Capítulo 3.1

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         - Quem enviou isso, Marga?
       - Eu não sei menina, só sei que tem um cartão feito a mão aqui, venha dar uma olhada.
       Peguei meu celular e enviei uma mensagem para o Bryan.
       São lindas, muito obrigada, mas não precisava :)
         Peguei o buque em minhas mãos e fui para dentro no intuito de achar algum vaso que fosse grande o suficiente para eu depositar aquelas flores. Cansei de procurar e deixei essa missão com Marga, enquanto isso fui ler o cartão escrito a mão.
       Comecei a ler, mas meu celular acendeu uma luz e eu vi a mensagem, que dizia.
       - Do que você está falando?
       Eu olhei para as flores, para o celular e para o cartão em minha mão, ignorei a mensagem, como eu era patética, como que eu agradeci sem saber se era ele realmente o dono daquelas flores lindas? Eu era muito burra. Comecei a ler o cartão.
       As vezes passamos dos limites, pois nunca tivemos alguém para nos mostrar o que era um limite. Sei que nada, vai justificar o que eu te causei, a dor, os danos, o sofrimento, sei que as rosas sem espinhos não são o que você sente por mim neste exato momento, você era como uma delas, linda, pequena, frágil, com seu encanto e sem espinhos, e naquela noite eu lhe transformei numa rosa fria, que não era mais frágil, e estava cheia de espinhos. Peço perdão pelo o que fiz, e eu não faria de novo, nunca mais, nem com você, nem com ninguém, eu passei por isso, sei como se sente e eu lhe imploro perdão por isso. Espero que aceite as rosas e os girassóis de bom grado. Sei que posso nunca receber o seu perdão, mas que tipo de homem eu seria se eu ao menos não me redimisse ao que fiz com você? Desde aquela noite eu não sei mais o que é dormir direito, sem ter uma culpa me puxando para baixo todos os dias e noites.
Por Favor Megan, tenha o que eu não tive, me perdoe.
Com carinho e arrependimento, Lorenzo.
       Eu li e reli, várias e várias vezes, para cair a ficha de que quem havia me enviado as flores e esse cartão, não era Bryan e sim Lorenzo. Eu não sabia o que pensar, será que eu era capaz de perdoa-lo pouco tempo depois do que havia acontecido? Como ele havia conseguido meu endereço? Será que ele está realmente arrependido, ou é só mais um joguinho dos meninos? Será que ele me achava tudo aquilo que ele falou no cartão, ou era só da boca para fora, para ele conseguir o meu perdão?
       Eu dobrei o papel, enfiei dentro do pequeno envelope e olhei meu celular e tinha quatro mensagens de Bryan.
       - Ei, tudo bem aí?
       - O que você ganhou que estava agradecendo?
        - Precisa de ajuda?
       - Megan???
       Meu Deus do céu, o que eu vou fazer. Apertei o papel dobrado contra o peito, e fechei os olhos, como se estivesse esperando uma ajudinha lá de cima, para me falar o que eu devia fazer.
       Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Bryan dizendo que estava tudo bem, que ele não devia se preocupar, que eu tinha cometido um engano, e pedi desculpas por isso. Voltei para o fundo e deixei minhas coisas amontoadas em cima da minha canga e dei um mergulho na piscina para esfriar a cabeça – literalmente – Mais tarde, quando você já conseguia ver os tons de laranja, amarelo e rosa, no céu indicando o pôr do sol, eu me enxuguei e me recolhi.

Única Estrela no CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora