe o transtorno, Senhor. Pode me informar o numero do voo que eu confirmo a cidade.
       - Muito obrigado, eu peço desculpas por ter chego a esse ponto. O voo é 576.
      - Esse voo saiu ontem à noite, o destino era Hilton Head Island. Mais uma vez, desculpa a confusão, não acontecerá novamente.
         - Eu peço desculpas. Muito obrigado pela informação.
        Por que raios, Megan estava indo para Hilton Head Island? Isso não fazia o menor sentido.
       Passei o resto do dia listando hotéis e resorts no qual Megan poderia estar hospedada. Eu precisava achar ela, eu só voltaria a Waterfield novamente com ela em meus braços.
         Um dia para achar o voo e listando hotéis.
        Mais um dia ligando para todas as hospedagens, contando as mais variáveis histórias com apenas um nome em comum, Megan Loren Scott.
        No terceiro dia, eu finalmente a localizei. Ocean Resort.
        Quando eu descobri, parecia uma criança ganhando presente, comprei as passagens e fui para ela. Ela vai voltar para mim.
         Tenho que jogar um charme em cima da recepcionista para fazer com que ela me falasse pelo menos o andar do quarto que a Megan estava hospedada.
        Subo pelo elevador e fico parado no pequeno corredor, onde não tinha muitos quartos. Eu sei, é loucura eu fazer tudo isso, e no fim eu achar ela, mas eu preciso dela comigo, eu sou alguém melhor quando ela está do meu lado segurando minha mão. Lorenzo e Megan podem até formar o casal típico de mocinha com Badboy, mas nada vai superar a Megan comigo. Eu demorei muito tempo para ver isso, mas eu sempre estive apaixonada por essa mulher, desde que eu coloquei meus olhos nela, pela primeira vez. O nosso destino é ficar junto, e um cara metido a badboy barato, não irá mudar isso.
        Estou prestes a descer para a recepção novamente quando a porta do elevador se abre e de dentro dele saí uma pequena moça com seus cabelos castanhos claros. E cheia de sacolas nas mãos. Quando seus olhos me veem as mesmas sacolas que se encontravam nas suas pequenas mãos, estavam jogadas no chão.
       - Puta merda. – Ela gritou e eu esbocei um sorriso ao ver sua reação – Que merda você está fazendo aqui? Como você me achou? – Continuou ela.
       Eu dei dois passos para mais perto dela e falei:
      - Quando a gente quer, a gente luta e vai atrás. E eu quero você e já disse, não vou desistir sem lutar.
      Eu fui até ela e a envolvi num abraço, impedindo-a de se esquivar de mim, quando ameacei soltar ela, ela deu um passo para trás e foi o suficiente para eu beijar ela de um jeito que eu não beijava a muito tempo. Eu amo essa mulher.

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