they don't know about us • reddie

já chega mãe!

Enquanto iam para casa Eddie e a mãe não falavam uma palavra sequer, apenas quando entraram em casa foi que ela começou a falar sobre o assunto e deixar o garoto mais irritado ainda.

- Eddie meu filho, isso passa. 

- Para de falar como se isso fosse mais uma doença que a senhora inventa pra mim mãe. 

- Talvez seja mesmo. Ai como é difícil criar um filho sozinha… e eu sabia que aquele garoto era uma péssima influência.

- Já chega mãe! - Eddie não aguentava mais

- Pensa que eu nunca percebi que ele fuma? Anda por aí com aquela garota ruiva, fumando e bebendo. E agora inventou isso e você caiu na dele né…

- CHEGA MÃE! - Eddie gritou fazendo a mulher se calar - A senhora não sabe nada sobre o Richie, nada. Ele é a melhor coisa que já me aconteceu, e eu amo ele mais do que tudo. 

- Enquanto você morar embaixo do meu teto e depender de mim, você não anda mais com esse garoto. - Ela disse seca percebendo o modo como o garoto estava

- Pode me impedir de ver ele, de falar com ele, de ficar perto dele. Mas nunca vai me impedir de amar ele, isso nunca. - Eddie falou e se virou para ir em direção ao quarto enquanto chorava de novo

- Onde vocês estavam a noite toda? - Ela perguntou temendo a resposta

- Vocês nunca vão saber onde é, mas estávamos no nosso ninho. - Eddie falou e riu ao lembrar do momento em que Richie falou isso para ele - Sim mãe, eu passei a noite com o Richie! - Ele voltou a falar e terminou de subir as escadas

Tudo que Eddie queria era passar o dia apenas se lembrando da noite que eles passaram juntos. E mesmo em meio a lágrimas de desespero, ele tentava manter seu pensamento nos beijos do garoto, no cheiro de Tozier que ainda estava grudado nele, no toque quente e carinhoso, na voz rouca gemendo o nome de Eddie e dizendo que o amava. Era nisso que ele se concentrava para não pensar no medo de perder o garoto que ele amava. 

Mais tarde o menor desceu para tomar um pouco de água. Ele não sentia fome, pelo contrário, sentia um embrulho no estômago cada vez que lembrava da situação toda que estava acontecendo. Eddie nem mesmo estava sofrendo por ele próprio, mas pensar em Richie ouvindo aquelas coisas horríveis do pai dele, fazia o pequeno tremer de nervosismo. 
Enquanto estava na cozinha, ele ouviu a voz de Bill vindo da porta da frente. 

- Senhora K. eu só quero f-falar com o Eddie, é quase final do ano letivo e temos coisas da e-escola pra fazer. - O garoto estava com cadernos e livros nas mãos para tentar provar que era verdade, mesmo não sendo

- Tudo bem! Podem usar a mesa da sala, assim eu fico de olho. - Ela respondeu e deu espaço para Bill entrar - Não quero aquele boca suja mandando recadinhos para o Eddie.

Bill assentiu com a cabeça e foi ao encontro do amigo, e sentiu seu coração apertar quando viu o estado em que Eddie estava. 
Os dois se sentaram e colocaram os cadernos sobre a mesa, em seguida começaram a falar sobre um projeto de física que nem existia. 

Sonia avisou que ia regar algumas plantas e já voltava, Eddie nem mesmo olhou para ela. E assim que perceberam que ela realmente estava na rua eles começaram a conversar.

- Stan me contou t-tudo. Eu s-sinto muito cara. 

- Que droga Bill, tudo tava tão perfeito e agora… eu nem sei como vai ser. - Eddie falava se segurando para não chorar de novo

- Eu v-vou ajudar vocês no que precisarem. Todos v-vamos! 

- Obrigado. Vocês são incríveis sempre. Mas… o Stanley falou algo do Richie? Como ele está?

- Só o que sabemos é que ele f-foi para casa com os pais. Stan p-pediu para deixarem ele lá, mas o pai dele está muito bravo. 

- Meu coração aperta só de pensar nele naquela casa. Ele sempre se queixou de ser infeliz lá, e hoje está pior. - Eddie se lembrava das coisas que Richie já tinha contado a ele sobre a família 

- A Bev vai t-tentar ir até lá hoje. Quem s-sabe ela, o pai dele deixe?! 

Depois de perceber que a presença de Bill deixava o filho mais calmo, Sonia permitiu que ele ficasse mais tempo e os dois ficaram assistindo tv juntos. Aquilo distraía Eddie por apenas segundos, mas ele logo voltava a pensar em tudo. Uma mistura de sentimentos acontecia dentro dele, as vezes se arrepiava pelo pavor que sentia, e às vezes ao lembrar da noite anterior onde tudo parecia que nunca daria errado, que eles se teriam para sempre.
Mas uma coisa era um fato, Richie e Eddie agora se pertenciam como nunca antes, e nada que dissessem poderia separar dois corações que se amavam tanto. 

Bill cochilava no sofá quando Eddie o chamou e perguntou se ele queria dormir ali, mas depois acharam melhor não e Bill foi embora em seguida. O garoto então subiu para o quarto e ficou deitado tentando não pensar em nada ruim. 

Eddie só queria que Richie aparecesse em sua janela como antes e falasse que tudo iria ficar bem, que eles dariam um jeito. Ele queria ser acalmado pela única pessoa capaz de conseguir isso, o dono do seu coração, Richie Tozier!