A passagem estava comprada, eu estava voltando para casa, junto com ele, indo em direção aos problemas. Como eu iria explicar para as pessoas – mais especificamente para Lorenzo – que eu havia voltado com Bryan? Sem dúvida alguma, isso era cruel, dar esperanças e no fundo voltar com o antigo namorado. Não havia explicações cabíveis no mundo para dar para Lorenzo. Não sei como ele irá se sentir em relação a isso tudo. Eu só queria sair de toda essa confusão sem machucar alguém, mas eu acho meio impossível disso acontecer. Então vamos seguir em frente e torcer para que no fim, tudo acabe dando certo.
A temperatura caia gradativamente, só percebemos isso quando começamos a ficar com os pelos arrepiados e apenas uma blusa de linha fina não nos aquecia o suficiente. Quando se olha para fora, e vê o sol atrás das camadas espessas de nuvens nem imagina que estava quente há tão pouco tempo.
O avião estava gelado e me arrependi de ter saído tão despreparada de casa. Poderia ter pegado uma manta, cairia muito bem agora.
Eu começo a sentir um arrepio na espinha e o bater dos dentes se torna mais alto enquanto eu estou encolhida na poltrona.
- Tudo bem aí? – Bryan perguntou se virando para mim e envolvendo minhas mãos na tentativa fracassada de aquecê-las.
- Tudo. Eu... Só... Estou... Com... Um... Pouco... De... Frio... – Falei dando pausas.
- Por que não falou antes? – Ele me repreendeu tirando a jaqueta e colocando sobre mim.
- Não quero que passe frio, eu que não separei nada. – Respondi, mas meu gesto foi totalmente ao contrário ao apertar a blusa contra meu corpo na intenção de me aquecer.
- Não se preocupe comigo meu docinho, Só quero que fique bem aquecida. – Respondeu ele com os olhos brilhando.
Eu senti meus olhos pesando contra a minha vontade quando me encolhi na poltrona do avião. Eu estava quentinha, relaxada e me sentindo de volta ao lar. Eu não queria dormir. Queria aproveitar esse momento que eu não tenho há muito tempo.
Mas a claridade foi diminuindo e a jaqueta me envolvia como um cobertor macio. Encostei-me ao ombro de Bryan e senti seu tórax subir e descer no ritmo calmo de sua respiração, sua mão afagou levemente meus cabelos, eu estava quase dormindo, quando escutei uma voz no fundo.
“- Eu amo você, Meg.”
Eu não sabia dizer se era da minha mente ou se ele realmente tinha falado. Então tudo ficou escuro.
Descemos do avião, pegamos nossas coisas e fomos atrás de um taxi. E fomos primeiro para minha casa.
- Vai querer ajuda com a mala? – Perguntou Bryan quando o motorista estacionou.
- A mala é pequena, eu sei me virar.
- Não duvidei e nem perguntei isso. Perguntei se iria querer ajuda não que você não consegue. – Retrucou com o sorriso irônico de sempre.
- Se você está perguntando indiretamente se eu preciso de ajuda só para você poder subir, então a resposta é não, sinto muito Bryan. – Eu disse esboçando o mesmo sorriso irônico que ele usou para falar comigo. Acho que ele não gostou muito, pois fez uma cara de cachorro abandonado.
Sabe quando as coisas da nossa vida parecem dar tudo errado? O namoro termina, o carro quebra, quando você vai mal na prova, perde amigos, alguém morre, quando tudo e todos parecem estar contra nós, e nós estamos sozinhos? É nesse momento, o momento em que estamos prestes a desistir de tudo e todos, mas quando chegamos nesse momento alguém vem e nos puxa, e quando vemos já está tarde demais para desistir. A gente só precisa esperar. Claro, podemos tentar nos salvar sozinhos, mas é bem mais fácil quando se tem alguém para ajudar.
Um bater contínuo no andar de baixo me acorda no pulo. Visto meu roupão por cima do pijama e desço as escadas correndo. Escuto a voz me chamando conforme eu me aproximo da porta.
- O que é? – Eu falo num tom mais alto, meio rabugenta ainda por conta do sono, coloco a mão nos olhos para tampar a claridade quando ele passa por mim e entra na minha casa.
- Eu estava dormindo. – Eu falei ao fechar a porta.
- É você estava tirando o seu sono da beleza enquanto todo mundo estava preocupado com você.
- Qual é desse desespero todo? Eu estou bem aqui, não estou?
- Está.
- Então Lorenzo, eu estou bem e não devo satisfação a ninguém além da minha mãe.
- Ele estava lá não é?
Eu vi a agonia corroer Lorenzo de dentro para fora aos poucos, ele veio aqui para saber, era isso o que ele queria perguntar desde o inicio quando eu abri a porta.
- Ele quem Lorenzo?
- Não se faça de boba Megan, agora não, por favor.
- Não estou me fazendo de boba, Lorenzo, eu trabalho com nomes, tinham vários “ele” onde eu estava.
- Ele Megan. O Bryan. De quem mais eu poderia falar?
- Não sei, quem sabe de todos os outros que estavam lá? E respondendo a sua pergunta. Sim ele FOI para lá. Ele não estava desde o dia em que eu cheguei, ele apareceu depois.
- Você o escolheu, não foi?
Eu me aproximei dele e peguei na sua mão para tentar acalmá-lo, afinal eu sei que ele não irá gostar da resposta. Mas ao sentir a minha mão ele a afastou abruptamente levando ao cabelo imediatamente.
Eu baixei a cabeça, não conseguiria olhar para aqueles olhos verdes agora.
- Sim. – Eu falei mais para mim do que para ele – Eu escolhi, ele.
- Por quê? – Ele perguntou em seguida.
- Não faça isso Lorenzo, não faça isso comigo e com você, por favor.
- Fazer o que? Eu preciso saber. Porque antes disso tudo, você estava saindo, rindo comigo. Não com ele. E só porque ele vai atrás de você em outro lugar que eu ainda não faço ideia de onde seja ele é o escolhido?
- Lorenzo, ele poderia não ter ido para lá. Eu poderia ter ido e voltado sozinha. Continuaria sendo ele. Eu amo ele, por mais que doa admitir e por mais que doa fazer você escutar isso. Eu amo ele. Sempre vai ser ele.
Ele andava de um lado para o outro, como se seu mundo estivesse prestes a acabar. Então resolvi continuar enquanto ele ainda estava escutando.
- Olha Lorenzo, você é um cara incrível, um cara que eu nunca imaginei que fosse. Você merece ser amado da mesma forma que eu amo o Bryan, e esse amor não vai vir de mim. Você merece ser amado por outra menina, por uma que saiba dar valor a você a as suas mudanças constantes de humor, que ame as suas piadas e ame tudo em você. Você não merece ser o segundo que eu amo mais, você não merece ser o segundo, quando pode ser o primeiro de alguém.
Ele ergueu os olhos verdes cheios de dor e lágrimas para mim, o que partiu meu coração e fez apenas uma pergunta.
- Sempre vai ser ele?
- Sempre. – Eu dei um longo suspiro.
- Então não venha me procurar se ele partir seu coração.
Ele disse isso e saiu porta a fora, me deixando sozinha no frio e no vazio da minha própria casa.Siga nossa página no Instagram: @_star_book_
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Única Estrela no Céu
Romance🏆 Vencedor do Primeiro Lugar na Categoria Melhor Casal do Concurso Dead Books - 1° Edição Megan Loren Scott, é apenas uma moça de 20 anos, sua vida era simples mesmo com suas duas melhores amigas sendo o oposto dela. Se envolvendo em um suposto aci...