capítulo 1.5

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     Tudo foi passando lentamente a minha vista, a luz do outro carro, o desespero das pessoas a minha volta, o cheiro de pneu sendo desgastado contra o asfalto, e quando eu achei que estávamos prestes as colidir um no outro, o motorista do outro carro começou a frear e foi diminuindo a velocidade, enquanto o nosso motorista, o causador de tudo isso, jogou o carro pra esquerda, fazendo uma curva acentuada para fazer um retorno, então logo conseguiu retomar o controle do carro, estacionando logo em seguida para saber se estávamos todos bem, e foi nesse momento, em que todos desceram do carro – inclusive eu – que eu percebi o quão nervosa eu estava, minhas pernas estavam fracas, minha cabeça girava e o suor escorria pela minha pele fria e pálida, quando eu consegui me recuperar um pouco, meu único instinto foi voar em cima do Lorenzo, eu queria tanto socar a cara dele por nos colocar em uma situação tão perigosa, que não me segurei, lágrimas de alívio e raiva escorriam sob as minhas bochechas e eu fui na direção dele socando qualquer espaço vago que eu via, seus braços, seu tórax e seu abdômen, para mim eu xingava ele apenas na minha mente, demorei um pouco para perceber que gritava com ele:
        - SEU BABACA IRRESPONSÁVEL, IDIOTA, CRETINO, IMBECÍL. COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COM TRÊS PESSOAS QUE VOCÊ ACABOU DE CONHECER SEU DEMENTE? COMO QUE VOCÊ TEM CHAVE DE UM CARRO COMO ESSE SE VOCÊ NÃO TEM RESPONSABILIDADE PARA DIRIGIR. SEU FILHO DA PU.... – Já tinha parado de bater nele, só estava gritando euforicamente e agitando minhas mãos no ar frio, mas nesse instante ele juntou as minhas mãos que balançavam e segurou-as com força, deixando um vermelho ao redor dos meus pulsos – ME LARGA, eu gritava para ele, e quanto mais eu pedia para ele me soltar mais forte ele segurava, nesse ponto os anéis dele já haviam deixado marcas em mim e a ponta dos seus dedos compridos estavam esbranquiçadas de tanta força que ele usava, Talía, Lara e Armin, tentavam civilizadamente convencer Lorenzo a me soltar, que ele já estava passando dos limites – se é que ele conhece o que significa limite, não é mesmo? – Mas enquanto eles tentavam convencer o Lorenzo, o motorista do outro carro vinha em nossa direção, provavelmente para se certificar de que não tinha nenhum ferido. Lorenzo ainda segurava meus pulsos enquanto gritava:
       - Você é louca guria? Está perdendo o juízo? Acha que pode descer do meu carro e vir me bater? Criança patética.
       - Ei cara, larga ela, você já está machucando ela – disse o homem misterioso.

Única Estrela no CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora